RENATO SUTTANA
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Lâmina (e outros poemas) (2006) |
INDEX |
I / LÂMINA ................... VII / EM SONHOS ..............
VIII / OURO, MANHÃ........ IX / DEPOIS DE UMA NOITE ................... XIII ...................... XIV ............. |
IX / DEPOIS DE UMA NOITE |
Depois de uma noite
de velório a presença do morto se desgasta um pouco
A vida dos vivos se desgasta um pouco – e tudo permanece como que inalterado
Pela manhã recrudesce a dor E as sombras que dormiram na noite (que se despiram de si mesmas na noite) se põem de novo em movimento e as aflições recrudescem (E tudo permanece inalterado)
Levamos o morto para a sepultura (seu olho ausente não nos enxerga como outrora: e sua boca é silêncio) Com o penhor da fadiga da noite e das preces e dos pensamentos exauridos que a noite dilapidou lentamente
(A felicidade, pensamos, não é nenhuma regra deste mundo)
O silêncio do morto desgasta as vozes ao redor. |
Renato Suttana – in Lâmina (e outros poemas) (2006) |
O livro todo pode ser lido a partir do endereço http://www.arquivors.com/renato_lamina.pdf |