Nova Série

 
 

 

 

 

 

NICOLAU SAIÃO
A NOSSA MEMÓRIA NÃO PODE SER CURTA! – aos democratas e libertários

   No dia 11 de Outubro vai ser levada a efeito, por militantes convocados por um documento posto a circular numa hábil acção de "agit-prop", uma manifestação a suceder no Largo Camões e visando começar a pressionar o ambiente para ulteriores actividades "revolucionárias", bem no estilo do que sucedeu no PREC.

  Nos mentideros não se esconde o que se pretende: infirmar a democracia consolidada, apresentada como ilegítima, visando criar uma "frente popular" que lance no País as raizes de este poder ser, mediante outras acções que decerto não cessarão de acontecer, uma nova Venezuela.

  Ou seja, uma Grécia de pacotilha, controlada por estruturas em estilo "bolivariano" (leia-se, tendencialmente totalitário), com posterior formação de eventuais milícias partidárias que "ajudarão" as "forças da ordem" deles a reprimir quem não aceite os seus ditames e orientações uma vez chegados ao Poder.

   Paralelamente a este projectado estado de coisas e aproveitando a colocação a que têm procedido paulatinamente, com os seus apaniguados nos diversos órgãos de informação,  buscarão controlar rigidamente a liberdade de expressão como sucedia nos estados pré-totalitários. 

  Usando as mais diversas técnicas de intoxicação, irão surgindo e cimentar-se campanhas caluniosas, censura indiscriminada e a velha manobra tão cara aos estalinistas e derivados de caracterizarem qualquer que se lhes oponha como "inimigo do povo" ou "agente criminal".

  Não esqueçamos o que se passou em França durante a denominada Frente Popular, não esqueçamos o que se viveu durante o PREC, não esqueçamos sobretudo a prática proverbial que os chamados "comunistas", herdeiros dum Leste que ruiu devido não aos erros (como dizem os que tentam branquear e mascarar a realidade) mas aos crimes cometidos contra os povos que por mera propaganda diziam apoiar, utilizam quando no poder.

  Essas formações partidárias, enchendo a boca com slogans aparentemente pró-populares, na sua prática histórica e real só criaram confusão, miséria e desespero nas nações por onde passaram e pelos lugares onde ainda se encontram.

  Os  cidadãos, norteados por uma feição democrática e libertária, não devem embalar-se no vozear destas más sereias que, simulando estar interessadas na beneficiação dos povos, apenas visam estabelecer a sua ideologia autoritária nas sociedades que afinal visam dominar inteiramente.

   

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Nicolau Saião – Monforte do Alentejo (Portalegre) 1946. É poeta, publicista, actor-declamador e artista plástico.  

Participou em mostras de Arte Postal em países como Espanha, França, Itália, Polónia, Brasil, Canadá, Estados Unidos e Austrália, além de ter exposto individual e colectivamente em lugares como Lisboa, Paris, Porto, Badajoz, Cáceres, Estremoz, Figueira da Foz, Almada, Tiblissi, Sevilha, etc.   

Em 1992 a Associação Portuguesa de Escritores atribuiu o prémio Revelação/Poesia ao seu livro “Os objectos inquietantes”. Autor ainda de “Assembleia geral” (1990), “Passagem de nível”, teatro (1992), “Flauta de Pan” (1998), “Os olhares perdidos” (2001), “O desejo dança na poeira do tempo”, “Escrita e o seu contrário” (a sair).    

No Brasil foi editada em finais de 2006 uma antologia da sua obra poética e plástica (“Olhares perdidos”) organizada por Floriano Martins para a Ed. Escrituras. Pela mão de António Cabrita saiu em Moçambique (2008), “O armário de Midas”, estando para sair “Poemas dos quatro cantos”(antologia).       

Fez para a “Black Sun Editores” a primeira tradução mundial integral de “Os fungos de Yuggoth” de H.P.Lovecraft (2002), que anotou, prefaciou e ilustrou, o mesmo se dando com o livro do poeta brasileiro Renato Suttana “Bichos” (2005).  

Organizou, coordenou e prefaciou a antologia internacional “Poetas na surrealidade em Estremoz” (2007) e co-organizou/prefaciou ”Na Liberdade – poemas sobre o 25 de Abril”. 

Tem colaborado em  espaços culturais de vários países: “DiVersos” (Bruxelas/Porto), “Albatroz” (Paris), “Os arquivos de Renato Suttana”, “Agulha”, Cronópios, “Jornal de Poesia”, “António Miranda” (Brasil), Mele (Honolulu), “Bicicleta”, “Espacio/Espaço Escrito (Badajoz), “Bíblia”, “Saudade”, “Callipolle”, “La Lupe”(Argentina) “A cidade”, “Petrínea”, “Sílex”, “Colóquio Letras”, “Velocipédica Fundação”, “Jornal de Poetas e Trovadores”, “A Xanela” (Betanzos), “Revista 365”, “Laboratório de poéticas”(Brasil), “Revista Decires” (Argentina), “Botella del Náufrago”(Chile)...  

Prefaciou os livros “O pirata Zig-Zag” de Manuel de Almeida e Sousa, “Fora de portas” de Carlos Garcia de Castro, “Mansões abandonadas” de José do Carmo Francisco (Editorial Escrituras), “Estravagários” de Nuno Rebocho e “Chão de Papel” de Maria Estela Guedes (Apenas Livros Editora). 

Nos anos 90 orientou e dirigiu o suplemento literário “Miradouro”, saído no “Notícias de Elvas”. Co-coordenou “Fanal”, suplemento cultural publicado mensalmente no semanário alentejano ”O Distrito de Portalegre”, de Março de 2000 a Julho de 2003. 

Organizou, com Mário Cesariny e C. Martins, a exposição “O Fantástico e o Maravilhoso” (1984) e, com João Garção, a mostra de mail art “O futebol” (1995).  

Concebeu, realizou e apresentou o programa radiofónico “Mapa de Viagens”, na Rádio Portalegre (36 emissões) e está representado em antologias de poesia e pintura. O cantor espanhol Miguel Naharro incluiu-o no álbum “Canciones lusitanas”.  

Até se aposentar em 2005, foi durante 14 anos o responsável pelo Centro de Estudos José Régio, na dependência do município de Portalegre.  

É membro honorário da Confraria dos Vinhos de Felgueiras. Em 1992 o município da sua terra natal atribuiu-lhe o galardão de Cidadão Honorário e, em 2001, a cidade de Portalegre comemorou os seus 30 anos de actividade cívica e cultural outorgando-lhe a medalha de prata de Mérito Municipal.

Blog : Ablogando, em: http://ab-logando.blogspot.pt/