PEDRO PROENÇA www.triplov.com 11-05-2004 |
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Que um deus obreiro me abrase e uma freira se case.
Ao nem se mostrar ou esconder fica o melhor para ver.
Nem sob impuros disfarces ou travestismos lilases.
Faça-se meu o seu teatro sair do húmido godé.
Uma verdade de la palisse . Já aqui não está quem a disse… |
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Agora que são fluidos os ritos chineses, agora que a angústia tem os dentes afiados, agora que as crianças crescem nos canteiros acendem-se isqueiros.
E os deuses tocam numa orquestra sinfónica ao serrarem nos seus instrumentos de corda uma peça do Charles Ives.
São entreactos e não músicas verdadeiras dizem os melómanos de ocasião.
São poucos os que provaram lembranças. Tinham dentes a mais.
Não te iludas com o esquecimento mesmo civilizações sepultadas há milénios têm mais uma oportunidade.
Os esquecidos estão a obrar no vento áspero do Sahara. |
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Se se faz inviolável o pensamento inviolável permaneça o pudor ignorando às irrecusáveis violações aberto. É uma porta que range decerto!
Mas quem delas sabe? Nem eu, quando as coloco no dos deuses terraço! Como anónimo alcoólico chamo os bombeiros para apagar o delirium tremens . Metafísica a mais nos subúrbios. Palimpsesto a retalhos nas observações… |