Tributo a CHARLES BAUDELAIRE
Org. ALESSANDRO ZIR
Auguste Viatte
Um sintoma curioso e talvez inquietante da evolução das ideias contemporâneas é o favor com que certos católicos aceitam os nomes outrora malditos de Sainte-Beuve e de Baudelaire. Depois de considerá-los, quando vivos, como inimigos, foram se aproximando deles pouco a pouco, à medida que os documentos permitiam um estudo mais completo, e toda uma escola os reivindica no momento — pelo menos o segundo — como representantes autênticos da grande poesia cristã. Além de a atitude incrédula do crítico de Causeries du lundi ter feito esquecerem o que havia de misticamente mórbido em seus livros ficcionais, ele se beneficiou também um pouco da voga usufruída pelo autor de Fleurs du Mal. Sem que se tenha talvez observado a semelhança que existe entre esses dois espíritos, ambos são recuperados. Ao mesmo tempo em que M. Gonzague de Reynold, indo ainda mais longe que os baudelairianos, propõe que se reserve ao seu poeta preferido um lugar ao lado de Dante, M. l’abbé Bremond se esforça por inserir o autor de Volupté na tradição católica mais pura. Com efeito, Sainte-Beuve e Baudelaire, à medida que representam a última decomposição do romantismo, conservam alguns traços daquela religiosidade que foi moda com Chateaubriand…
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revista triplov
SÉRIE VIRIDAE / 03 / CHARLES BAUDELAIRE
Portugal / Dezembro 2021