A realidade
criminal na Alemanha
A delinquência do dia-a-dia, aliada à
criminalidade de motivação ideológica, é “preocupante” como afirma o
ministro do interior alemão ao apresentar a estatística criminal de 2016.
Em 2016, na Alemanha houve 6,37 milhões
de infrações criminosas registadas pela polícia. Houve 2418 casos de
assassinatos e homicídios; 7.919 casos de violações e agressões sexuais;
151.265 casos registados de assaltos a casas. A quota de
esclarecimento geral é de 56,2%. É alarmante o à vontade com que bandos de
estrangeiros vão ocupando as grandes cidades.
De motivação ideológica ou política
registaram-se 23.555 infrações de extremistas da direita, 9.389 infrações
de extremistas de esquerda e 3.372 casos de criminalidade de estrangeiros.
À conta de requerentes de asilo, refugiados da guerra civil e refugiados
tolerados houve 174.438 infratores (nos delitos não estão incluídas as
violações contra as leis de imigração; muitas das vítimas são também elas
refugiados!) Os infratores provêm na maioria de países da África do Norte;
os crimes praticados por sírios cf.
www.bmi.bund.de
não são tão frequentes. Dado a política de refugiados ter falhado, a
soberania da opinião sobre criminalidade faz parte dos extremos da
sociedade. Tornou-se rotina a apresentação da estatística sem que haja
consequências a tomar em relação a elas. Enquanto for o povo a aguentar, o
Estado prefere branquear a situação. Berlim é a capital do crime, com uma
quota de 16.161 infrações por 100.000 habitantes.
O problema é
cultural e como tal de grande sustentabilidade
A esmagadora maioria dos imigrantes é
muçulmana e não se integra na sociedade, como revela a recente percentagem
de 70% de turcos na Alemanha a apoiarem o ditador turco Erdogan. O partido
liberal (FDP) reagiu ao fenómeno desta votação que contradiz a mundivisão
alemã de um Estado democrático de direito (e revela a mentalidade da
comunidade turca a viver na Alemanha desde há 60 anos), exigindo
publicamente que pessoas com dupla nacionalidade só devem ter a
possibilidade de votar num país, para evitar conflitos de lealdade.
Juridicamente é um caso quase impossível e como tal um tema propício para
épocas de eleições.
Bandos de jovens do
próximo Oriente, Eritreia e da Ásia central afirmam a sua presença nos
centros urbanos europeus.
Estados em decomposição devido a
fragmentações religiosas e tribais produzem bandos criminosos
especialmente entre a numerosa juventude abandonada a si mesma que provoca
distúrbios nos seus países (bolhas de juventude: Youth Bulges) e
avalanches demográficas em direção a países fora de África e do próximo
oriente; através da Líbia vêm africanos do sul do Saará (sobretudo da
Somália, Eritreia e do oeste africano islâmico). Há muitos grupos
criminosos que enriquecem à custa dos movimentos migratórios.
Na política de descolonização e de
protetorados, o Ocidente criou estados-nação em regiões de cultura tribal
cujos interesses são contrários a instituições nacionais centrais
(justiça, polícia, administração central). Por exemplo
a Líbia tem muitas tribos, mas não tem um povo nacional. Líbia e Somália
têm governo, mas não têm Estado (No mundo árabe só Marrocos e o Egipto são
países com estruturas estatais estáveis). A Europa incorreu no erro de
transplantar a democracia de pluralidade partidária para sociedades de
tradição tribal, o que não funciona, porque nelas, os factores de
identidade seguem por outras rotas (etnia e religião) à margem da
identidade nacional (Cf. “Tribes and State Formation in the Middle East”).
Fundaram-se Estados nacionais nominais sem comunidade, muitos deles são
Estados em desintegração, como se observa na Somália, Síria, Iraque, Líbia
e Iémen, etiópia e Quénia, Nigéria (tribos em revolta). O crescimento da
população nestas regiões cria gerações agressivas, sem futuro, que vêm
para a Europa como Youth Bulges.
“É autoengano quando os políticos
falam, de poderem fazer face à Integração de pessoas em briga religiosa,
étnica e tribal entre elas próprias” como refere o Prof. Dr. Bassam
Tibi em Cícero 2/2017.
A Alemanha, com a sua política de
refugiados descontrolada, favoreceu uma situação imprevisível e quer, em
nome da solidariedade obrigar os outros países europeus a aceitar mais
refugiados. Em 2015 a Alemanha acolheu quase um milhão e meio de
refugiados; a França acolhe imigrantes até um limite máximo de 30.000.
A miopia política e a
irresponsabilidade de cientistas da migração, para não serem intitulados
de racistas, não se atrevem a apresentar análises realistas da situação.
(Também é verdade que uma apresentação realista da situação
desestabilizaria o sistema político europeu e fomentaria ainda mais os
nacionalismos).
A tarefa europeia é mastodôntica:
criar futuro para a geração sem futuro acolhida e criar um islão europeu
compatível com a democracia ocidental.
António da Cunha Duarte
Justo
Pegadas do Tempo,
http://antonio-justo.eu/?p=4228
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