Foi assim que no CULTURA, excelente
jornal cultural angolano dirigido por José Luís Mendonça, se noticiou o
assassinato - perpetrado por terroristas islâmicos - do grande poeta e
romancista africano que por seu mal estava nesse dia num local condenado
pelos bandidos.
Os
islamitas abatem indiscriminadamente quem lhes caia nessa rede de acaso
que o fascismo verde coloca aleatoriamente nos seus planos sanguinários.
Não passa pois duma falácia a narrativa brutalizadora de
pseudo-esquerdistas que, de forma cruel e cobarde, justificam os actos dos
fascistas verdes com o pretexto de que são dirigidos contra imperialistas
brancos ou ocidentais em vista a “vingarem” o que estes teriam feito há
séculos.
O terrorismo islamita é inimigo de todos os que não aceitam o fanatismo
nem partilham a “justificação” ou “compreensão” dos seus actos
pró-totalitários.
É,
na expressão mais lídima, inimigo da Humanidade. Urge ser combatido sem
temor ou intermitências.
Como homenagem a todos os que tombam assassinados pelos terroristas
corânicos, aqui fica um poema de Kofi Awoonor também colhido no CULTURA, a
quem agradecemos a notícia veiculada pois é em si uma legítima acção
democrática. -
ns
Canção de Lamento Kofi Awoonor
Dzogbese Lisa tratou-me assim
Conduziu-me por entre as asperezas da floresta
Voltar não é possível
E avança-se com grande dificuldade
Os negócios deste mundo são como as fezes do
camaleão
Nas quais pisei
Não as consigo limpar
Estou no extremo do mundo,
Não estou sentado na fila com os eminentes
Mas os afortunados
Sentam-se no meio e esquecem
Estou no extremo do mundo
Só consigo ir mais além e esquecer
Meu povo, estive algures
Se me viro para cá, sou fustigado pela chuva
Se me viro para lá o sol queima-me
A lenha deste mundo
É só para os que têm coragem
É por isso que nem todos podem apanhá-la.
O mundo não é bom para ninguém
Mas estás tão feliz com a tua sorte;
Ai! os viajantes estão de regresso
Todos cobertos de dívidas.
Algo me aconteceu
Coisas tão grandes que não posso chorar;
Não tenho filhos que disparem a arma quando eu
morrer
Nem filhas que chorem quando eu fechar os lábios
Vagueei por lugares ermos
Pelo lugar ermo a que os homens chamam vida
A chuva fustigou-me,
E os cepos afiados cortam como facas
Vou mais além descansar.
Não tenho parente nem irmão,
A morte declarou guerra à nossa casa;
E a grande casa de Kpeti já não existe,
Só resta a cerca quebrada;
E os que não ousavam olhá-lo no rosto
Surgiram como homens.
Como o orgulho está com eles.
Que os que já partiram tomem nota
Trataram mal a sua descendência.
Porque estão a chorar?
Alguém morreu. O próprio Agosu
Ai! Fui mordido por uma cobra
O meu braço direito está partido,
E a árvore à qual me apoio está caída.
Agosi se lhes fores dizer,
Diz a Nyidevu, a Kpeti, e a Kove
Que nos fizeram mal;
Diz-lhes que a casa deles está a cair
E que as árvores da cerca
Foram comidas pelas térmitas;
Que os martelos os amaldiçoem.
Pergunta-lhes por que estão lá parados
Enquanto nós sofremos, e comemos areia.
E o corvo e o abutre
Pairam sobre as nossas cercas quebradas
E os estranhos caminham sobre o que é nosso.
K.A.
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