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A magnólia

A porta aporta

Difícil Poema de Amor

As sofridas amoras

A quem se interesse

As casas vieram de noite

Venho de dentro, abriu-se a porta...

Poema quase epitáfio

 
Luísa NETO JORGE
A Magnólia (selecção de poemas)

VENHO DE DENTRO,
ABRIU-SE A PORTA...

 

 

 

Venho de dentro, abriu-se a porta:
nem todas as horas do dia e da noite
me darão para olhar de nascente
a poente e pelo meio as ilhas.

Há um jogo de relâmpagos sobre o mundo
de só imaginá-la a luz fulmina-me,
na outra face ainda é sombra

Banhos de sol
nas primeiras areias da manhã
Mansidões na pele e do labirinto só
a convulsa circunvolução do corpo.

 

 






 

 

In: Poesia
Organização e prefácio de
Fernando Cabral Martins
Assírio & Alvim, Lisboa, 2ª edição, 2001

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