Penteu é premeditado. Dionisios dá-lhe a oportunidade do desconhecido. A mais radical fragmentação. O báquico desbragamento.
Oferecem-me ofensas, desamadas avenças.
Ao me pedir que pense o amor, com a desculpa grave de que é especiosa filosofia, o amor, suculento, se inicia.
O devedor ama-a, porque o conhecimento se tornou um dever e um fervor erótico. Substituis a criatura suculenta e carnal por demandas irónicas de um luto do absoluto, ou nem isso.
Há quem chame ao sofrimento «meu amigo», como se este fosse uma batalha ganha.
Suspeito que o amor é perda e que toda a conquista é desamor. Recordarás os arrepiados momentos em que ficaste entregue às tuas vulnerabilidades mais reconditas como um achamento de continentes por desbravar. Foram esses padecimentos que te determinaram a vida como o prazer da despossessão, como uma alegria sem causa. Tornaste-te receptiva a perdas futuras, apaixonadamente.
A doce presunção do enamoramento...
A Acrópole pisca-nos os olhos dizendo: o sagrado é persuasão. A persuasão redobra esse género de verdades.
A diurnidade abre-nos o peito. As coisas tornam-se despeitadas quando dormimos. Há algo de degradante no sonhado.
Os sonhos olham-nos com um olhar que é distinto do dos espelhos. Não sei se os olhos que os olham são meus se de outras criaturas...
Brilhas como se alguém te encenasse para a obscuridade.
Então és o regaço que me quer adocicar com aleivosas doçarias...
Sombras de sombras em vez de evidências semânticas – a linguagem pede para ser indeterminada, de forma a tornar mais fortes e eficazes as suas intenções mágicas.
A máscara ínibe o irrepresentável no seu original improvável.
Venturosos os olhares que abraçam a gentil fronte da minha amada quando esta se olha ao espelho.
Hécate semeia na encruzilhada, como se cada decisão fosse uma caraça imperfeita e infernal.
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