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REVISTA TRIPLOV
de Artes, Religiões e Ciências
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ADILIO JORGE MARQUES &
SUSANA ZANELLA[i]
Repensando um Evangelho Sinótico:
a
vocação dos quatro primeiros discípulos
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EDITOR |
TRIPLOV |
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ISSN 2182-147X |
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Dir. Maria Estela Guedes |
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1 - TEXTO
SINÓTICO ESCOLHIDO – a PERÍCOPE:
Centrado em Mc 1,16-20 - “VOCAÇÃO DOS QUATRO PRIMEIROS DISCÍPULOS”.
Bíblia de Referência[2]:
Bíblia de Jerusalém.
“16Caminhando
junto ao mar da Galiléia, viu Simão e André, o irmão de Simão. Lançavam
a rede ao mar, pois eram pescadores. 17Disse-lhes Jesus:
“Vinde em meu seguimento e eu farei de vós pescadores de homens”.
18E imediatamente, deixando as redes, eles o seguiram.
19Um pouco adiante,
viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, eles também no barco,
consertando as redes. 20E logo os chamou. E eles, deixando o
pai Zebedeu no barco com os empregados, partiram em seu seguimento.” |
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2 – CONTEXTO LITERÁRIO
[1]: |
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Perícope anterior: Mc 1, 14-15 – “Jesus inaugura
sua pregação”:
Escolhida porque vincula o fato da
prisão de João Batista com o fim de sua missão, dando início ao
Ministério de Jesus e o chamamento dos primeiros discípulos. O verbo
grego usado aqui para a retirada de João Batista de cena torna o fato
marcante e definitivo: meta dé to paradothênai ton Iôannên, ou
seja, “depois que João foi entregue (preso)[3]”.
Completou-se o tempo, o momento (kairós,
kairos)
de João e advém o do Messias esperado.
-
Perícope posterior: Mc 1, 21-28 – “Jesus ensina
em Cafarnaum e cura um endemoniado”:
Após a escolha dos primeiros Jesus sai e inicia sua Missão em um sábado
(dia sagrado judeu) e em uma Sinagoga. O Mestre vai confrontar a lei
judaica em uma passagem que marca a sua autoridade perante os vivos e os
espíritos impuros, quaisquer que seja o seu significado. Alguém de fora
reconhece Sua autoridade e isso é um fato público e se espalha. Aqui
fica registrada a primeira atividade em Marcos de Jesus com os primeiros
discípulos. |
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3 – PRÉ-TEXTO (“SITZ IM
LEBEN”): |
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A prisão de João Batista é o
início da citação do versículo 14 de Marcos. Ela representa, neste
momento, o fim da missão deste para o início da de Jesus. O povo já
sabia que o Messias estava no meio deles. A prisão de João Batista, pois
parece um plano ou projeto no esquema Divino que continuará após o seu
sacrifício.[4]
A Galiléia, terra natal de Jesus e para onde vai, não era periferia,
pois tinha importância econômica e social na região, apesar de não se
comparar a Jerusalém[5].
Jesus inicia a manifestação do Reino de Deus fora da cidade de Davi,
retomando João. Com isso Jesus está contrapondo sua cidade natal à
cidade de Poder, onde está o templo. O início é fora da cidade de Davi,
mostrando sua independência e superioridade ao poder estabelecido[6].
Falar de cumprimento do tempo
supõe uma continuidade ligando as fases do desígnio de Deus[7].
Os homens não têm conhecimento disso e o Messias vem trazer a Boa Nova,
conforme anunciado por aquele que batizava no deserto. Os tempos são
cumpridos nas Escrituras e assim terão que ser também em todo o modo de
viver dos homens. O Reino de Deus é diferente do reino dos homens, pois
não tolera “remendos” na conversão interior. A conversão proposta por
Jesus é entender de modo correto a Lei e os profetas, não sendo uma mera
repetição de fórmulas ou ritos[8].
No relato da vocação dos
quatro primeiros discípulos Jesus é apresentado como o novo Elias (cf.
Lc 7, 15 citando 1 Rs 19,19-21)[9],
aquele que depois de entendido que suplantou a Lei mosaica também será o
cumprimento das Profecias.
Simão e André são
os dois primeiros chamados, baseando-se nesta perícope sob Marcos. Não
sabemos se eles eram pescadores no sentido literal do termo ou se o
sentido figurado foi adotado. Porém todos os quatro Evangelhos afirmam
que os primeiros discípulos eram pescadores de peixes. O termo
“pescador” pode aí ter sido usado como aqueles que foram escolhidos para
cumprir a missão.
Aqueles que Jesus
chama para que o sigam devem participar de sua Missão. O grau de
conhecimento entre os pescadores chamados e Jesus é uma possibilidade
levantada por muitos estudiosos dos Evangelhos, como Mazzarolo (ref.
[10], p. 62) e Schmid
(ref. [6], p. 60). A
forma direta e quase imperativa com que Jesus se dirige aos quatro
primeiros, além do fato da região ser a região de origem do Messias,
leva a pensar na possibilidadede um pré-conhecimento entre eles. Ao
menos há um diálogo entre eles. Esta forma direta com que Marcos
descreve a cena mostra seu estilo direto e que não quer deixar dúvidas
quanto à autoridade de Jesus.
A forma
extremamente simples com que Marcos coloca o chamamento dos primeiros
discípulos é um retrato do seu estilo, do seu próprio Evangelho. Marcos
escreve de uma forma que é considerada simples pelos exegetas[10].
O espírito impuro reconhece Jesus como autoridade, pois é o Profeta
(novo Elias) com o poder, consagrado por Deus em vista de sua Missão,
pois Ele recebeu o Espírito. “Santo” aqui significa “consagrado,
separado”, cf. a Bíblia de Jerusalém (nota h). De onde vem a autoridade
de Jesus é uma incógnita. Ele não teve necessidade de grandes mestres,
mas certamente tinha princípios didáticos para se dirigir ao povo em
geral. Suas palavras construíram uma prática de vida diferente, porém
para todos, onde por isso sua pedagogia é considerada de inclusão[11].
Este pode ser considerado o
primeiro momento importante na descoberta da identidade do Messias, pois
Ele é capaz de expulsar até demônios, o que mostrou publicamente a sua
autoridade[12].
Importante comentar o verdadeiro significado do termo “espírito impuro”
nesta passagem após a perícope. Jesus é a antítese daqueles que estão
ocupando o Templo. Sua autoridade é Divina, como já falamos. Em oposição
surge este espírito impuro, que pode simbolizar os que estão corrompidos
pelas leis profanas, aqueles que oprimem legalmente, aqueles que apesar
de freqüentar o templo saem de lá tão sujos quanto entraram. O Messias
vai ao Templo contrapor seus ensinamentos a tudo o que lá está, marcando
seu poder e autoridade de forma indelével ao público[13]e
causando uma profunda admiração aos espectadores, obrigando-os a se
perguntarem “Quem é este Jesus de Nazaré?”[14].
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4 – ANÁLISE CRÍTICA DA
PERÍCOPE: |
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Marcos anuncia o Filho de
Deus, credenciado por milagres e prodígios[15].
Descreve de forma viva e precisa a ação de Jesus, mostrando pouco
interesse pela pregação doutrinária. Mostra a abertura do reino aos
homens de boa vontade. A chave de leitura é a descoberta que os
discípulos necessitam fazer em torno da figura de Jesus. A fase
inaugural do kêrygma (anúncio) se faz com a descoberta que os
seus adversários vão fazer de quem é Jesus[16].
A vocação dos quatro primeiros discípulos mostra o início da descoberta
do Messias. A perícope advém do início da pregação pública de Jesus,
onde Marcos mostra a transição entre o Antigo Testamento e a boa Nova.
Jesus não fala de si mesmo, e por isso os discípulos desde o início
devem ir aos poucos descobrindo quem Ele é. Jesus começa a preparar
pedagogicamente seus discípulos para a Missão que será revelada mais à
frente.
Escolhendo três
palavras para análise (negrito abaixo e no texto seguinte), relacionando
com sua origem grega, e que são:
“E” (kai);
“contexto, situação” (kairós); “lançar” (bállon).
Kai - Segundo Myers[17],
Marcos possui o estilo de recital, no qual a maioria dos episódios
começa com kai (kai)
– “E” – característico segundo este autor de estilo de redação
palestinense, e como vemos direto em Mc 1,15 a Mc 1, 23 de nossa
perícope.
Kairós - Ainda em Myers[18]
(p. 170) e também em Mazzarolo[19]
(p. 61), Marcos está nesta perícope inserido do esquema de tempo de
narrativa indeterminado, mesmo mítico: um começo qualquer, a plenitude
do contexto, do momento, que se refere ao kairós (kairoz),
diferentemente do tempo cronológico krónos (kronos).
Neste tempo está Jesus, como o Senhor, o Messias. Esta é uma palavra que
fundamenta a escolha da perícope anterior escolhida: Mc 1, 14-15.
Bállon - Em Mc 1, 16
temos: “Lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores”[20].
Analisando:
“Lançavam”, do verbo
“lançar”:
ballv.
Rede em geral surge como
diçxtyon (díchtuon).
Rede de pesca é modernamente
saghqnh (sachnun)[21].
Segundo Mazzarolo[22],
ainda à p. 61, “lançando” é anphiballontas:
amfiballontaz. Em
alguns manuscritos surge o termo tá diktua para “redes”,
deduzindo-se o termo “lançando (a rede)” como bállontas amphiblêstron
no sentido de pescar. Para Myers[23],
uma possibilidade é que esta parte da perícope pode referir-se a pesca
no sentido estrito do termo. Este autor argumenta que classes de
artesãos eram muito comuns na época, ainda mais no local geográfico
descrito (junto ao mar da Galiléia). Jesus falava ao povo sobre a nova
ordem a ser estabelecida.
Porém, corroborando
Mazzarolo[24],
indica que mais provavelmente está no sentido de movimento, de lançar
(ballv)
a si mesmo (em Missão discipular) com a expressão “... a rede ao mar”.
No caso, para aqueles que já poderiam mesmo conhecer a Jesus antes deste
fato relatado e que se lançavam metaforicamente ao trabalho de salvar
homens. O termo “pescar peixe com anzol” é um eufemismo já usado em
Ezequiel e Amós[25].
Este é um dos termos mais enigmáticos deste Evangelho, pois segundo
Martini[26]
e Myers (op. Cit., p. 171) não fica clara aqui toda a amplitude
de “pescadores de homens” (Mc 1, 17). Os discípulos terão que se
entregar totalmente a Jesus logo de início, onde, segundo Marcos, nem ao
menos se conheciam. Por isso esta perícope suscita ainda algumas
discussões que ainda não tiveram termo.
Outra interpretação para “Lançavam
a rede ao mar...” é que as redes representariam os obstáculos à
Missão que os primeiros chamados jogam fora para seguir o Mestre. Quando
Marcos descreve em no versículo 17 a frase de Jesus: “Vinde após mim,
...” está mostrando que é um chamado irresistível, pois ali está a
Verdade e a autoridade Divinas. |
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5 – SINOPSE: |
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Mc 1,16-20[27]
- “VOCAÇÃO DOS QUATRO PRIMEIROS
DISCÍPULOS”.
“16Caminhando
junto ao mar da Galiléia, viu Simão e André, o irmão de Simão. Lançavam
a rede ao mar, pois eram pescadores. 17Disse-lhes Jesus:
“Vinde em meu seguimento e eu farei de vós pescadores de homens”.
18E imediatamente, deixando as redes, eles o seguiram.
19Um
pouco adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, eles
também no barco, consertando as redes. 20E logo os chamou. E
eles, deixando o pai Zebedeu no barco com os empregados, partiram em seu
seguimento.”
BREVE
QUADRO COMPARATIVO[28],[29]:
Destacamos (em negrito) palavras ou trechos que diferenciam um autor do
outro na perícope:
Mt, 4, 18-22 - “Chamado dos
quarto primeiros discípulos”
18Estando
ele a caminhar junto ao mar da Galiléia, viu dois irmãos: Simão, chamado
Pedro, e seu irmão André, que lançavam a rede ao mar, pois eram
pescadores. 19Disse-lhes: “Segui-me e eu farei de vós
pescadores de homens”. 20Eles, deixando imediatamente as
redes, o seguiram.
21Continuando
a caminhar, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão
João, no barco com o pai Zebedeu, a consertar as redes. E os chamou.
22Eles, deixando imediatamente o barco e o pai, o seguiram.
Lc 5,1-11 - “Vocação dos
quarto primeiros discípulos”
1Certa
em que a multidão se comprimia ao redor dele para ouvir a
palavra de Deus, à margem do lago de Genesaré, 2viu
dois pequenos barcos parados à margem do lago; os pescadores haviam
desembarcado e lavavam as redes. 3Subindo num dos barcos,
o de Simão, pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra; depois,
sentando-se ensinava do barco às multidões.
4Quando
acabou de falar, disse a Simão: “Faze-te ao largo; lançai vossas redes
para a pesca”. 5Simão respondeu: "Mestre, trabalhamos a
noite inteira sem nada apanhar; mas, porque mandas, lançarei as
redes”. 6Fizeram isso e apanharam tamanha quantidade de
peixes que suas redes se rompiam. 7Fizeram então sinais
aos sócios do outro barco para virem em seu auxílio. Eles vieram e
encheram os dois barcos, a ponto de quase afundarem.
8À
vista disso, Simão Pedro atirou-se aos pés de Jesus, dizendo:
“Afasta-te de mim, Senhor, porque sou pecador!” 9O
espanto, com efeito, se apoderara dele e de todos os que estavam em
sua companhia, por causa da pesca que haviam acabado de fazer, 10e
também de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de
Simão. Jesus, porém, disse a Simão: “Não tenhas medo! Doravante
serás pescador de homens”. 11Então, reconduzindo os barcos a
terra e deixando tudo, eles o seguiram.
Jo, 21, 1-6.15-17 - “Aparição
à margem do lago de Tiberíades”
1Depois
disso, Jesus manifestou-se novamente aos discípulos, às margens do mar
de Tiberíades. Manifestou-se assim: 2Estavam juntos
Simão Pedro e Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Cana
da Galiléia, os filhos de Zebedeu e dois outros de seus discípulos.
3Simão Pedro lhes disse: “Vou pescar”. Eles lhe
disseram: “Vamos nós também contigo”. Saíram e subiram ao barco
e, naquela noite, nada apanharam.
4Já
amanhecera. Jesus estava de pé, na praia, mas os discípulos
não sabiam que era Jesus. 5Então Jesus lhes disse:
"Jovens, acaso tendes algum peixe?” Responderam-lhe: “Não!”
6Disse-lhes: “Lançai a rede à direita do barco e
achareis”. Lançaram, então, e já não tinham força para puxa-la, por
causa da quantidade de peixes.
15Depois
de comerem, Jesus
disse a Simão Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que
estes?” Ele lhe respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”.
Jesus lhe disse: “Apascenta meus cordeiros”. 16Segunda vez
disse-lhe: “Simão, filho de João, tu me amas?” - “Sim, Senhor”, disse
ele, “tu sabes que te amo”. Disse-lhe Jesus: “Apascenta minhas ovelhas”.
17Pela terceira vez lhe disse: “Simão, filho de João, tu me
amas?” Entristeceu-se Pedro porque pela terceira vez lhe perguntara “Tu
me amas?” e lhe disse: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo”.
Jesus lhe disse: “Apascenta minhas ovelhas”.
(Segundo[30],[31]):
Jo 1, 35-51 - “Os primeiros
discípulos”
No
dia seguinte, João se achava lá de novo, com dois de seus discípulos. Ao
ver Jesus que passava, disse: “Eis o Cordeiro de Deus”.Os dois
discípulos ouviram-no falar
e seguiram Jesus. Jesus voltou-se e, vendo que eles o seguiam,
disse-lhes: “Que procurais?” Disseram-lhe: “Rabi, onde moras?”
Disse-lhes: “Vinde e vede”. Então eles foram e viram onde morava,
e permaneceram com ele aquele dia. Era a hora décima, aproximadamente.
André,
irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram as palavras de João e
seguiram Jesus. Encontra primeiramente seu próprio irmão Simão e lhe
diz: “Encontramos o Messias”. Ele o conduziu a Jesus. Fitando-o,
disse-lhe Jesus: “Tu és Simão, filho de João; chamar-te-ás Cefas”.
No dia seguinte, Jesus
resolveu partir para a Galiléia e encontrou Felipe. Jesus lhe
disse: “Segue-me”. Filipe era de Betsaida, a cidade de André e de
Pedro.
Filipe encontra Natanel
e lhe diz: “Encontramos aquele de quem escreveram Moisés, na Lei, e
os profetas: Jesus, o filho de José, de Nazaré”.
Perguntou-lhe Natanel: “De Nazaré pode sair algo de bom?” Filipe
lhe disse: “Vem e vê”. Jesus viu Natanel vindo até ele e disse a
seu respeito: “Eis verdadeiramente um israelita em quem não há fraude”.
Natanel lhe disse: “De onde me conheces?” Respondeu-lhe Jesus: “Antes
que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas sob a figueira”.
Então Natanel exclamou: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de
Israel”. Jesus lhe respondeu: “Crês, só porque te disse: ‘Eu te
vi sob a figueira’? Verás coisas maiores do que essas”. E lhe disse:
“Em verdade, em verdade, vos digo: Vereis o céu aberto e os anjos de
Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”
Marcos fala para os
discípulos, é o anunciador, está mais próximo dos fatos e procura
mostrar de forma mais direta, talvez mesmo mais pobre que outros
evangelistas, os atos da Missão de Jesus. É um estilo próximo de fontes
arcaicas, provavelmente na própria Galiléia. Alicerça a genealogia,
literariamente comum em sua época, na própria Boa Nova, ou seja, no
próprio Evangelho que Jesus nos legou. Inicia com João Batista, já
caracterizando e anunciando, proclamando a chegada da Nova Lei em
substituição à antiga. Para Marcos a Palavra é a transformação à luz da
Criação[32].
Ocorre uma convocação clara, sintética e imperativa aos primeiros
discípulos seguem Jesus. Mostra a urgência da Missão. Ele tem o poder de
Deus e o exerce de forma contundente já em Cafarnaum com o endemoniado.
Nesta perícope o relato de Marcos encontra um paralelismo literal em Mt
4, 18-20, como podemos ver no quadro acima. O Evangelho de Mateus está
datado de um pouco mais distante dos fatos que o de Marcos, mas procura
ligar Jesus a uma genealogia humana, como judeu, da descendência de
Abraão[33]
e baseada na Lei, pois escreveu para a comunidade judaica a quem tinha
que ambientar a Boa Nova. Jesus é comparado ao novo Moisés, com uma nova
Lei, pois representa um novo Legislador[34].
Lucas[35]
leva a genealogia até Adão, vindo este diretamente do Criador, e de onde
todos os homens são descendentes, indo mais longe que Mateus neste
sentido. Quando este liga Jesus até Abraão justifica Jesus a comunidade
judaica. A mesma perícope em Lc 5,1-11 influencia a redação descrita
acima de Jo 21, 1-6.15-17. Para Lucas importa identificar Jesus, que o
Messias ressuscitou, que a vida eterna é uma realidade como diz a Boa
Nova trazida por Ele. Não são palavras que ficaram na história, no
passado. Por isso para este Evangelista o que aconteceu no início da
vida de Jesus não é tão importante quanto o fato de ter Ressuscitado.
Como companheiro de Paulo, elaborou em data mais tardia que Marcos e
Mateus seu evangelho, a quem destinou a um certo Teófilo, que
etimologicamente quer dizer “amigo de Deus”, o que muitos exegetas
interpretam como sendo todo e qualquer cristão. Lucas detalha mais a
passagem desta perícope.
Quanto ao chamamento em si, em
Marcos, Simão e seu irmão André são os primeiros dois discípulos
chamados. Em Mt, os dois primeiros são Pedro e André. Já em Lc 5, 1-11
ocorre significativa diferença. Neste autor existe uma interação entre
Jesus e Pedro antes que este reconheça a grandeza de Jesus e o quanto o
próprio Pedro é um mero pecador. Lucas narra apenas o contato e o
chamado de Pedro, sem André[36].
Ocorre uma grande ruptura paradigmática em relação a esta perícope é em
Jo 1, 35-51, apresentada para comparação no segundo quadro[37].
De início o lugar geográfico não é mais o mar da Galiléia e sim o rio
Jordão, onde provavelmente são discípulos de João Batista que se tornam
os primeiros discípulos de Jesus. Em seguida, dois discípulos de João
Batista seguem Jesus para saber onde Ele mora, onde um não é mencionado
e o outro é André (Jo 1, 40). Aqui Pedro é chamado por informação de
André, que seguiu Jesus no dia anterior (Jo 1, 41-42).
Talvez tal
ruptura esteja em dois fatos importantes: João, o discípulo amado, era
muito jovem ao ser chamado por Jesus para a Missão, e seu Evangelho foi
composto por seus discípulos muito tempo depois dos fatos terem ocorrido
(o mais tardio dos Evangelhos). Outro fato é o estilo do autor, que
procura levar a mensagem no sentido de identificar Jesus como o Lógos
(loqgos),
mostrando que nenhum outro personagem possui importância depois do
advento de Jesus, em uma estrutura grega no estilo de escrever. |
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6 – EXEGESE da PERÍCOPE: |
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6.1 –
Caminhando junto ao mar: Mc 1, 16
O chamado ao discipulado começa interrompendo uma atividade
comum junto ao mar – a pesca. O mar é uma localização simbólica nova e
importante em Marcos e aqui é introduzido como sendo o domínio da
comunidade do discipulado inicial[38].
A Galiléia é por sinal a terra de Jesus, e com isso o Messias antepõe
sua Missão à Jerusalém, local do Templo e dos escribas. Já sabemos que
os novos tempos são chegados. Em Jo 1, 35-51 temos um novo local
geográfico, que é o rio Jordão, o que também caracteriza a transição
entre a antiga Lei e o anúncio da Boa Nova, tanto que Marcos tem como
símbolo o Leão, pois apresenta de imediato a figura de João Batista como
a voz que clama no deserto. O termo euangélion significa o “ato
de proclamar”.[39]
Também junto ao mar, ao lago ou a um rio está sempre alguma comunidade
simples que subsiste da exploração local.
6.2 –
Viu Simão e André: Mc 1, 16
Aqui Marcos deixa bem claro quem foram os primeiros discípulos,
começando por Pedro, talvez indicando desde o início a sua primazia[40]
no discipulado. Talvez porque o Evangelista Marcos tenha sido o
intérprete de Pedro, aquele que escreveu a pregação deste[41].
Mateus corrobora este fato literalmente. São irmãos, e na antiguidade,
mais que hoje, a organização social familiar rural estava diretamente
ligada ao local de trabalho.
6.3 – Lançavam a rede ao mar:
Mc 1, 16
Aqui está uma passagem controversa, pois lançar redes ao mar remete a
uma localização geográfica e social importante para se compreender com
mais profundidade as palavras de Marcos. Lançar em grego é
ballv,
o que pode significar lançar, atirar alguma coisa (objeto), ou segundo
alguns exegetas, poderia ser “lançar-se”, “lançar” a si mesmo em uma
nova vida (a Missão de Jesus)[42].
Rede também possui várias significações. Segundo
Mazzarolo[43],
alguns textos incluem o termo tá diktua (redes) no contexto. O
peixe, ichtus (icquj),
como símbolo que era das primeiras comunidades
cristãs, talvez não o fosse apenas porque remetesse aos primeiros
discípulos como pescadores, mas por representar aqueles que são chamados
pelo Jesus, o Mestre, para salvar a toda a humanidade, teologicamente
falando, e não apenas a um povo escolhido por um determinado Deus[44].
A rede de pesca aqui tem o sentido oposto ao do Antigo Testamento (Ez
12,13)[45],
onde representava um castigo. Aqui Marcos destaca a Missão dos Doze que
se seguirão.
6.4 – Pescadores: Mc 1, 16
Outra questão é o termo “pescadores”. Baseado no que foi enunciado no
item acima toma-los por pescadores simples e ignorantes é uma informação
supérflua. Inclusive porque possuir barco, redes, empregados e ter um
ofício, não era para os ignorantes e à margem da sociedade da época (os
muito simples)[46].
Possuir barcos e redes mostra que a família dos primeiros discípulos
possuía bens, e que Jesus depois irá conclama-los a tudo abandonar para
seguir na Missão. A classe artesã dos pescadores se distinguia dos
trabalhadores diaristas, pois era independente[47].
6.5 –
Vinde: Mc 1,17
Jesus mostra a urgência, a necessidade do Reino de Deus ser
estabelecido. O tom imperativo com que Marcos nos apresenta esta
passagem gera dúvidas, pois se pode questionar se Jesus já não conhecia
os primeiros discípulos de alguma maneira antes. Afinal, o Messias
nasceu ali[48].
Eles não oferecem qualquer resistência ao chamado[49].
Esta é uma característica marcana, pois em sua pedagogia aos discípulos
Marcos deixa clara qual é a força, o poder do chamamento de Jesus. Este
chamamento é inquestionável, o que será aprofundado pelos demais
Evangelistas na ênfase que cada um dará aos seus escritos.
“Vinde após mim”. O Rabi chama a participar de sua sorte[50].
O desapego aos bens materiais, como primeiro passo para desmontar a
ordem social dominante. Ao confronto geográfico soma-se o do poder
material[51].
“Vinde”, “segue-me”: expressões que marcam a Verdadeira senda, o Caminho
a ser seguido pelos primeiros discípulos, para que no futuro o seja por
toda a humanidade[52].
Jesus possui a autoridade, e este relato inspira-se
literariamente em 1Rs 19, 19-21: o chamado de Eliseu por Elias. Jesus é
apresentado como novo Elias (cf. Lc 7, 15 citando 1 Rs 17, 23)[53].
6.6 –
Pescadores de homens: Mc 1, 17
Esta é uma frase que suscita dúvidas[54]
no momento em que é citada em Marcos, pois até ali nada estava
esclarecido do que é ser “Pescador de homens”. Depois veremos que é um
termo já usado na região. Por exemplo, “pescar peixe com anzol” é um
termo utilizado para julgar o rico (Am 4,2) e o poderoso (Ez 29, 4)[55].
Jesus convida o povo comum a se unir a ele na luta espiritual que
visa a modificar a ordem de poder e de privilégio existente.
6.7 –
O seguiram: Mc 1, 18
O autor torna o relato simples, pois a sua teologia fontal[56]
é de resultados. O ponto de partida era o chamado de Jesus[57].
Isso é o importante, nada mais. Marcos enfatiza a força e a autoridade
do Messias. Seguir é tornar-se discípulo[58],[59],[60].
6.8 –
Tiago e João: Mc 1, 19
Mais uma dupla de irmãos, e que possuem a mesma condição
material dos primeiros[61].
Marcos mostra antecipadamente o que depois nos Atos acontecerá: os
discípulos viajando de dois em dois para propagar o Evangelho.
6.9 –
Imediatamente o seguiram: Mc 1, 20
Tiago e João também são chamados de imediato (eythys
= imediatamente)[62],
como no caso de Simão e André. Marcos não se preocupa com qualquer
diálogo entre Jesus e os primeiros discípulos. Mantém a posição de
autoridade do Messias. Enfatiza a necessidade da Missão, ou seja, sua
urgência[63].
Na obra marcana não há conotação de apego familiar nos chamamentos dos
primeiros quatro discípulos. Eles não hesitam em tudo abandonar.
Mais uma vez pode-se supor que Jesus conhecendo a região
também conhecesse a quem chamava[64].
Jesus tem que começar a sua Missão, e o fim desta perícope (em Mc 1, 20)
irá Jesus ao início da sua atividade missionária. |
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7
– HERMENÊUTICA: |
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A primeira geração cristã (séc. I de nossa era) realizou
verdadeira Teologia[65].
Tratou de refletir a sua fé, interpretando o sentido e evento fundante
da vida-morte-ressurreição de Jesus, bem como a constituição e
implementação da Igreja. Surgiu a importância da Igreja particular, como
vemos nos Atos o termo ekklesía, que parece ser usado no sentido
particular ou local[66].
Convém também recordar que a maioria dos textos do Novo Testamento se
dirige a Igrejas locais (vemos isso nas cartas de S. Paulo). Mas a
Igreja particular realiza toda a riqueza da Igreja universal (como dito
acima), sendo católica no sentido estrito do termo. Mas tem como
característica que se deve deixar abrir em comunhão com as outras
Igrejas que surgiram conjuntamente ou após o início do apostolado,
buscando a unidade em Cristo. Vemos nos Atos que a localização das
Igrejas se torna particular, ou seja, deve-se levar em conta seus traços
culturais, ambientais, históricos, e por isso essas primeiras
comunidades não são iguais. Apresentam caráter urbano na época
apostólica e com ampla autonomia.
"Vinde em meu seguimento e eu farei de vós pescadores de
homens." (Mc 1, 17). Desta forma Jesus se dirige aos dois primeiros
discípulos, que estavam com as redes. Nestas palavras, encontramos o
significado da vocação, que para mim é uma das palavras chave
desta perícope. Esta
página do Evangelho é uma das muitas da Sagrada Escritura onde se
descreve o mistério da vocação, no caso o mistério da vocação para ser
apóstolo de Jesus. Em São João, que tem também um significado para a
vocação cristã enquanto tal reveste um valor emblemático no caso da
vocação sacerdotal. É uma cena que se renova periodicamente na história
com cada um de nós. Temos que buscar o
desenvolvimento gradual de nosso ser, tornando concreto o ensinamento de
Jesus, para poder segui-Lo e ainda permanecer com Ele.
“Caminhando
junto ao mar...” (Mc 1, 16), ou “Estando ele a
caminhar junto ao mar da Galiléia...” (Mt 4, 18), são expressões que
também nos remetem a estar junto da Missão, estar na Igreja junto à
Jesus para iniciar a nossa missão pastoral individual para servir ao
próximo. O significado da
palavra "Imediatamente" me parece importante (Mc 1, 18). Sempre
em referência a uma mudança de ofício, sabe-se que não se eliminam todos
os riscos, mesmo depois de tomar todas as precauções. Há aqui a parte de
desconhecido que se aceita mesmo sem a reflexão. Pode-se dizer que havia
ainda o atrativo da novidade, a esperança de uma melhoria, de algo de
novo. Porém, em contraposição ao um mero atrativo pessoal de Jesus (que
certamente devia haver), penso ser relevante o que foi anteriormente
discutido quanto ao fato de que o Messias não escolheu seus discípulos
sem um prévio conhecimento das pessoas a quem chamava e da própria
região pela qual resolveu iniciar sua Missão. O Prólogo,
normalmente, é escrito depois de se concluir um livro, para dizer o que
ele contém. Assim acontece com Lucas, que de dirige a Timóteo (nome
real, ou apenas um "amigo de Deus?").
Na sinagoga, Jesus faz a
passagem entre o Antigo e o Novo testamento, entre a missão de Isaías
(também ligado ao signo do Amor em seus escritos) e a Sua, ao assumir-se
como aquele que vai cumprir logo o anúncio do profeta. E o ato torna-se
a proclamação pública da sua carta programática, depois cumprida por
Jesus na sua relação com os pobres, os doentes, os oprimidos, as
mulheres, os leprosos... todos os marginalizados pelas leis e tradições
civis ou religiosas. Por isso em Marcos vemos a pedagogia da inclusão.
Inicialmente, surpresos pelo modo convicto e sereno com que Jesus se
apresenta identificado com a Sua vocação e Missão, os seus conterrâneos
o acolhem bem. Depois, os fatos tomarão outro rumo, como previsto na sua
Missão.
Importante salientar que quando Jesus chama os primeiros
discípulos o primeiro passo é desmontar a ordem social dominante e
modificar o mundo do discípulo: no reino, no pessoal, no político e
econômico. Um quebra sucessiva de paradigmas que mesmo hoje a maior
parte de nós não está preparada para compreender e reproduzir. Segundo
Myers[67]
(p. 172), alguns comentadores pensam em Jesus neste momento de forma
escatológica, querendo passar aos primeiros escolhidos o fim iminente do
mundo. Discordo dessa forma de pensar, pois o chamamento será perene em
nossa história humana e irá se repetir com todos os demais seguidores,
sendo será uma marca indelével na Missão de Jesus.
Concluindo, temos também que ser “pescadores de homens” e
lançarmo-nos ao mar em busca de nós mesmos e do próximo na palavra do
Senhor. Não há trabalho mais belo. Alguém poderá questionar: “Mas hoje
não é diferente da época de Jesus?”. Para isso passo então a citar a
descrição da capa do livro de Mazzarolo, “O Evangelho de São Mateus” [ref.
13], que nos mostra o HOJE no ONTEM, como reflexo desta perícope:
“Uma
jangada no meio do mar, sinal da missão que muda para todo cristão.
Aos que pescavam no mar, com a experiência das águas turbulentas e
agitadas, é dada uma nova missão: pescar nas águas turbulentas e
agitadas do mundo, na época de Jesus, dentro do Império Romano (Mt
4, 18-22). Hoje, dentro de um mundo agitado pelo imperialismo
norte-americano como símbolo da besta, da prepotência e dos
desmandos sócio-políticos, em nome de falsas democracias, de falsas
seguranças e da anulação declarada dos direitos humanos e da
verdade. É preciso pescar pessoas justas, honestas e sensatas nestas
águas turvas, a fim de poder equilibrar o barco da vida, da justiça
e do bem entre as nações e os povos.”
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8 – BIBLIOGRAFIA: |
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[1] Bíblia de Jerusalém; Ed. Paulus; 3ª impressão; SP; 2004.
[2] Bíblia Tradução Ecumênica; Edições Loyola; SP; 1994.
[3] Bíblia Sagrada; Ed. Vozes; 49ª edição; RJ; 2004.
[5] Pereira, I., S. J.; Dicionário Grego-Português e Português-Grego;
6ª ed.; Livraria Apostolado da Imprensa; Porto; 1984.
[6] Schmid, J.; El Evangelio Según San Marcos; 1ª
ed.; Editorial Herder; Barcelona; 1967.
[7] Myers, C.; O Evangelho de São Marcos- Grande Comentário Bíblico;
1ª ed.; Ed. Paulinas; SP; 1992.
[8] Martini, C. M.; O Itinerário Espiritual dos Doze no Evangelho de
Marcos; 2ª ed.; Edições Loyola; SP; 1988.
[9] Piazza, W. O., S. J.; Os Evangelhos – Documentos da Fé Cristã;
1ª ed.; Edições Loyola; SP; 1991.
[10] Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[11] ________. A Bíblia em suas Mãos; 6ª ed; Mazzarolo Editor; RJ;
2002.
[12] ________. Lucas, a Antropologia da Salvação; 2ª ed.;
Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[13] ________. Evangelho de São Mateus; 1ª ed.; Mazzarolo Editor;
RJ; 2005.
[14] Frosini, G.; A Teologia Hoje; 1ª ed.; Editorial Perpétuo
Socorro; Vila Nova de Gaia; 2001.
[15] Datler, F., svd; Sinopse dos Quatro Evangelhos; 3ª ed.; Ed.
Paulinas; 1986. |
|
Notas |
|
[1]
Susana Aparecida Zanella é Teóloga, formada pela Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro. É Irmã Paulina.
[2]
Bíblia de Jerusalém; Ed. Paulus; 3ª impressão; SP; 2004.
[3]
Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
p. 55; 1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[4]
Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
p. 55; 1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[5]
Cf. Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[6]
Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
p. 56; 1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[7]
Cf. Bíblia de Jerusalém; Ed. Paulus; 3ª impressão; SP; 2004.
[8]
Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
p. 58; 1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[9]
Bíblia de Jerusalém; Ed. Paulus; 3ª impressão; SP; 2004.
[10]
Cf. Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[11]
Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
p. 65-66; 1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[12]
Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
p. 68; 1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[13]
Ver nota de rodapé à p. 68 de Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos
– Estar ou não com Jesus; 1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[14]
Bíblia de Jerusalém; nota i; Ed. Paulus; 3ª impressão; SP;
2004.
[15]
Cf. Piazza, W. O., S. J.; Os Evangelhos – Documentos da Fé Cristã;
1ª ed.; Edições Loyola; SP; 1991.
[16]
Mazzarolo,
I.; A Bíblia em suas Mãos; p. 127; 6ª ed; Mazzarolo Editor;
RJ; 2002.
[17]
Myers, C.; O Evangelho de São Marcos- Grande Comentário Bíblico;
p. 173; 1ª ed.; Ed. Paulinas; SP; 1992.
[18]
Myers, C.; O Evangelho de São Marcos- Grande Comentário Bíblico;
1ª ed.; Ed. Paulinas; SP; 1992.
[19]
Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[20]
Bíblia de Jerusalém; Ed. Paulus; 3ª impressão; SP; 2004.
[21]
Pereira, I., S. J.; Dicionário Grego-Português e Português-Grego;
6ª ed.; Livraria Apostolado da Imprensa; Porto; 1984.
[22]
Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[23]
Myers, C.; O Evangelho de São Marcos- Grande Comentário Bíblico;
1ª ed.; Ed. Paulinas; SP; 1992.
[24]
Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[25]
Cf. Myers, C.; O Evangelho de São Marcos- Grande Comentário
Bíblico; 1ª ed.; Ed. Paulinas; SP; 1992.
[26]
Cf. Martini, C. M.; O Itinerário Espiritual dos Doze no Evangelho
de Marcos; 2ª ed.; Edições Loyola; SP; 1988.
[27]
Bíblia de Jerusalém; Ed. Paulus; 3ª impressão; SP; 2004.
[28]
Datler, F., svd; Sinopse dos Quatro Evangelhos; 3ª ed.; Ed.
Paulinas; 1986.
[29]
Bíblia de Jerusalém; Ed. Paulus; 3ª impressão; SP; 2004.
[30]
Bíblia de Jerusalém; Ed. Paulus; 3ª impressão; SP; 2004.
[31]
Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
p. 61; 1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[32]
Cf. Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[33]
Mazzarolo, I.; A Bíblia em suas Mãos; p. 128; 6ª ed;
Mazzarolo Editor; RJ; 2002.
[34]
Cf. Mazzarolo, I.; Evangelho de São Mateus; 1ª ed.; Mazzarolo
Editor; RJ; 2005.
[35]
Lucas, a Antropologia da Salvação; p. 13; 2ª ed.; Mazzarolo
Editor; RJ; 2004.
[36]
Schmid, J.; El Evangelio Según San Marcos; p. 61; 1ª ed.;
Editorial Herder; Barcelona; 1967.
[37]
Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
p. 61; 1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[38]
Myers, C.; O Evangelho de São Marcos- Grande Comentário Bíblico;
p. 172; 1ª ed.; Ed. Paulinas; SP; 1992.
[39]
Mazzarolo, I.; A Bíblia em suas Mãos; p. 125; 6ª ed;
Mazzarolo Editor; RJ; 2002.
[40]
Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
p. 60; 1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[41]
Mazzarolo, I.; A Bíblia em suas Mãos; p. 128; 6ª ed;
Mazzarolo Editor; RJ; 2002.
[42]
Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
p. 61; 1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[43]
Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[44]
Cf. Frosini, G.; A Teologia Hoje; 1ª ed.; Editorial Perpétuo
Socorro; Vila Nova de Gaia; 2001.
[45]
Bíblia Tradução Ecumênica; nota c; Edições Loyola; SP; 1994.
[46]
Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
p. 61; 1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[47]
Cf. Myers, C.; O Evangelho de São Marcos- Grande Comentário
Bíblico; 1ª ed.; Ed. Paulinas; SP; 1992.
[48]
Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
p. 62; 1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[49]
Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
p. 62; 1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[50]
Bíblia de Jerusalém; nota c; Ed. Paulus; 3ª impressão; SP;
2004.
[51]
Myers, C.; O Evangelho de São Marcos- Grande Comentário Bíblico;
p. 173; 1ª ed.; Ed. Paulinas; SP; 1992.
[52]
Cf. Martini, C. M.; O Itinerário Espiritual dos Doze no Evangelho
de Marcos; 2ª ed.; Edições Loyola; SP; 1988.
[53]
Bíblia
de Jerusalém;
nota b; Ed. Paulus; 3ª impressão; SP; 2004.
[54]
Cf. Martini, C. M.; O Itinerário Espiritual dos Doze no Evangelho
de Marcos; 2ª ed.; Edições Loyola; SP; 1988.
[55]
Myers, C.; O Evangelho de São Marcos- Grande Comentário Bíblico;
p. 172; 1ª ed.; Ed. Paulinas; SP; 1992.
[56]
Sugiro ver também no Capítulo 3 “Breve História da Teologia”, a
parte I. A “Teologia originante” das primeiras comunidades cristãs”,
de Libanio, J. B., Murad, A.; Introdução à Teologia – Perfil,
Enfoques, Tarefas; 5ª ed.; Edições Loyola; SP; 2005.
[57]
Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
p. 63; 1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[58]
Bíblia de Jerusalém; Ed. Paulus; 3ª impressão; SP; 2004.
[59]
Bíblia Tradução Ecumênica; nota d; Edições Loyola; SP; 1994.
[60]
Bíblia Sagrada; Ed. Vozes; 49ª edição; RJ; 2004.
[61]
Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
p. 63; 1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[62]
Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
p. 64; 1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[63]
Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
p. 65; 1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[64]
Mazzarolo, I.; Evangelho de Marcos – Estar ou não com Jesus;
p. 62; 1ª ed.; Mazzarolo Editor; RJ; 2004.
[65]
Libanio, J. B., Murad, A.; Introdução à Teologia – Perfil, Enfoques,
Tarefas; p. 112; 5ª ed.; Edições Loyola; SP; 2005.
[66]
Cf. Frosini, G.; A Teologia Hoje; 1ª ed.; Editorial Perpétuo
Socorro; Vila Nova de Gaia; 2001.
[67]
Myers, C.; O Evangelho de São Marcos- Grande Comentário Bíblico;
1ª ed.; Ed. Paulinas; SP; 1992.
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Susana
Aparecida Zanella é Teóloga, formada pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro. É Irmã Paulina. |
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ADÍLIO JORGE MARQUES (BRASIL)
Doutor em História das Ciências e Epistemologia |
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© Maria Estela Guedes
estela@triplov.com
PORTUGAL |
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