O brilho dos olhares, por mais inoperante que seja, encorpa-nos.
O arraial erótico torna-nos ingremes quer perante as ternas evidências quer perante a diletante obscuridade.
Se a substância maçadora da minha carne for pensamento, então não há distância sexual entre mim e o mundo – a vida é uma orgia a cada momento.
As furias injuriosas forjam maneiras que as arrefecem.
Remorsos remotos? Paraísos abortados?
Toda a matéria busca dosséis para que em si mesma se transforme.
Porque o entendimento é um limbo que tem qualquer coisa de inclinadamente homérico – um mar vinhoso que encanta ou mata e uma terra que sabe acolher naufragos.
O espírito pilha mas não mata.
O mundo é pirataria entre divindades.
Há uma palmeira que me desenha, como se todos fossemos emblemas astutos.
Manipulas os meus anseios retardando a eternidade.
Insígnias de recatos.
O camelo quer que eu renuncie, isto é, que me entregue à reflexão como a uma genuflexão, mas prefiro flectir-me em todos os sentidos, não me limitando nem a um único exercicio nem a uma febre submissamente erótica.
Na embaixada macia do amor o eu e o tu estão também connosco.
Há quem desperdice a vida, eu tenho desperdiçado a morte. Não sei com que adjectivos...
Oprimidos com comprimidos para a melancolia?
A vida recurva-se, ignorando os círculos e as rectas. É assaltada de mensageiros rápidos ou infortunados retornados.
Pedes a justa saúde como uma esmola. A quem?
Alegria de estarrecer... mas então o contentamento torna-se mais ascético, como se quizesse alongar seus músculos...
O que imita emite… Teme a teima do ermita.
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