Procuro razões que não venham em minha defesa.
Excitas a desonra como uma técnica para polir a santidade. Ó sacro masoquismo!
O conhecimento das vontades exercita-nos para a estranheza.
O teu repto era que me deixasse raptar?
Estrangulas-te no que julgas que eu julgo.
O caminho ausenta-se caminhando? Então desencaminhemo-nos como cativos caminhantes.
A minha laringe, em mudos movimentos de memorização, repete silenciosamente teu nome adocicado, e o corpo destila uma canela interna que o perfuma até às entranhas.
Quero-te demasiado profana, isto é, sem polimentos para eternidades ou perfeições de ginásio.
Faço o que faço retorcidamente porque estou nas antípodas das éticas quadradas.
E afortunadamente envelhecemos para dar lugar a outras, menos enrugadas e mais destemidas, incapazes para prudências e vítimas tolas de futuras feridas.
Deverei amar-te com um òdio que contra si mesmo se debate?
Odeie-me o vulgo como queira, desde que eu me não odeie e me levante mais inteira.
O escarro da fortuna esculpe deuses nas encruzilhadas.
A fatal lingerie e outros grifos de estimação, para que o narrador, “oitocentista”, possa rechear os seus parágrafos de deliciosas cangalhas.
De início vem piramidal, com culternas plumas e outros tergeitos, mas acaba subtilmente aticista, em cima de um terraço ao amanhecer, fitando o mar que emerge da noite e que se desenrola como um tapete na vista até ao meu peito.
O seu gosto de início era desagradável, mas com o condimento certo e talentosas mãos a temperá-la, saboriei-a como incomparável iguaria e sumptuosa presença.
Algum glamour, mas pouca uva.
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