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Corre um texto pequeno, em prosa, no teor idêntico às Trovas do Bandarra, que justifica a temática sebastianista de alguns ensaios sobre ele. Este texto sebastianista diz-se que é de sua autoria. Também o consideram trovador, e tradutor de Razi, um alquimista e médico árabe, que terá sido o seu primeiro mestre. Mas nada disto, a ser verdadeiro, iguala a riqueza de trabalhos que se têm escrito sobre ele. Repare-se que a Academia das Ciências publica um texto intitulado: "São Frei Gil e a Academia das Ciências". António Pereira Forjaz, o autor, refere-se à literatura sobre Frei Gil assinada por membros da Academia. Vejamos o rol dos académicos interessados em assunto que se diria o mais possível afastado das suas tradições de livre e maçónico pensamento: Eça de Queirós, Almeida Garrett, José Maria Rodrigues, Joaquim de Carvalho, Braamcamp Freire, António de Vasconcelos, António Sardinha, Teófilo Braga, Júlio Dantas, e "tantos mais", escreve o académico. Porque é que na Academia das Ciências há tanto interesse pelo taumaturgo? Porque é que, afinal, todos nos interessamos por ele, e não apenas os dominicanos? Será por causa de temas como o do Fausto português? Ou por este Fausto ser uma obra colectiva dos esoteristas portugueses? A literatura egidiana é uma floresta que convém explorar. À semelhança de Santo Alberto Magno, de Ramón Llul e de tantos outros, cujas obras de alquimia não parecem ter sido obra deles, a autoria de um incerto S. Frei Gil há-de ter servido para desviar as suspeitas dos inquisidores do verdadeiro autor das obras que lhe são imputadas. |
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