A natureza aprimora a beleza com uma escassez de verdade – e há nisso algo excitante.
Transfere as tuas pausas para músicas menos breves.
Há maus versos que garantem a esperança.
Cada mudança implica uma dura luta com a imobilidade.
É o tabu que formata o desejo e que deixa espuma nos meus sonhos tropicais.
As sombras gostam de macaquear os pecados da vista.
São os trilos do espírito que nos ensadecem.
A violenta ternura dos juramentos é fabricada pelo ciume.
Um amor aljofarado cujos panejamentos contribuem para uma espécie de derrota da vontade.
Não é desejo o que brandamente deseja, e o que não abarca todos os peitos – porque no peito é a alma que se ageita, não no sexo onde se esvai a fome, fácilmente saldável.
Uma arte não é arte se não nos açoita em cada parte.
E para este pecado demando remédios – ele está assim como que entranhado nas vísceras do meu coração.
Rectificas as metafísicas ao acordeão porque julgas ter a verdade como cliente.
Ao possuir o devir como um deus, rebaixa-se a um nível onde todos os valores, porque intransmutáveis, definham.
Abasteço-me da ironia que reaviva a ira e que se sublima na adversidade a qualquer conversão.
Somos criaturas psicológicas, e precisamos de cacau como combustível para disfarçar as iniquidades que o amor provoca.
Tu que te recatas nos elogios pintados de seres um pretexto, deixa-te embalar na beleza estranha que a todos ameaça.
A mão injuriosa do tempo esmaga e remexe não só as evidências mas até as intimidades mais ignoradas pelos seus sujeitos – há permanentemente uma inclemente desapropriação.
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