No silêncio dos móveis desponta a glória da imaginação.
Barcos erguem-se da geometria da água.
Levitam nos braços das estátuas.
Homens – pássaro com querubins nas mãos.
Homens que sabem do movimento
nas estátuas.
Movimento estático
avançando e recuando
como um bom ciclo menstrual
nas grinaldas do deus.
Ó negras arcadas do crime profícuo!
Os anjos sobem
pelo pontífice aceso dos ventrículos.
Asas em riste.
Magníficos punhos.
(uma devoção cintilante)
Punhos como pedras.
Punhos como diamantes líquidos.
A assunção dos pais.
Ó crisógrafo da noite fabulosa!
O mar. Ossos estiolados.
Pupilas deslumbradas. |