Amas o florilégio, mas repugna-te o elogio.
As adversas maneiras, cultivadas contra a nossa propensão, acabam por se tornar o melhor que temos.
Tenho lata porque não a tenho onde a devia ter.
Mergulhar no anonimato por repugnância à adulação.
O verdadeiro amor não pode ser único. Mas também não pode ser geral. Mas quer o amor singular, quer o amor geral, podem perludiar, como exercicios preparatórios, esse tal amor que tem sabor a absoluto.
A separação é uma ilusão a que me posso intermitentemente entregar.
As dádivas são como as tortilhas – compostas e remexidas.
As tormentas rodeiam-se de factos para provar algo, mas costumam ser o estigma que leva à reprovação.
A curva do cisne dá fome de licenciosidades.
Os pensamentos de amor são um excelente entretenimento.
Não quero ser iludida pelo amargo, mas não me importaria com uma pequena dose de àcido.
O que é recatado, mesmo depois de peneirado, remanesce.
Todos meus amores nada mais fizeram do que a imprudência de se deixarem engolfar numa análise soberana, mas complexamente imperfeita.
O que é que precede qualquer atracção mútua?
Somos cromos demasiado coleccionáveis para a vossa caderneta, por mais franco que seja esse amor que generosamente distribuis...
Na ambiguidade afável do teu regaço me recolheste. Embora não te possa responsabilizar pelas raias da alteridade...
Considera a anémona como uma amnésica suserana.
Acabarás sempre por te comprometer com a premeditação dos astros ou com alguma loucura de origem divina.
Se a criatura excêntrica no mais oculto dos seus sinónimos te aguça o gosto pelo intencional, entrega-te numa não-intencionalidade que te robusteça.
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