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II
O frio branco
desliza-me pelos dedos,
Matéria suave,
etérea,
a desfazer-se lentamente
no calor da minha pele,
Orvalho ainda em promessa
ou meros farrapos de ilusão,
pela luz do sol
dissolvidos.
III
Um grito de brancura
incandescente
toca as árvores,
os seres e as coisas
Manto de silêncio frio
a estender
as garras da solidão. |
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Dora Nunes Gago (Portugal)
Nascida a
20/6/1972 em S. Brás de Alportel, é
Professora,
doutorada em Línguas e Literaturas Românicas Comparadas, investigadora
de pós-doutoramento na Universidade de Aveiro. Publicou: Planície de
Memória (poesia, 1997); Sete Histórias de Gatos (em
co-autoria com Arlinda Mártires), 1ªed. 2004, 2ª ed. 2005; A Sul da
escrita (Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca, 2007);
Imagens do estrangeiro no Diário de Miguel Torga (dissertação de
doutoramento), Fundação Calouste Gulbenkian/FCT, 2008.
Além disso, tem poemas, contos e ensaios em diversos jornais, revistas e
antologias. Tem apresentado igualmente diversas comunicações sobre as
“imagens do estrangeiro na Literatura Portuguesa” em Congressos
Internacionais.
Contacto:
doragago@sapo.pt |