AZUL É O NOME DA ALEGRIA
Moria Feigning
01-02-2005 www.triplov.org

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e

IV

 

Onde é que eu ia?

Ah! Pois! Já sei! Ia contar-vos qual era o problema do Pai Natal e porque é que ele precisava da minha ajuda.

Brrrrr! Era isto, não era?

 

Pois então: o problema era com os Duendes.

Andavam inexplicavelmente tristes.

Mas tão tristes, tão tristes que já nem sequer trabalhavam.

O Pai Natal já tinha tentado de tudo para ver se eles se resolviam a fazer alguma coisa mas não havia nada que os convencesse.

Nem contavam porque é que estavam tristes e a produção dos brinquedos estava muuuito atrasada e a atrasar-se cada vez mais.

 

Brrrrr! A princípio eu até pensei que o Pai Natal queria que eu fosse ajudar a fazer brinquedos.

Mas não era isso.

(O Pai Natal sabe perfeitamente que nós, os Espíritos Inquietos, não somos lá muito bons em trabalhos manuais.)

 

Ou então que queria que eu fosse divertir os Duendes para ver se eles resolviam trabalhar.

Mas isso ele já tinha tentado.

 

Não! O que ele queria mesmo era uma solução para que os meninos, este ano, ficassem tão felizes como sempre mas com menos brinquedos.

Brrrrr! Era uma ideia espantástica.

 

Pois! É que mesmo que os Duendes recomeçassem a trabalhar com a alegria de sempre já não havia tempo, achava ele, para fazer tantos brinquedos como nos últimos anos e os meninos são cada vez mais e cada vez querem mais brinquedos.

Brrrrr! Mas que problema!

 

Pedi-lhe algum tempo para pensar no assunto e vim-me embora.

 

Vinha tão distraído a pensar que quase choquei com um satélite artificial. Brrrrr! Foi por um triz. É incrível a quantidade de coisas que há no Céu!

Temos que ter muito cuidado com a condução.

Não podemos mesmo distrair-nos.

 

Fui logo devolver o aspiromóvel à Bruxa Mimi.

Brrrrr! Ela, às vezes, tem mau feitio e já estava a refilar com a demora.

Nem lhe falei no satélite artificial.

 

Mas contei-lhe o meu problema e ela sugeriu que eu fizesse primeiro uma pesquisa na Almanet que é a Internet dos Espíritos.

(Apesar de viver numa Árvore, é uma bruxa muito tecnológica!)

 

Fiz a pesquisa na Almanet mas não serviu de nada.

Não encontrei uma pista que fosse...

 

Enviei até al-mailes a pedir ajuda a alguns Espíritos meus amigos mas... nem uma resposta!

 

Pus-me a pensar, a pensar mas estava mesmo sem ideias.

Brrrrr!

Pensei tanto, mas tanto, tanto, tanto, taaaaanto que até já estava quase a desfazer-me e não consegui achar nenhuma solução.

 

Eu estava tão cansado – parecia até que tinha a cabeça em água – que resolvi parar de pensar um bocadinho e ir brincar com as Nuvens mais novinhas para ver se me passava a má disposição.

 

Sabem? É uma parte das obrigações dos Espíritos Inquietos brincar com as Nuvens mais pequenas e é muito bom para eu me manter em forma porque elas são muito traquinas.

 

Brrrrr! Mas nem assim. Eu estava tão aflito com o problema do Pai Natal que até as Nuvenzinhas repararam.

 

– (Nuvenzinhas – voz fininha:) O que é que tens? Hoje até parece que não te apetece brincar!

 

– É verdade! Estou muito preocupado. O Pai Natal pediu-me que encontrasse uma maneira de os meninos, este ano, ficarem tão felizes como sempre mas com menos brinquedos e eu já pensei e tornei a pensar e não sei o que hei-de fazer.

 

 – (Nuvenzinhas:) Porque é que não vais falar com a nossa Avó? Ela costuma ter sempre resposta para tudo.

 

Ih!!! A Avó delas...

Era uma velha Nuvem, enooorme e cinzenta, que eu costumava avistar ao longe, sempre que estávamos a brincar.

Ui! Brrrrr! Ela tinha um ar tão maciço e ameaçador que eu nem queria chegar perto. Tinha medo que me desfizesse com algum relâmpago.

Mas as Nuvenzinhas:

 

(Nuvenzinhas:) Ela não te faz mal nenhum. É muito boa, muito sábia e encontra sempre uma maneira de nos ajudar a resolver os nossos problemas.

 

Eu não fiquei nada convencido.

Os problemas das Nuvens costumam ser muito aéreos e este era um problema bem terreno.

Como é que eu ia agora fazer com que os meninos ficassem felizes com menos brinquedos???

Brrrrr!

 

Assim como assim, também não fazia mal tentar. Nunca se sabe onde pode estar a solução de um problema e eu não queria de maneira nenhuma falhar com o Pai Natal.