TRIBUTO AO PROF. GALOPIM DE CARVALHO
É verdade e toda a gente sabe que a educação começa em casa, mas também é verdade que esta prática tem de continuar na Escola.
Infelizmente, nos dias de hoje, há situações em que a casa (leia-se os pais ou os que fazem as vezes destes) não sabe ou não tem condições para dar educação aos seus jovens e, aí, é o professor que é chamado a exercer essa função cívica, porque, todos sabemos, a sua função (eu prefiro dizer missão) é também e, sobretudo, social. A verdade é que a Escola ensina, mas também educa.
Só se ensina e/ou educa uma criança ou um adolescente, estabelecendo com ela ou com ele uma relação de afecto e confiança. É, sobretudo, por esta via que ela ou ele pode “aprender a gostar de saber” e gostar de saber é porta aberta a gostar de estudar seja que matéria for, mesmo aquelas que no meu tempo de aluno se diziam intragáveis. Gostar do professor é meio caminho para gostar de saber. Foi esta a minha experiência, na universidade, com mais de uma dezena de milhar de alunos, e nas muitas escolas e do básico e do secundário que, desde sempre, visitei.
Mesmo agora, através da minha página no Facebook, a relação que estabeleço com os milhares de leitores (cerca de 28 350) que nunca vi e com quem nunca falei de viva-voz, tem uma notada e belíssima componente de afecto, com grande influência no gosto que demonstram por matérias que desconheciam, ou, mesmo, detestavam e esqueceram. A verdade é que “aprenderam a gostar de saber” e fizeram-no através dessa relação. Só assim se explica que leiam o que aqui deixo, textos por vezes longos, que participem e comentem interessada e abundantemente e que, como me fazem saber, esperam todos os dias as leituras que, enquanto é tempo, lhes vou dedicando.
Revista Triplov
Tributo a A.M. Galopim de Carvalho – Índice
Portugal . Outubro . 2022