VENHO DE DENTRO,
ABRIU-SE A PORTA...
Venho de dentro, abriu-se a porta:
nem todas as horas do dia e da noite
me darão para olhar de nascente
a poente e pelo meio as ilhas.
Há um jogo de relâmpagos sobre o mundo
de só imaginá-la a luz fulmina-me,
na outra face ainda é sombra
Banhos de sol
nas primeiras areias da manhã
Mansidões na pele e do labirinto só
a convulsa circunvolução do corpo.
In:
Poesia
Organização e prefácio de
Fernando Cabral Martins
Assírio & Alvim, Lisboa, 2ª edição, 2001
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