Adelto Gonçalves – Vida e obra

 

 

 

 

 


Adelto Gonçalves nasceu a 16/10/1951 em Santos, filho de pais de modesta condição. Fez os estudos primários na escola mantida pelo Sindicato dos Operários Portuários de Santos. Com a morte do pai, para continuar os estudos, exerceu pequenos ofícios, desde a idade de 15 anos. Em 1972, quando cursava o segundo ano da Faculdade de Comunicação (Facos) da atual Universidade Católica de Santos (UniSantos), iniciou, na mesma cidade, uma bem-sucedida carreira no jornalismo no jornal Cidade de Santos e, em seguida, em A Tribuna.

Em 1975, foi para São Paulo, onde exerceu as funções de redator e subeditor na editoria de Política e Diplomacia em O Estado de S. Paulo. Em 1980, retornou a A Tribuna, de Santos. Voltou a trabalhar em O Estado de S. Paulo, de 1988 a 1992, desta vez na editoria de Esportes como editor-executivo, depois de passar pela Revista Placar, da Editora Abril, em 1986-1987, e pela Folha da Tarde, em 1988. De 2001 a 2022, atuou como assessor de imprensa para a Fiorde Logística Internacional, de São Paulo.

É doutor em Letras na área de Literatura Portuguesa e mestre na área de Língua Espanhola e Literaturas Espanhola e Hispano-americana pela Universidade de São Paulo (USP). Seu trabalho de doutoramento Gonzaga, um poeta do Iluminismo, sobre Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810), foi publicado em 1999 pela Editora Nova Fronteira, do Rio de Janeiro.

Em 1999, com bolsa de pós-doutoramento da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp), desenvolveu na Universidade Clássica de Lisboa projeto sobre a vida e a obra do poeta Manuel Maria de Barbosa du Bocage (1765-1805), publicado em 2003 pela Editorial Caminho, de Lisboa, sob o título Bocage – o Perfil Perdido, que teve a sua edição brasileira em 2021 pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. Em 1999-2000, foi correspondente da Revista Época, da Editora Globo, em Lisboa.

Foi professor titular da Universidade Paulista (Unip), nos cursos de Direito e Pedagogia, da Universidade Santa Cecília (Unisanta) e do Centro Universitário Monte Serrat (Unimonte), nos cursos de Jornalismo, em Santos, e no curso de Letras das Faculdades Integradas de Amparo (Unifia). Com bolsa de pesquisa da Unip, desenvolveu em 2010-2012 o projeto Direito e Justiça em Terras d´El Rei na São Paulo colonial (1709-1822), publicado em 2015 pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

É sócio-correspondente da Academia Brasileira de Filologia (Abrafil) e assessor cultural do Centro Lusófono Camões da Universidade Estatal Pedagógica Hertzen, de São Petersburgo, Rússia. Escreveu prefácios para dois livros de contos de Machado de Assis publicados em 2006 e 2007 pelo Centro Lusófono Camões da Universidade Estatal Pedagógica Hertzen, de São Petersburgo, em edição bilíngue russo-portuguesa, com o apoio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

Participou do livro Studi su Fernando Pessoa, publicado em 2010 por Edizioni dell´Urogallo, de Perugia, na Itália, com o ensaio “Ambiguità e ossimoro: simboli dell´universo e del mistero in Fernando Pessoa” (“Ambiguidade e oxímoro: símbolo do universo e do mistério em Fernando Pessoa”).

Estreou na literatura em 1977, com Mariela morta (contos). Quando tinha 18/19 anos, escreveu o romance Os vira-latas da madrugada, que ficou um bom tempo no fundo da gaveta, até ser reescrito em 1977/1978. Tendo como cenário o Porto de Santos, esse é o primeiro romance da Literatura Brasileira que tem como pano de fundo o golpe militar de 1964. Em 1980, o romance ganharia menção honrosa do Prêmio José Lins do Rego da Livraria José Olympio Editora, do Rio de Janeiro, e, como resultado da premiação, seria publicado no ano seguinte. A segunda edição saiu em 2015 pela Editora Letra Selvagem, de Taubaté-SP.

Outros livros vieram: Estudos sobre Fernando Pessoa, em co-autoria com Simone Pereira Schmidt e Ana Helena Cizotto Belline (Rio de Janeiro, Fundação Cultural Brasil-Portugal, 1986);  Fernando Pessoa: a Voz de Deus (Santos, Editora da Universidade Santa Cecília, 1997, ensaios e artigos); Barcelona Brasileira (Lisboa, Nova Arrancada, 1999, romance; São Paulo, Publisher Brasil, 2002); e Tomás Antônio Gonzaga (Rio de Janeiro, Academia Brasileira de Letras/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2012, ensaio biográfico), entre outros.

Com o ensaio “O ideal político de Fernando Pessoa”, publicado em Estudos sobre Fernando Pessoa (1986), obteve o Prêmio Fernando Pessoa da Fundação Cultural Brasil-Portugal, do Rio de Janeiro. O estudo foi publicado também em Fernando Pessoa: a Voz de Deus (1997). Conquistou também os prêmios Assis Chateaubriand de 1987 e Aníbal Freire de 1994, ambos da Academia Brasileira de Letras.

Com Gonzaga, um poeta do Iluminismo, ganhou em 2000 o Prêmio Ivan Lins de Ensaios da União Brasileira de Escritores e da Academia Carioca de Letras. Em 2019, a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo publicou seu décimo livro: O Reino, a Colônia e o Poder: o governo Lorena na capitania de São Paulo (1788-1797), ensaio histórico, que tem sido alvo de várias resenhas publicadas em jornais e sites do Brasil e de Portugal. Tem pronto para ir ao prelo o livro O exercício da solidão e outros exercícios de crítica literária, que reúne as resenhas de livros que lhe garantiram os dois prêmios da Academia Brasileira de Letras e textos mais recentes publicados na imprensa e em canais digitais.

Seus textos podem ser lidos em sites como Triplov, Baía da Lusofonia, DasCulturas, DasLetras, Incomunidade, Revista Partes, Revista Úrsula, Revista Bula, BoqNews, Jornal de Poesia, Mallarmargens, Filologia, Verdes Trigos e outros. É colaborador da revista digital VuJonga, editada em Lisboa e dirigida aos povos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), e do Jornal Opção, de Goiânia.

 


Revista Triplov

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Portugal – Fevereiro de 2023