Ilumina-se a cena e é soberano,
no palco, o real oculto no conflito.
É tragédia? É comédia? É, por engano,
O sequestro de um deus num barro aflito?
É o teatro: a magia que descobre
o rosto que a cara do homem cobre;
relectidos no teu espelho - o actor -
Os teus fantasmas levam-te para onde
O tempo puro que te corresponde
Entre horas ardidas está em flor.
NATÁLIA CORREIA, Sobe o Pano
(Soneto para o Dia Mundial do Teatro de 1993)