REVISTA TRIPLOV
de Artes, Religiões e Ciências


Nova Série | 2011 | Número 19-20

 

 

 

El nombre Almandrade - en realidad el artista se llama Antonio Luiz M. Andrade - está asociado a una singular estrategia dentro de lo que se llama arte contemporáneo. El artista plástico, poeta y arquitecto ha producido una obra que se encamina hacia una estética minimalista, hacia una poética que se expresa utilizando un vocabulario mínimo, ya sea pictórico o linguístico. Almandrade es uno de los principales nombres de la poesía visual de Brasil de los años 70.

Según Nicolás Bernard, la ciudad de Bahía, en Brasil tiene sus supersticiones y sus sorpresas culturales, entre ellas Joao Gilberto y Glauber Rocha y por qué no, se pregunta, Almandrade. En definitiva, un artista que viene sorprendiendo desde hace treinta años con el rigor, la sutileza y la coherencia de trabajar con distintos soportes seguido por una tradición de un saber singular.

EDITOR | TRIPLOV

 
ISSN 2182-147X  
Dir. Maria Estela Guedes  
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Almandrade, 1973  
   
 
Almandrade, 1974 Almandrade, 1974
 

ALMANDRADE

 

Poemas visuais

 

 

The Art of Almandrade

Almandrade’s works centre on the cooling down of the ecstatic gaze. Not the gaze fixed on what it was, but on what it is. He interprets the icy space of the city. Architect, theorist, poet and artist, Almandrade meditates on pleasure. His time is different, and so is his space. His work is not set on a single track, which undermines the notion of a monolithic creative impulse.

Using very few elements, he re-examines the process of creation, thus endowing his work with a self-reflective quality. His cold and disconnected images ponder on the diversity of being; being conceived as sensibility, and sensibility as an element of transgression. The ambiguity present in his work is perhaps more clearly seen in the desire for immobility. Fantasy, then, is produced through the perpetual annihilation of the will. The fragmented nature of ecstasy is what keeps perversion at bay. Almandrade and his objects drift untiringly, transmitting a vivid feeling of time not passing. And at that point, instead of pain we find reason.

Luiz Rosemberg Filho

   
 
Almandrade, 1974 Almandrade, 1974
   
 

ARTE: CONFLITOS DO OLHAR


Ao começar esse artigo sobre Antonio Luis Moraes Andrade (Almandrade), um dos grandes artistas contemporâneos da Bahia desse fim/início de século(s), tenho por força que falar do sonho, sem que esse sonho seja uma negação da realidade e sim uma extensão da vida, transformando a utopia do cotidiano na real necessidade da existência. O sonho, não como mais uma das dimensões do humano, mas como o único caminho de possibilidades múltiplas para as suas realizações.

Almandrade surge nos anos 70: em 72 ganha menção honrosa em salão universitário. Durante a década de 80, participa de três bienais em São Paulo (XII, XIII, XVI) e vai firmando-se como poeta, artista plástico, arquiteto e, principalmente, um pensador. Sua arte desenvolve-se a partir da idéia do conflito entre o discurso e o objeto artístico.

Insere-se numa geração que vivencia uma época em que o pensamento e as manifestações lúdicas primavam pelo experimentalismo, na busca de novas formas de expressão e do dizer, em meio a conflitos sociais que, com o advento do AI-5 em 1968, ocasionam o fechamento da Bienal de Artes Plásticas da Bahia, encerrando o sonho de Salvador ser a capital nacional das Artes Visuais, deixando o Museu de Arte Moderna da Bahia, criado por Lina Bo Bardi, estagnado por quase uma década.

Almandrade vem conquistando o seu merecido espaço, construindo uma linguagem de silêncio, pesquisa e rigor na releitura do signo, que em 1980 explode em maturidade, quando o Museu de Arte Moderna da Bahia começa, realmente, a funcionar, sob a administração de Chico Liberato, como um museu vivo e atuante, e apresenta a primeira exposição de arte contemporânea da Bahia: O Sacrifício do Sentido, onde através de desenhos, objetos escultóricos e textos, nos mostra uma proposta que tenta abolir o discurso do fazer artístico possibilitando que o objeto, sua imagem e o óbvio conflito, que vem de sua observação/elucidação, tornem-se o próprio discurso.

Não vejo como fixas as formas expostas pelo artista, apesar de sua pesquisa e do modo como utiliza o seu arsenal técnico, nos iludirem com a fácil observação das formas exatas e estáticas, pois é dessa aparência que se inicia a desconstrução do significante, tornando-o mutante e criando um signo que reflete a curiosidade acerca das expressões do sonho, que sem depender apenas do humano recria-se na utilização de outros materiais. A obra de Almandrade reflete sua atitude de artista consciente e sincero, compromissado com o futuro.

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Zeca Magalhães

   
 
Almandrade, «Poema-quadrinhos", 1975 Almandrade, 1976
   
 

 

Almandrade, 1982

 
 
Almandrade, 1992  
   
 
  Almandrade, 1995
 

 

 

 

Almandrade (Antônio Luiz M. Andrade, Brasil)
Artista plástico, arquiteto, mestre em desenho urbano e poeta.
Participou de várias mostras coletivas, entre elas: XII, XIII e XVI Bienal de São Paulo; "Em Busca da Essência" - mostra especial da XIX Bienal de São Paulo; IV Salão Nacional; Universo do Futebol (MAM/Rio); Feira Nacional (S.Paulo); II Salão Paulista, I Exposição Internacional de Escultura Efêmeras (Fortaleza); I Salão Baiano; II Salão Nacional; Menção honrosa no I Salão Estudantil em 1972. Integrou coletivas de poemas visuais, multimeios e projetos de instalações no Brasil e exterior. Um dos criadores do Grupo de Estudos de Linguagem da Bahia
que editou a revista "Semiótica" em 1974. Realizou cerca de treinta exposições individuais em Salvador, Recife, Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo entre 1975 e 2011. É um dos principais nomes da poesia visual no Brasil.

www.expoart.com.br/almandrade

 

 

© Maria Estela Guedes
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