Excerto fatídico

Tributo a CHARLES BAUDELAIRE 
Org. ALESSANDRO ZIR


Alessandro Zir

Podemos perguntar o quanto as questões ontológicas e metafísicas (identificadas por nós no corpus dos colonizadores portugueses do Brasil do século XVI) são ainda significativas para os modernos, e como depois da modernidade se pode participar ainda em experiências a elas relacionadas. Ou, numa formulação diferente, podemos perguntar, como diz Hacking, se o estilo de pensamento analisado nessa tese está hoje em dia “morto”, “extinto” (Historical Ontology, 194-95). Aqui, iniciativas modernas no âmbito da literatura e da arte, ou resíduos de misticismo e xamanismo sobrevivendo na modernidade (a psicanálise seria quem sabe um bom candidato), podem se revelar uma fonte mais interessante de estudo do que a ciência propriamente dita. As ideias inferidas do corpus analisado nesta tese sugerem poder haver algo na realidade que não se deixa reduzir ao que é natural e empírico, e que (se existente) não se deixa abordar através dos mesmos tipos de procedimentos que permitem a classificação e o controle de fenômenos constituintes daquilo que as pessoas entendem como suas experiências ordinárias. Se há algo que atravessa o mundo visível, esse algo não pode, por definição, ser dado mesmo numa classificação e controle exaustivo dos fenômenos desse mundo…

 

Excerto fatídico

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revista triplov

SÉRIE VIRIDAE / 03 / CHARLES BAUDELAIRE

Portugal / Dezembro 2021