MARIA JULIETA MENDES DIAS
& PAULO MENDES PINTO

Maria de Magdala
a Mulher – a construção
do Culto – o caminho dos Mitos

8. A iconografia da santa

Um símbolo é uma chave de acesso a um conjunto de significados aceites por uma comunidade. No caso de um santo, ou noutras religiões, de uma divindade, os símbolos são grupos de códigos que todos os crentes reconhecem, aos quais atribuem significado e, de forma clara, os ajudam a identificar uma personagem e as suas principais características.

Se recuarmos a épocas em que a alfabetização era ainda mais escassa que actualmente, não nos custa a entender o significado fundamental de tais características, de certas nuances na representação. Impossíveis de reconhecer pelos rostos, ao contrário de quando nos cruzamos com alguém que já vimos, os santos, todos eles já defuntos e nunca vistos, quer pelos retratistas, quer pelos crentes que olham para uma peça de arte que os representa, eram simplesmente identificados pelos seus atributos, por um grupo de símbolos que levava o crente a estar perante a imagem de um ou de outro.

No caso de Maria Madalena, que símbolos foram cristalizados como sendo os seus? À medida que os séculos passam e, e especial, se consolida toda a construção mental, teológica e religiosa na Idade Média, que elementos passaram a acompanhar a identificação e a identidade da santa?