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Humedeces-te em algo ininterruptamente descontínuo - és plácido pomar que retira os tapetes dos hieróglifos.
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É pela nuca que se afaga a fria fragilidade da sabedoria.
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Há decepções perfeitas que farejam festas vindouras.
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A arte é o descerramento dos sentidos subterrâneos - vulnerabilidade dúctil quanto o cântico antes de desflorar o ar.
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Entregar-te-ás à retórica das desordens consentidas. Encontrarás na inclemência das palavras fragmentos de uma perpétua exuberância.
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Há plantas musculadas que fazem regelar as genitálias - os caules calam a caducidade dos coitos.
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Serás a donzelas que os duráveis dons degela.
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Ternuras selváticas que te salvam de seres centro.
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A agua que aguarda nos poços é esotérica - porque obscuramente límpida.
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A ironia é a receita das revelações mais naturais. É a graça que petrifica através da sua entrançada cabeleira de gargalhadas.
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Há hostilidades entre sexos mais antigas que a espécie - não são conveniências de ocasião que darão cabo de tais hálitos desavindos.
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Os cariados caninos das Górgonas...
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É em nupcial vocalidade que os actores do divino acorrem à construção das paixões.
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A desmesura da eternidade é a cada momento uma sibilante perca de tempo.
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Cada renascimento é mais que as mangas e os correspondentes panos que reeditam atribulados milagres.
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É através da ingestão sábia de especiarias que espaireço minhas tribos de enxutas emoções.
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Não se confundam paraísos com pátrias, embora tais enganos afinem com afinco graciosas estirpes.
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Submerge-me resistindo-me que eu te afundarei desistindo.
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Quem excita a altivez angélica morre pela ferocidade das partes mais baixas.
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Paradisíaca é a floração sem impedimentos de partes que não pendem.
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És distracção harmoniosa que trai fetichistas harmonias.
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Entranham-se as iluminuras em íngremes fados - seguem-se-lhes escadarias subliminares.
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Razões que diurnamente não vibrem não me servem como guia quanto mais como amantes - no princípio era a vib-ratio.