A devoção amplia a incapacidade de admitirmos que nos amamos demasiado, e então cultivamos o amor em canteiros alheios, humanos ou divinos, como se quizessemos ampliar este ego mal-mascarado nas representações que fazemos das criaturas a que nos devotamos.
A consciência é um longo nojo quando nos acobardamos, e uma festa para a qual estamos sempre convidadas.
A sombria insanidade espreita sempre que adiamos a exploração das florestas báquicas da consciência.
A elasticidade do sino era negra.
Advertências do mundo não cozem espargos.
Fujo dos meios que contêm os fins e os principios.
A mão do escriba é infame, porque as vozes transcritas desleixam os timbres que intimamente sussurram.
Quando o samba some, a pavana pavoneia-se.
A argila com que o demiurgo formou o homem é uma paródia literária das vozes internas que cozinharam o deus.
Põe a sabedoria em vinha-de-alhos.
O mundo receita-nos tarefas, mas estas não passam de magias de limitada eficácia.
Os amores, mesmo os mais verdadeiros, não se livram dos hálitos teatrais – e a peça que recitamos é identica a arcaicos clichês.
A arte leva em si planos de sublimes impossibilidades. Embora a execução as tenha tornado pertinentes e possíveis.
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