INÚTEIS COMO OS MORTOS
Cunha de Leiradella
www.triplov.com 16-09-2005

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INÚTEIS COMO OS MORTOS

DRAMA
REGISTRADO NA SOCIEDADE BRASILEIRA DE AUTORES TEATRAIS

CUNHA DE LEIRADELLA

Casa das Leiras
São Paio de Brunhais
4830-046 - Póvoa de Lanhoso
Portugal
Telefone: 253.943.773
E-mail: mailto:leiradella@sapo.pt

UM PRÓLOGO E UM ATO

PERSONAGENS

EDUARDO DA CUNHA JÚNIOR - NININHA - CARLOS MANUEL FONSECA - BERTA - WILSON - VOVÓ - CONHECIDO DE VISTA

PRÓLOGO

Palco em total escuridão. Um foco de luz acende, em resistência, sobre Carlos Manuel, junto do proscênio.

CARLOS MANUEL

Eduardo da Cunha Júnior morreu em dezembro do ano que passou. Foi encontrado morto, já decomposto, num pequeno hotel de subúrbio. Não deixou nenhuma carta, nenhum bilhete, nenhuma despedida. Em cima da mesa-de-cabeceira, apenas, um frasco vazio de Tranxilene, uma caixa de fósforos, uma bolsa de fumo e um cachimbo. E, esmagada no cinzeiro, uma ponta de cigarro marcada de batom. Nunca se soube quem foi a companheira. Mas as declarações da polícia, durante e após o inquérito, foram categóricas. Taxativas. Eduardo da Cunha Júnior era um indivíduo sujeito a crises nervosas profundas, o uso de Tranxilene era prova irrefutável e, numa delas, provocada por motivos até agora desconhecidos, Eduardo da Cunha Júnior suicidou-se. Mas eu conheci Eduardo!

APAGA A LUZ