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DOMENICO AGOSTINO VANDELLI |
PARA UMA BIOGRAFIA DE DOMINGOS VANDELLI |
(1735-1816) |
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1782 |
Explorações no país, D. Miguel |
- Carta de Domingos Vandelli de 22 de Janeiro. "Brevemente remeterei a
V. Exa uma Memória sobre a cultura das abelhas do bacharel
Manuel Dias Baptista, o qual está também aperfeiçoando a outra da des-crição de uma parte da comarca de Coimbra para
concorrer ao prémio."
Será premiada pela Academia, ê a que
inclui os rudimentos da flora e fauna conimbricense {1789),
e constitui uma das Amenidades Acadêmicas. Continuam as
explorações no país. O Dr. Francisco António de Paiva colige
em Aveiro. Vandelli: "Apareceu nas praias, em vizinhança de
Aveiro, um Physeter macrocephalus, do qual se tiraram muitos
"spermaceti", e muito azeite. O Dr. Francisco António de
Paiva irá ver se pode aproveitar o esqueleto para este
museu."
- Vandelli arqueólogo. Nesta qualidade e na de
numismata se correspondeu com Cenáculo. Aparentemente houve
obras na Sé Velha de Coimbra. A 28 de Janeiro escreve a
Correia da Serra: "Ao Exmo Senhor Visconde remeto cópia de
todas as Inscrições que se acham nesta Sé Velha. Se quer
algumas Romanas sepulcrais que tenho no Museu, que furtei
aos Pedreiros, as posso mandar."
- Barbacena a Vandelli, 24 Fevereiro. Tiveram assembleia
semi-pública na qual se fez o elogio do sócio Snr. D.
Miguel de Portugal.
Pede instruções sobre memórias acerca
do sebo, modo de melhorar o azeite de peixe, evitando fumo,
etc.. Em cartas seguintes fala das plantas do tabaco, e
informa que chegou o Padre Loureiro da Conchinchina. Noutra
carta, comunica que os fundos para a Academia provêm da
Lotaria.
- Carta de Vandelli a Correia da Serra, 12 de Julho (integral):
Reverendíssimo Snr. José Correia da Serra
Lhe agradeço infinitamente o favor de querer
interessar-se para o livramento de José Pinto, que lhe
entregará esta minha, o qual novamente lhe recomendo.
A porcelana da qual lhe mandei amostra é composta de
argila e feldspato, não faltando nestas vizinhanças argilas,
que naturalmente são misturadas com uma pequena porção do
mesmo espato de composto, mas não em dose suficiente para fazer uma porcelana transparente.
Estimei muito as suas novas observações botânicas, e
desejo ter ocasião de examinar a Bermundiana para verificar
a sua descoberta.
Eu continuo a fazer abrir os novos géneros do nosso
Veloso, que acabei de examinar com o seu herbário, e a um
deles lhe ponho o nome de Corrêa.
Os meus ajudantes têm prontos mais dois globos de papel, um de 23, e outro de 33 pés de diâmetro, que na vinda
do Bispo de Porto largarão ao ar.
- Barbacena escreve a DV dizendo que na Academia Real das Ciências fora lida
uma memória de Alexandre Rodrigues Ferreira sobre a
introdução à teologia dos vermes e abuso da conchiologia. E outra de DV sobre o
modo de fazer o verdete e sobre a análise do carvão de
Buarcos (antes de partirem para a viagem filosófica,
Alexandre Rodrigues Ferreira e João da Silva Feijó estudaram as minas de Buarcos). Noutra, diz que recebeu a memória de Vandelli sobre os diamantes.
(Sem data)
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1783 |
Viagens filosóficas ou expedições régias |
- A mina de Coja está em laboração, Vandelli faz
experiências de fundição com o seu aluno Baltasar
Lisboa. Mandam vir um fundidor francês e Vandelli sugere ao
Bispo D. Francisco de Lemos que faça um forno no palácio.
- Barbacena escreve a Vandelli dizendo que fora lida na
Academia Real das Ciências a memória de Vandelli sobre os diamantes. Noutra carta, acusa
a recepção de camafeus (provenientes da fábrica de Santa
Clara, louças de vandel), a entregar ao duque de Lafões,
para terem como destino o gabinete da Academia.
- Organizadas por Vandelli as viagens filosóficas,
neste ano parte para Cabo Verde, João da Silva Feijó,
encarregado também de estudar as produções do vizinho
continente africano (Guiné-Bissau). Para Angola, Angelo Donati, funcionário
do Real Jardim Botânico da Ajuda, Joaquim José da Silva e
riscador. Para Moçambique, Manuel Galvão da Silva, com o
preparador José da Costa e o desenhador António Gomes. Para
o Brasil, Alexandre Rodrigues Ferreira, os riscadores
Joaquim Freire e Joaquim Codina, e o jardineiro-botânico
Agostinho do Cabo.
- Manuel Joaquim Paiva publica os "Elementos de Química
e Farmácia", dedicados ao mecenas Pina Manique.
- Agosto, 3. Vandelli arrenda o Alvéu do Rio Velho do Mondego.
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1784 ..............................................................Balões de hidrogénio |
- Nasce Alexandre António Vandelli.
- Vandelli funda a fábrica de cerâmica de Santa Clara, Coimbra.
Louças de vandel. DV estava ligado à cerâmica desde a sua
chegada. Em Lisboa, à Fábrica do Rato. Em Coimbra tentou
restaurar e adaptar uma antiga fábrica de telha vidrada,
pertencente à Universidade, mas não há noticia de que tenha
chegado a funcionar. O nome de Vandelli populariza-se com o
das louças, dá-se o nome de bandeli à chávena de chá. Peças
expostas no Museu Machado de Castro. Saiu legislação vária a
proibir outras fábricas de usarem as suas fórmulas, de
tintas, materiais, etc. A louça de vandel era a de porcelana
fina. O filho continou ligado às louças de vandel.
- Julho, 25 e 27. Lançamentos dos balões a hidrogénio
encomendados aos alunos José Alvares Maciel (Inconfidência
Mineira), Vicente Coelho de Seabra, Tomás José de Miranda e
Almeida, e Salvador Caetano de Carvalho. O verniz de
gutapercha usado no balão fora invenção de Vandelli. A 27,
a assistência foi constituida pelo Reitor e todo o corpo
académico, nobreza e povo. Rol de materiais e despesas in
Cruz.
- Explorações no pais. José Alvares Maciel explora
durante dois meses a Serra da Estrela, na companhia do
ervanário António José Ferreira. |
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1786 |
- DV associa-se a João Bernardo Guedes e Diogo José
Araújo na criação da fábrica de louças do Cavaquinho, Gaia.
- Dizem que Correis da Serra se exila em França,
provavelmente devido a intrigas e perseguições de Pina
Manique. E que contrai amizade com o botânico Broussonet.
Duvidoso, Broussonet nem o citará nas cartas. Quem ele diz
que o foi visitar ao quarto, na Academia de Ciências é Vandelli.
- Caso Broussonet, a seguir.
- A Congregação da Faculdade de Filosofia determina que os lentes devem elaborar os manuais das cadeiras.
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1787-88 |
Jubileu ou acto académico similar, pois Vandelli deixa de ensinar e regressa a Lisboa. |
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