Com que é que a recusa ombreia?
Posso perdoar ao ladrão vil furto, se ele for delicado, mas o que és rouba-me até o espólio resumido e húmido de toda a minha pobreza.
O irreconhecível sabe-se maleita de desnaturada grandiloquência. Carrega o erro que deseja.
Encaracolas o òdio em ferimentos sabidos.
A graça é a lascívia temperada. Tu julgas que a lascívia sai com lexívia, mas a suspeita do mal é uma arqueologia do bem. A àgua do poço da lascívia é puríssima. E os cuspos que trocamos com alexandrina luxúria são fecundos. Não sei bem se neste, se noutros «outros mundos».
Aqueles erros de aferição que a liberdade adora cometer...
Sou a ventura frequente e fremente de um coração que não consegue aprender a ser ausente.
Da beleza em que te enxarcas, e dos anos anarcas, retiras os apropriados benefícios como uma retaliação às ironias alheias.
As nádegas, mais que a tentação, sugerem a topologia do fofo, o íman total onde nos poderemos afogar.
Arte delicada que te provoca, arte de te declarar maravilhosamente obscura, para que um Boucher te assalte com as cores claras que na paleta condimenta.
E quando uma mulher uiva de ânsias, deverás deixá-la-á em vinha-de-alhos até que o ressentimento prevaleça?
Que não sublimes no apalavrado mas te entregues para seres devorada pela minha ignorante astúcia.
É na ausência formilhante que assento.
As infâncias pedalam-te a beleza.
A juventude vagueia como um cometa que nunca regressa.
A sua formosura é o templo e a atempada tentação. O divino torna-se ainda mais sagrado na experiência da profanação.
No cadafalso da pulcritude falsificas o que em ti é já natural falsete.
O que é dela é ele todo aflição – como uma flor que quer rebentar como uma bomba.
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