Raspar o focinho. As cáries ronronrantes e justas. Mas, primo, empielá-lo, enfunilálo em uisque ou jim ou cocacola ou brande ou tintol ribatejane ou coise que u anavalhe. O momento insípido dos grunhidos e das navalhas a afiarem-se. É como estar em presença de um acto eleitoral. Não suspeitamos de nada. Somos embebidos na gazolina estonteante da propaganda e lá botamos o nosso papelinho com uma cruz assim mesmo.
Há os estilistas, e os perguiçosos e os esmerados e os ceguetas. Etc. Sofremos de uma inibição lenta. Navegamos dentro de um urinol e somos um país de marinheiros. Aí está! É o que somos! Quem diria? Cada vez mais perto da urétera focal do animal destinado ao sacrifício, ao holocausto. Com patos, frutos, arrofadinhas, boliberlis, pastilhas fofas, chocolates, colares, pulseiras. Com concerto para arco de violino e moscardo. Ceguinho, tenha dó desta besta, irmão! Todos se prostam diante do idolo magnético. Cada vez mais próximos da taradice. Cada vez mais plenamente tarados. Independentemente tarados. Infinitamente tarados. Aqui nós, como carne pendemos, nestes chouriços, nestas alheiras. Todos curtimos o nosso cigarrinho… Pudera!… Quem é que nos impediria?
Não fomos feitos para trabalhar. Mas que quer…não é de uma coisa dessas que vamos ter medo. O trabalho é uma aranha que esfrangalha tudo. Proclama boatos por toda a parte. Desbota a luz e a clarividência. Caminha como a peste: devolutamente e sem pressa. Tem presas com fartura. Lambe-lhes o cú, a picha se fôr perciso. O trabalho não é um fim imanente mas um meio transcendente. Transcende todos. Golpa-nos. Cala-nos quando rabujamos. É omnipresente e inconstante. Raramente provoca satisfação.
É o ritual desta matança. Sangramos por todo o lado. As escadarias besuntam-se. São cada vez mais molho e salsifré de escorrido que outra coisa qualquer. Sopra-se a pele, para libertá-la do atrito do corpo. Tira-se tudo. Mas não há alma, só banhas e tripas. Tripas à moda do Porto. Arroz de marinheiro. Dobrada. Joaquinzinhos fritos.
De um porco tudo se espera. Uma vida consumida na furda gozando toda a sorte de restos. Os restos da comida. Os restos da sabedoria. Os restos do prazer. Por assim dizer, o que sobrou. O que não prestasse. A informação que não presta. Os lucros que não prestam. A história que não presta. Os lucros que não prestam. O retalhismo histérico. A amostra gratuita para o êxito inevitável da pasta de dentes Turturex. No final todos festejam numa quase orgia. Bailam toutiços roçantes num desanuviamento de cavalos a montarem-se uns nos outros. Baila o mêdo efémero da circuncisão colectiva. Um plenitudio sexual. Um furacão constelado nas roupas. Um suor misturado com alecrim. O sexo transpira. Os ossos do porco transpiram. Os cães transpiram. Os gatos transpiram. Prestes a rebentarem todos. Um fósforo e BUM esse paiol Iluminava-se, tornava-se um Buda. E já não necessitava nem de catarse, nem de tesão. O porco subira seguidamente como um balão cheio de gás. Sentir-se-ia feliz e não culpabilizado, culpado das pequenas perversõezinhas, dos crimes sonâmbulos, ambulatórios. Um crime na espinha com pequenos rebentos saltitantes. Rebentos-batráquios. Rebentos de poliretano esponjosos e efeverescentes que nem um fogo de Artifício ou a Virgem Maria numa árvore proclamando dogmas e deitando cartas ao desbarato. Era um solução messiânica e biblíca. Uma solução mesmo assim enfezada como o Apocalipse. Natural e espasmódica. Metafísica, surpreendente Revelação. Não? Bonita parábola para uma pregação qualquer. E porque não? Migalhas de porco espezinhado.
E inventariamos um hino - heróis ao ar, doereis de novo? Nação ardente e paradoxal. Enxovalhai hoje de novo essa predilecção anal! Etc. Seria sonante. Aliterado. Cheio de insinuações, de sumo. Desancariamos as peneiras a qualquer patriotismo e sublevariamos os Continentes à libertação total, anh?
E roxa rôxa de malva uma fatia de queijo deslizava entre as coxas de uma Aragonesa numa noite de Camarões nas lonas de uma lúdica pobreza…