E teu nome — irina —
verde azul de hialina
transparência,
que nem é mistura
que se ensina,
alquimia de que se conhece
a exacta ciência —
apenas esse riso de menina,
semovente correnteza,
água pura da mina
que lava as angústias
do pai rezinga.
Pomba de alvura
que ao tiro da matina adeja,
céu de boa sina seja a estrela
que te ilumina, tu mesma
primavera alevantada no fluxo
em que toda a vida se anima.
E vai e deixa sobre a terra
o lume de ser lava; e tenhas
sombra e paz ao calor do dia a pino,
ou nos nevoeiros em que por vezes
a tarde finda.
E a mão da honra te seja
cajado na subida, e ainda que pela
selva do mundo deambulando,
como grão catado na algibeira
a alegria tenhas por medida,
que o que o arrojo furta à sina
é sal de toda a humana aventura.
JOSÉ
LUIZ TAVARES
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