RESTAURIUSVÍCIUS
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V






Era uma vez directas entre areais. Uma piela de absinto. Era uma pensamento em flor de licorne. Era uma vez um provérbio chinês esquecido. E à sua sombra colho e como mangas. E urino e grito, no preludiar de um paraíso fálico, de aleluias anedóticas, de texturas timbricas imprevisíveis. De veludo martelado.

Requiem para uma exposição experimental. Requiem para a actividade. Suar no ser-tudo e levitar de cansaço. Pela energia beliscada, caraças. Não espero nada de nada. No centro. Na floresta cardíaca da criação inerente a cada um reside esse dilúvio cristalino de serenidade.

Uma directa de cebolas hirtas e o pensamento enxovalhado. O frigorífico alimentava-se de pontapés e calava-se danado. Um frigorífico estimado pela sua prudência e crescendos súbitos. Um frigorifico musical e desnaturado como as sinfonias de Sibelius.

Os outros comiam, entre inteligíveis pensamentos fulminantes: «os poetas são todos uns maricas, olhe, o Botto, olhe, o panasca do Pessoa, olhe, o Camões; quanto mais maricas melhor… é como o cozido à portugueza, não há um que se safe… talvez o Sá-Carneiro que deu em maluco…esse é que havia de ser um grande poeta se ao menos não se matasse ou lá o que foi… mas são todos uns grandes panascas!». «Concordo perfeitamente consigo…não tem um copo de água e faça o favor de parar de tocar isso… faz-me mal aos ouvidos!… e o Bocage? Agora não, mas ainda não sei se…». Ou então dormiam quais cães maravilhados pela prudência do cio, albergados no seu cancro de cerveja, ateando fogos num sonho de saliva e de perguntas em brasa. Chamem os bombeiros que um anjo burlesco berbequiona… abriu um queixo… furou outro… cristo, onde… que tetas de mula se dirigirá… a um vespeiro?… Cristo! Como é louco !