Como Jesus entre os ladrões, orquídeas negras
porque três somos com bandeiras apito decisão
um homem faz de conta que não é alvo negro mou-
che e capital de dor para milhares de bocas ávidas
entre dentes e pernas e gritos de quem soletra
a vitória e as derrotas maiores de hoje,
ontem, amanhã.
Subo por mim acima e o meu gesto é uma flor car-
nívora que adeja na ponta de um braço um dedo
preparado apitando como um comboio um deus um
homem.
Às vezes levo com uma garrafa na cabeça um
insulto no coração uma obscenidade nas
partes baixas. O meu território é o do Deve
Haver o lume nos olhos à coca de pisaduras
cotovelos cabeçadas. Sacerdote de potências
obscuras comando redimo restauro derrotas e
figas feitas com um cartão vermelho outro a-
marelo sóis negativos no poente ou no nas-
cente da terra palpitante onde quem os tem
no sólido é que pode ganhar.
Conhecem minha Mãe melhor/pior do que eu
sem nunca a terem visto. E fico enfeitado como
um sátiro um touro uma anedota. Caricatura
franca de flores e traques eu é que não ligo
um homem que corre por gosto não cansa.
Lá por andar de preto não vou desaparecer
ingloriamente. É para distinguirem a
geografia íntima terreal convicta da minha
qualidade.
Pelo-me por penalties. Mas o jogo é que tem
o redondo de tudo o que é volta à tristeza
à alegria ao frio das tripas de fora de den-
tro da bola que em nós corre como um rega-
to de Verão seja em dia seja em noite de final.
E nunca irei pr'ó penico, mesmo que insistam. |