António Barros (Funchal, 1953) é filho do museófilo Alfredo Barros, que com o poeta António Aragão formou o corpo genomático do Museu da Quinta das Cruzes, no Funchal – geografia onde Aragão e Herberto Helder criaram os “Cadernos de Poesia Experimental”. A convite de Ernesto de Sousa, em 1979, na Diferença, em Lisboa, surge a primeira exposição de Poesia Visual de António Barros. Na XIV Bienal de São Paulo, 1977, António Aragão, na TV Globo, apresentara o objecto-poema “Verdade”, de Barros, texto parte integrante da mostra antológica “PO.EX.80”, que Ernesto Melo e Castro realizou para a Galeria Nacional de Arte Moderna, Lisboa, 1980, mais tarde reeditada no Museu Serralves, Porto, 1999, por Vicente Todoli e João Fernandes. Em França, com direção de Julien Blaine, vem a integrar em 1986 o Festival Internacional de Poesia de Cogolin, com Lawrence Ferlinghetti, Bernard Heidsieck, Nani Balestrini e Sarenco. Em Barcelona participou com Ana Hatherly em “Festa de la Lletra”, na Galeria Joan Prats, 1980.
Peça distintiva da sua obra é o texto visual “Escravos”, 1977 (premiado por júri composto por Sophia de Melo Breyner Andresen, David Mourão Ferreira, Urbano Tavares Rodrigues, José Carlos de Vasconcelos e Manuel Alegre, Concurso Nacional de Poesia “10 Anos do 25 de Abril”), obra apresentada no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2009. No MUSAC – Museo de Arte Contemporáneo de Castilla y León, a obra “Tradição” inscreve “Paradigm Shift”, em 2011. “Ex_Patriar” foi Prémio Aquisição na Bienal de Cerveira 2013. A escultura social “Lástima”, 40 cravos negros, foi oferecida pelo autor à Assembleia da República nos quarenta anos do 25 de Abril, e a operação situacionista “Cega”, na efeméride dos cinquenta anos da democracia, 2024.
A obra de António Barros está representada em coleções internacionais como as do Museo Vostell Malpartida, Espanha; Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto; MNAC, Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa; MUDAS.Museu de Arte Contemporânea da Madeira; Museu da Presidência da República Portuguesa, Lisboa; Fundação Joan Brossa, Barcelona; Paradise Museum of Joseph Beuys, Itália; e como o Walden Zero – Transdisciplinary Art andEducation Project, Locarno, Suíça; Archivio Guglielmo Achille Cavellini, Bréscia, Itália; Arquivo Digital da Literatura Experimental Portuguesa, Universidade Fernando Pessoa, Porto; Performing the Archive, Porto. Giancarlo Cavallo em “Mappe dell’Immaginario Poesie visuale portoghese”, Edizioni Il Campo, Itália; Alberto Pimenta em “Silêncio dos Poetas”, Livros Cotovia, Lisboa; Ernesto Melo e Castro, em “Uma Luva na Língua”, Coimbra; José Tolentino Mendonça, em “Alvoro”, MUDAS.museu, Madeira; José Bragança de Miranda, em “escrita_esGrita”, CAAA, Guimarães; Augusta Villalobos Nascimento e Isabel Santa Clara, em “re_Florigen”, Islenha #74, Funchal; são exemplo dos múltiplos estudos publicados sobre a sua obra. Em 2024 foi coordenador da edição: “Das Vanguardas em Portugal”, Triplov, Lisboa; e com Augusta Villalobos, da operação: Arte_Educação: “da flor, esse rosto de esGrita”, Fundação Bissaya Barreto, Coimbra. Foi antes co-fundador do CAPC, Círculo de Artes Plásticas, como Organismo Autónomo da Academia de Coimbra, 1980; do ARexploratóriodasartes, e do Artitude:01, gerador do simpósio Internacional Projectos & Progestos; e dos Encontros de Arte: Alquimias, dos Pensamentos das Artes, Coimbra. Director de Imagem da Imprensa da Universidade de Coimbra; Director Artístico das revistas Via Latina, e Rua Larga; do European Universities Games 2018, autor da escultura Galardão Prémio de Estudos Fílmicos Universidade de Coimbra, com que foram laureados Alain Resnais e Manoel Oliveira; e do memorial para: “Coimbra, Alta e Sofia – Cidade Património Mundial da Unesco”, Universidade de Coimbra.
Ao longo de 50 anos de carreira, a sua experienciação, investigação e estudos surgem comungados com autores como Raymond Murray Schafer, Tormo i Ballester, Julian Beck, e José Ernesto de Sousa — nas artes, agentes motores Das Vanguardas em Portugal. Colabora com a Triplov desde 2011.
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maio 2024