Recebêmos do Sr. Prof. Doutor José
Jagodes, com pedido de publicação, uma carta que passamos a
transcrever sem quaisquer comentários mas muita satisfação.
Com efeito e se nos é
permitido o detalhe jubiloso, há muito que o grande homem público não
se nos dirigia. Correram mesmo boatos de que teria viajado para o
Equador, para dar aulas na Universidade Livre de Quito, nomeadamente
para investigar se era mesmo fatual o célebre poema cesarinyano
"Tudo está eternamente escrito (Spinoza)/Tudo está eternamente em
Quito (uma rosa)". Podemos asseverar que tal não corresponde à
realidade, uma vez que o autor de "O bocejo nos tempos do Segundo
Império" continua a reger na Sourbonne a sua já famosa unidade
curricular "Metafísica Objetual, Macânica Supra-Nominal e Inteletiva",
hoje incontornável no pensamento por exemplo de Hollande e alguns
outros mas estes lusitanos.
Segue a peça:
"Caro diretor
Estando fortuitamente em momento de descanso, venho saudá-lo
cordialmente e, por extensão, aos milhares de meus leitores através
desse espaço que neticamente assegura.
Apenas para dar uma pequena explicação, obviamente sucinta e de
poucas palavras, o contrário é que seria estranho, de modo aos
meus/minhas admiradores/as ficarem cientes de que continuo vivo e ao
alto (isto não é piada brejeira) e que o bem da Pátria, incluindo a
nação e mesmo o país neste vocábulo expressivo, continua a nortear o
meu pensamento - o que não se estranhará pois a minha cabeça, e peço
indulgência para uma auto-citação "é uma verdadeira caldeira de motor
em contínua ebulição".
Dest'arte, estou neste momento - correspondente a um intervalo nas
aulas e nos passeios proverbiais no parque Monceau, para manter a
forma que como sabe continua assinalável, a dar à luz uma série de
textos em jeito proto-biográfico com que, em breve, abrilhantarei as
páginas que proficientemente alinda, e terão iluminação fotográfica do
meu habitual colaborador de que nem necessito dizer o nome.
Sem mais por ora e sempre a considerá-lo bem como aos inúmeros e
fiéis leitores/fãs, fica estrenuamente o
José Jagodes (Esquire)
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Somos
actores de coragem com estilos empenachados pátrio orgulho dos
passados como outrora nunca vi E mal nos dá a aragem ficamos
ao mundo abraçados - e à Angelina Jolie...
Para vencer
desafios também temos um soberano um D. Duarte com brios
cronicado pelo Hermano “- Abre a porta meu menino que quer
entrar um fulano com muito jeitinho e arte! “ Mas responde-lhe
o destino num tom bem republicano: - Mandem-no àquela parte!
(Estribilho)
Grita
viva Portugal tira a alma, fura o peito dá um murro no sujeito
que não te der o sinal de que vai andar direito com um jeito
ocidental
Nós queremos mais Portugal para encher bem o bandulho e dar com o
estadulho no poviléu pequenino. E incentivar o barulho desse
Marcelão mofino!...
Nova força para o mundo: - meu jeitinho de
animal político, de quintal na vanguarda do futuro Ser
politicão é um furo para se andar mais feliz
Meu orgulho, meu país meu lindo país profundo - e mesmo se fores
um imundo levanta bem o nariz!
O Passos é quem conduz de
norte a sul todos nós com a sua linda voz de galã meio-rapazola
Quem refere que ele é um
pachola e não presta para governar não sabe mesmo o que diz e
na prisa devia estar - Meu Portugal, meu país tão à
beirinha do mar! (E tu levas na carinha se tornas a criticar...)
Do lado parla
o Pinóquio com voz de galo capão - que a TV paga-a o povão para
ele lhe cantar o fado de que foi um injustiçado …e o povo tem de
amargar!
Mas eis que
chega um tal Gaspar - o que fala aos solavancos como um gago a
silabar – e com vontade de se rir põe toda a malta a chorar
quando desata a referir:
- É tempo de acreditar, de ter confiança em si
com o Portas a ajudar com seu garbo militar.
Toca malta a trabalhar!
Como Portugal nunca vi!
Com ele vivo a sonhar - e com a Angelina Jolie...
JOSÉ JAGODES
(Paris,
Sourbonne, Maio de 2013)
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Nicolau Saião –
Monforte do Alentejo (Portalegre) 1946. É poeta, publicista,
actor-declamador e artista plástico.
Participou em
mostras de Arte Postal em países como Espanha, França, Itália, Polónia,
Brasil, Canadá, Estados Unidos e Austrália, além de ter exposto
individual e colectivamente em lugares como Lisboa, Paris, Porto,
Badajoz, Cáceres, Estremoz, Figueira da Foz, Almada, Tiblissi, Sevilha,
etc.
Em 1992 a
Associação Portuguesa de Escritores atribuiu o prémio Revelação/Poesia
ao seu livro “Os objectos inquietantes”. Autor ainda de “Assembleia
geral” (1990), “Passagem de nível”, teatro (1992), “Flauta de Pan”
(1998), “Os olhares perdidos” (2001), “O desejo dança na poeira do
tempo”, “Escrita e o seu contrário” (a sair).
No Brasil foi
editada em finais de 2006 uma antologia da sua obra poética e plástica
(“Olhares perdidos”) organizada por Floriano Martins para a Ed.
Escrituras. Pela mão de António Cabrita saiu em Moçambique (2008), “O
armário de Midas”, estando para sair “Poemas dos quatro
cantos”(antologia).
Fez para a
“Black Sun Editores” a primeira tradução mundial integral de “Os fungos
de Yuggoth” de H.P.Lovecraft (2002), que anotou, prefaciou e ilustrou, o
mesmo se dando com o livro do poeta brasileiro Renato Suttana “Bichos”
(2005).
Organizou,
coordenou e prefaciou a antologia internacional “Poetas na surrealidade
em Estremoz” (2007) e co-organizou/prefaciou ”Na Liberdade – poemas
sobre o 25 de Abril”.
Tem colaborado
em espaços culturais de vários países: “DiVersos” (Bruxelas/Porto),
“Albatroz” (Paris), “Os arquivos de Renato Suttana”, “Agulha”, Cronópios,
“Jornal de Poesia”, “António Miranda” (Brasil), Mele (Honolulu),
“Bicicleta”, “Espacio/Espaço Escrito (Badajoz), “Bíblia”, “Saudade”, “Callipolle”,
“La Lupe”(Argentina) “A cidade”, “Petrínea”, “Sílex”, “Colóquio Letras”,
“Velocipédica Fundação”, “Jornal de Poetas e Trovadores”, “A Xanela” (Betanzos),
“Revista 365”, “Laboratório de poéticas”(Brasil), “Revista Decires”
(Argentina), “Botella del Náufrago”(Chile)...
Prefaciou os
livros “O pirata Zig-Zag” de Manuel de Almeida e Sousa, “Fora de portas”
de Carlos Garcia de Castro, “Mansões abandonadas” de José do Carmo
Francisco (Editorial Escrituras), “Estravagários” de Nuno Rebocho e
“Chão de Papel” de Maria Estela Guedes (Apenas Livros Editora).
Nos anos 90
orientou e dirigiu o suplemento literário “Miradouro”, saído no
“Notícias de Elvas”. Co-coordenou “Fanal”, suplemento cultural publicado
mensalmente no semanário alentejano ”O Distrito de Portalegre”, de Março
de 2000 a Julho de 2003.
Organizou, com
Mário Cesariny e C. Martins, a exposição “O Fantástico e o Maravilhoso”
(1984) e, com João Garção, a mostra de mail art “O futebol” (1995).
Concebeu,
realizou e apresentou o programa radiofónico “Mapa de Viagens”, na Rádio
Portalegre (36 emissões) e está representado em antologias de poesia e
pintura. O cantor espanhol Miguel Naharro incluiu-o no álbum “Canciones
lusitanas”.
Até se
aposentar em 2005, foi durante 14 anos o responsável pelo Centro de
Estudos José Régio, na dependência do município de Portalegre.
É membro
honorário da Confraria dos Vinhos de Felgueiras. Em 1992 o município da
sua terra natal atribuiu-lhe o galardão de Cidadão Honorário e, em 2001,
a cidade de Portalegre comemorou os seus 30 anos de actividade cívica e
cultural outorgando-lhe a medalha de prata de Mérito Municipal.
Blog : Ablogando, em:
http://ab-logando.blogspot.pt/ |