Suportem-se os suporíferos homens na sua machesa melosa.
Não sou despejada na gramática mas sou despojada nas entregas.
Minha prosa constelada de feras pode tagarelar imprudentemente porque sabe reger-se como um mundo livre e acolher quer vigorosos amores quer faccinoras sentimentos – aceno a essas orelhas vossas que já não se acreditam moucas, como que vos lendo, agnósticamente, o que não se rende a bastar-se ser silêncio.
Timidez de urso não faz as linhas mais rectas.
O coração desembrulha-se da sua altivez subterraneamente.
Uns amam o dote, outros os dotados.
E encarregue-me Amor de buscar basculações de toques prudentes, e sentir-lhe o gosto, e o cheiro báquico dos lúbricos recantos – desejo ser conviva das cinco sagacidades dos sentidos, sem dissuadir o que parece sobrar-lhe em serviçal coração. Ou não.
Desdigo as semelhanças que nos escravizam.
Quereis ser orgulhosa vassala de meus caprichos, mas meu capricho é que não sejais vassala.
...essa fábrica me fabrica a laca dos pecados.
Comparas utopias como se nossas imperfeições não fossem o lume que nos enlaça mesmo quando nos mostramos frias.
Podereis reprovar o irrepreensível, mas há reprimendas que não se merecem.
Deixa-me profanar com verdes garras os ornamentos escarlates.
Ligações falsas seladas com o infiel lacre do amor dão moralidades de pechisbeque ou tardes com televisor.
Legisladores de amor, amam o amor ou a legislação?
Os olhos úbricos que te importunam, tiram rendimentos sentimentais de vossos porte que mais tarde poderão ser encadernados com estima e muito recorte.
Indica-me ocultações, ou oscula-me cultamente!
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