A PAISAGEM DAS LUZES EM PORTUGAL (2)
texto de Mário Fortes e Cláudia Ávila Gomes
fotografias de Teresa Andresen e Mário Fortes
(arquitectos paisagistas)

Literatura, Viagens e Paisagens
(Algumas publicações e outras obras de cariz social e alegórico)

Alcina - Händel
Contrato Social - Rousseau
Dya-Na-Sore - Wilhelm F. Meyern
Julie ou a Nova Eloísa - Rousseau
King Sethos - Abbé Terrasson
Le philosophe anglais: histoire de M. Cleveland - Abbé Prevost
Mil e uma noites
O Paraíso Perdido - Milton
O Triunfo do Sentimento - Hirschfelp
Pensamentos Nocturnos - Eduard Young
Telémaco, Filho de Ulisses - Fénelon
Tristam Shandy - Sterne
Vathek - Beckford
Viagens de Gulliver - Jonathan Swift


Embora nestes cenários setecentistas se privilegiasse a liberdade e o individualismo conceptual, identificam-se semelhanças indiscutíveis entre obras espacial e cronologicamente desfasadas - considerando praticamente toda a Europa desde as paisagens marcadamente fisiocráticas do Reino Unido da Grã-Bretanha aos jardins da Czarina Catarina II de Todas as Rússias, num período compreendido entre o segundo quartel do século XVIII e meados do século XIX.

Parque de Duncombe (Inglaterra): Terrace e Templo Jónico

Justificam-se estas afinidades pela divulgação de conceitos e projectos, dispersão de publicações temáticas, frequentes viagens (por vezes de carácter instrutivo) e principalmente pela comunhão ideológica dos seus promotores, projectistas ou construtores, muitos deles Pedreiros Livres.

Planta I - Worlitz (Alemanha) (est. actual)
Planta II - Real Quinta de Queluz (est. actual)


Cite-se Wörlitz como exemplo representativo desta época. Na paisagem idílica, construída por decisão do princípe Leopold Friederich Franz de Anhalt-Dessau (3), exaltam-se os valores da Natureza, da Cultura, da Sociedade e do Indivíduo em torno de cenários aparentemente naturais.

Parque de Worlitz (Alemanha), em cima; em baixo:
Palácio Real Quinta de Queluz: Palácio - Ala Robillion


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(3) Paisagem cujo projecto inicial se atribui ao jardineiro da corte, Eyserbeck (1734-1818), onde se integraram composições arquitectónicas, algumas das quais traçadas pelo arquitecto Friederich Wielhm von Erdmannsdorf (1736-1800).