Sentia-me bastarda sempre que me duchava.
Nenhuma civilização arquitectada com o acidente sofre da falta de pompas.
Desmaiam para o bem os que palitam os dentes para o crime.
Há quem confunda altas velocidades com heresias. Estas aparecem frequentemente na vizinhança da imobilidade.
Afundo-me no dossel para me honrar externamente – faltam espelhos expressivos (ou expansivos) à eternidade.
Se o absoluto é uma esfera poderei deixar de lhe ver os hemisférios ou outras corriqueiras divisões? Quando nomeio o absoluto surge a mosca – e há nos rios de tinta que a ontologia faz correr muito cheiro nauseabundo.
Uma alma forrada com pele verdadeira... de quê?
A minha amante esbranquiça-se noite após noite – e sinto-me soberana dessa branquidão algo protocolar.
A serpente já sente a carcassa do hipopótamo.
Ateia-me! Minete de ateia. Matei-a?
Agora és a herdeira bronzeada de uma beleza escarlate – dedicas-lhe momentos de braseado pudor porque sabes que o respeito é bastardo da imoderação.
À arte pedes labirinticas dissonâncias, altas e expeditas, sujas como a natureza, pulcras sempre que possível – embora a beleza acene como um crime vindouro.
Não sou dissoluta nem vibro na desonra. No fundo sinto-me uma morcega africana que prefere horas frescas para sair dos buracos.
Cada acto de criação nos apunhá-la, porque ao substituir um pormenor substitui devagarinho o resto do mundo.
Falsas estimas – ligas de licra.
Omissa como uma música que nos esbofateia só porque nos recorda outras músicas com letras canalhas.
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