A PAISAGEM DAS LUZES EM PORTUGAL (2)
|
Literatura, Viagens e Paisagens (Algumas publicações e outras obras de cariz social e alegórico) Alcina - Händel Contrato Social - Rousseau Dya-Na-Sore - Wilhelm F. Meyern Julie ou a Nova Eloísa - Rousseau King Sethos - Abbé Terrasson Le philosophe anglais: histoire de M. Cleveland - Abbé Prevost Mil e uma noites O Paraíso Perdido - Milton O Triunfo do Sentimento - Hirschfelp Pensamentos Nocturnos - Eduard Young Telémaco, Filho de Ulisses - Fénelon Tristam Shandy - Sterne Vathek - Beckford Viagens de Gulliver - Jonathan Swift |
Embora nestes cenários setecentistas se privilegiasse a liberdade e o individualismo conceptual, identificam-se semelhanças indiscutíveis entre obras espacial e cronologicamente desfasadas - considerando praticamente toda a Europa desde as paisagens marcadamente fisiocráticas do Reino Unido da Grã-Bretanha aos jardins da Czarina Catarina II de Todas as Rússias, num período compreendido entre o segundo quartel do século XVIII e meados do século XIX.
Parque de Duncombe (Inglaterra): Terrace e Templo Jónico
|
Justificam-se estas afinidades pela divulgação de conceitos e projectos, dispersão de publicações temáticas, frequentes viagens (por vezes de carácter instrutivo) e principalmente pela comunhão ideológica dos seus promotores, projectistas ou construtores, muitos deles Pedreiros Livres.
Planta I - Worlitz (Alemanha) (est. actual)
|
Planta II - Real Quinta de Queluz (est. actual)
|
Cite-se Wörlitz como exemplo representativo desta época. Na paisagem idílica, construída por decisão do princípe Leopold Friederich Franz de Anhalt-Dessau (3), exaltam-se os valores da Natureza, da Cultura, da Sociedade e do Indivíduo em torno de cenários aparentemente naturais.
Parque de Worlitz (Alemanha), em cima; em baixo:
Palácio Real Quinta de Queluz: Palácio - Ala Robillion
___________
(3) Paisagem cujo projecto inicial se atribui ao jardineiro da corte, Eyserbeck (1734-1818), onde se integraram composições arquitectónicas, algumas das quais traçadas pelo arquitecto Friederich Wielhm von Erdmannsdorf (1736-1800).