As fábulas não libertam, antes nos aprisionam, quer nos limites da realidade prosaica que as forjam, quer numa terna ausência que as habita. A fábula apenas fornece o enigmático para nos entreter com respostas ambiciosas que parecem dar um sentido um pouco mais importante à mísera vida.
E a paciência doméstica deixa no cabide as tormentas em que o mundo politicamente se retorse.
Cada verificação é mais uma porta aberta para o cepticismo.
É o brilho da armadura que excita os ferimentos.
Pedir perdão costuma ser uma forma descarada de legitimar crimes.
Previligiar o tempo em deterimento do espaço?
Já não devo esperar, pois cada momento é um momento oportuno, mas só é momento enquanto o momento durar.
Somos responsáveis perante tudo aquilo que desperdiçamos.
A gargalhada garante a emergência da novidade mesmo na mais podre das républicas.
Hermes é o deus que intoxica as nossas almas com amizades nocturnas que devêm extremas. Temo que nelas desbote a borbulhante criança que torna mais fortes as cores diurnas.
Sentimos que a nossa singularidade é eterna mas dificilmente a concebemos como anterior às nossas atribuladas infâncias.
Há no modo como as coisas nos vislumbram um piscar de olhos que nos recorda que aquilo que não vemos é precisamente o reverso do catastrófico.
A cabra àcida que efevresce em livro antigo... falta o resto do poema?
O mundo envelheceu de tal modo que já não consegue restaurar a sua moldura.
A maravilha consegue emendar a ironia ressentida da história.
Os maus assuntos merecem os seus cultores, que ajudam a tornar límpidos, por contraste, os mais admiráveis assuntos.
Ama a minúcia em cada minuto.
Avença de contendas.
Em vez de acrescentar um grão de sal, acrescentar um grão de luz.
À maturidade sucede uma propensão para rastejar.
Há quem se queixe da falta de tempo, mas este é generoso nas suas gorjetas.
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