Assim frequentemente me invocou a Musa, como se eu fora em seu socorro. Mas os bombeiros chegaram primeiro.
A memória é a citação de uma série de prudências que ficam como uma montagem de imagens na nossa «cabeça» - a memória sobra-nos como desejos desperdiçados em aguardar algo. Lembro-me do que ficou por acontecer. E se acontecesse...
Desperdiçamos as côres, e em particular a branquidão falsa que se fez passar por grega.
Examinamos os pensamentos para pôr conhecimento novo, ou com este lavar o que nos é mente – mas não é por isso que rejenuvescemos ou regressamos a criança, como uma tábua rasa que não é tábua, nem é rasa, e muito menos infantilmente pura.
O livro sabe melhor com um pouco de sal – o leitor enriquece temperando as leituras com a sua imanência.
O que é que Avicena terá lido em Aristóteles? A Metafísica como muita canela?
Os versos auxiliam-nos muito depois de escritos – quando nos estrangeiramos e as ângustias do mundo vêm, como piranhas, devorar as últimas esperanças.
É a mudez que faz a instrução dos olhos, ao mesmo tempo que lhes dispersa as vontades.
Adicionamos um duplo à nossa consciência porque é sempre agradável saber que algo nos duplica, mesmo como sombra ou ignorância.
O teu orgulho orgulha-me. A tua influência fluência-me.
Compilo, não num estilo emendado, mas porque uma giboia interna antologia fragmentos de uma graça que todos julgamos antiga mas que é tua.
Avanço até onde sobe o sabor do mosto. Páro. Sinto a influência ébria das tuas maneiras, e como, com elas contrastado, me sinto rude. O que era antes era ignorância sem candura.
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