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Ama como se fosses um esboço - espaço de dobradiça duração.
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Multiplico-me em indomáveis docilidades.
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Ao adolescermos desejamos com requintados exageros a autonomia ignoradamente amarga que só a morte pode oferecer.
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O que exibe desaustinadamente dissimula com rigor secreto a exaustão eminente.
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A gramática é desígnio técnico com que as línguas ditas mátrias lambem a florida fenda - a dos afundamentos?
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As retóricas abrem frutos de comoções a que a sensibilidade sonsa parecia insensível.
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As revoluções são coloridos vulcões que distribuem pancada amorosa.
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Os figos secos não nos purificam nem das negruras do não nem das tácticas da medonha morte.
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Sê minuciosa, mesmo quando te deslumbras com a baba dos mitos - repararás que cada singularidade e detalhe ameaça a generalidade brejeira que gera os povos.
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A beleza? - alegre glosa da fraqueza?
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A prosa excita a inacção soberana, embora ansiosa.
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Não te deixes subjugar sequer por palavras de ordem - a ordem apenas te quer ordenhar.
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O fascínio das mortes exemplares enoja-me. Poderei ser clemente para com martírios involuntários. Nenhum deus ou ideal que se compraza em ser belo ou vero admite admiráveis destruições de inalienáveis criaturas.
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As literalidades, tal como as litoralidades, desossam-se - prefiro prostituir-me nos meandros, amargados ou não, das ambiguidades.
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Nega-te no que não se consente frágil.
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Poderás ser intensa sem o hábito genuíno das incompletudes?
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Toda a mentalidade é seguramente carnal - desde as rosas que se redimem na repetição de serem apenas rosas até às orquídeas utópicas no irrequieto utopismo.
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Somos corpos que se desenrolam em suposições das mais insuspeitas coisas.
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Enrugam-se em teorias animais as suaves peles filosofais.
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Foi fulminada pelo fulgor fatal da língua bífida do real.
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A pertinência dos paraísos é eco de génio e genialidade ecoante - deixa-te iluminar pelo que as justificações elidem.
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És o prelo do pelo.