No dia 11 de Outubro vai ser levada a efeito, por militantes convocados
por um documento posto a circular numa hábil acção de "agit-prop", uma
manifestação a suceder no Largo Camões e visando começar a pressionar o
ambiente para ulteriores actividades "revolucionárias", bem no estilo do
que sucedeu no PREC.
Nos mentideros não se esconde o que se pretende: infirmar a
democracia consolidada, apresentada como ilegítima, visando criar uma
"frente popular" que lance no País as raizes de este poder ser, mediante
outras acções que decerto não cessarão de acontecer, uma nova Venezuela.
Ou seja, uma Grécia de pacotilha, controlada por estruturas em estilo
"bolivariano" (leia-se, tendencialmente totalitário), com posterior
formação de eventuais milícias partidárias que "ajudarão" as "forças da
ordem" deles a reprimir quem não aceite os seus ditames e orientações uma
vez chegados ao Poder.
Paralelamente a este projectado estado de coisas e aproveitando a
colocação a que têm procedido paulatinamente, com os seus apaniguados nos
diversos órgãos de informação, buscarão controlar rigidamente a liberdade
de expressão como sucedia nos estados pré-totalitários.
Usando as mais diversas técnicas de intoxicação, irão surgindo e
cimentar-se campanhas caluniosas, censura indiscriminada e a velha manobra
tão cara aos estalinistas e derivados de caracterizarem qualquer que se
lhes oponha como "inimigo do povo" ou "agente criminal".
Não esqueçamos o que se passou em França durante a denominada Frente
Popular, não esqueçamos o que se viveu durante o PREC, não esqueçamos
sobretudo a prática proverbial que os chamados "comunistas", herdeiros dum
Leste que ruiu devido não aos erros (como dizem os que tentam branquear e
mascarar a realidade) mas aos crimes cometidos contra os povos que por
mera propaganda diziam apoiar, utilizam quando no poder.
Essas formações partidárias, enchendo a boca com slogans aparentemente
pró-populares, na sua prática histórica e real só criaram confusão,
miséria e desespero nas nações por onde passaram e pelos lugares onde
ainda se encontram.
Os cidadãos, norteados por uma feição democrática e libertária, não devem
embalar-se no vozear destas más sereias que, simulando estar interessadas
na beneficiação dos povos, apenas visam estabelecer a sua ideologia
autoritária nas sociedades que afinal visam dominar inteiramente.
ns
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Nicolau Saião –
Monforte do Alentejo (Portalegre) 1946. É poeta, publicista,
actor-declamador e artista plástico.
Participou em
mostras de Arte Postal em países como Espanha, França, Itália, Polónia,
Brasil, Canadá, Estados Unidos e Austrália, além de ter exposto
individual e colectivamente em lugares como Lisboa, Paris, Porto,
Badajoz, Cáceres, Estremoz, Figueira da Foz, Almada, Tiblissi, Sevilha,
etc.
Em 1992 a
Associação Portuguesa de Escritores atribuiu o prémio Revelação/Poesia
ao seu livro “Os objectos inquietantes”. Autor ainda de “Assembleia
geral” (1990), “Passagem de nível”, teatro (1992), “Flauta de Pan”
(1998), “Os olhares perdidos” (2001), “O desejo dança na poeira do
tempo”, “Escrita e o seu contrário” (a sair).
No Brasil foi
editada em finais de 2006 uma antologia da sua obra poética e plástica
(“Olhares perdidos”) organizada por Floriano Martins para a Ed.
Escrituras. Pela mão de António Cabrita saiu em Moçambique (2008), “O
armário de Midas”, estando para sair “Poemas dos quatro
cantos”(antologia).
Fez para a
“Black Sun Editores” a primeira tradução mundial integral de “Os fungos
de Yuggoth” de H.P.Lovecraft (2002), que anotou, prefaciou e ilustrou, o
mesmo se dando com o livro do poeta brasileiro Renato Suttana “Bichos”
(2005).
Organizou,
coordenou e prefaciou a antologia internacional “Poetas na surrealidade
em Estremoz” (2007) e co-organizou/prefaciou ”Na Liberdade – poemas
sobre o 25 de Abril”.
Tem colaborado
em espaços culturais de vários países: “DiVersos” (Bruxelas/Porto),
“Albatroz” (Paris), “Os arquivos de Renato Suttana”, “Agulha”, Cronópios,
“Jornal de Poesia”, “António Miranda” (Brasil), Mele (Honolulu),
“Bicicleta”, “Espacio/Espaço Escrito (Badajoz), “Bíblia”, “Saudade”, “Callipolle”,
“La Lupe”(Argentina) “A cidade”, “Petrínea”, “Sílex”, “Colóquio Letras”,
“Velocipédica Fundação”, “Jornal de Poetas e Trovadores”, “A Xanela” (Betanzos),
“Revista 365”, “Laboratório de poéticas”(Brasil), “Revista Decires”
(Argentina), “Botella del Náufrago”(Chile)...
Prefaciou os
livros “O pirata Zig-Zag” de Manuel de Almeida e Sousa, “Fora de portas”
de Carlos Garcia de Castro, “Mansões abandonadas” de José do Carmo
Francisco (Editorial Escrituras), “Estravagários” de Nuno Rebocho e
“Chão de Papel” de Maria Estela Guedes (Apenas Livros Editora).
Nos anos 90
orientou e dirigiu o suplemento literário “Miradouro”, saído no
“Notícias de Elvas”. Co-coordenou “Fanal”, suplemento cultural publicado
mensalmente no semanário alentejano ”O Distrito de Portalegre”, de Março
de 2000 a Julho de 2003.
Organizou, com
Mário Cesariny e C. Martins, a exposição “O Fantástico e o Maravilhoso”
(1984) e, com João Garção, a mostra de mail art “O futebol” (1995).
Concebeu,
realizou e apresentou o programa radiofónico “Mapa de Viagens”, na Rádio
Portalegre (36 emissões) e está representado em antologias de poesia e
pintura. O cantor espanhol Miguel Naharro incluiu-o no álbum “Canciones
lusitanas”.
Até se
aposentar em 2005, foi durante 14 anos o responsável pelo Centro de
Estudos José Régio, na dependência do município de Portalegre.
É membro
honorário da Confraria dos Vinhos de Felgueiras. Em 1992 o município da
sua terra natal atribuiu-lhe o galardão de Cidadão Honorário e, em 2001,
a cidade de Portalegre comemorou os seus 30 anos de actividade cívica e
cultural outorgando-lhe a medalha de prata de Mérito Municipal.
Blog : Ablogando, em:
http://ab-logando.blogspot.pt/ |