No
fundo do vale o ribeiro de águas mansas
macias e tranquilas nos
espera
Corre sempre, levemente,
lugar escondido de paz
Salgueiros de folhas
glaucas como a água se inclinam
no seu curso em solene
homenagem.
Para
lá chegar temos que descer o monte:
Tojos,
silvas, urtigas cor de esmeralda,
ásperas nos arranham a
pele.
Não
passes, dizem. Não procures o caminho
O
ribeiro é um mistério que não deves desvendar
Volta
para trás--dizem --pára!
A lua cheia ilumina
docemente o ribeiro escondido
atravessando a sombra
das altas árvores que o cercam
Parada entre salgueiros a pequena enseada
Devolve à lua os raios de luar
silenciosa homenagem da
terra líquida ao universo vazio
O
moinho abandonado recorda outros tempos que já foram. |