ou como diz Rumî, noutro livro:
O livro do Sufi não é composto de tinta e de letras.
Ele não é senão um coração branco como a neve.
O coração (lugar crucial)
Como já dissemos o ser humano é formado por um conjunto de planos ou níveis energéticos, ou níveis ontológicos.
O Coração encontra-se no centro de todo este Conjunto.
Está aí o segredo da sua importãncia.
Acima dele reina o mundo do espírito e da Alma Superior: as Potências espirituais(teomorfas) da Personalidade Transcendente e Una.
Abaixo dele gravita o mundo da Physis(natureza) e da Psiquê(alma lunar), das forças psicossomáticas, da Individualidade incarnada, impermanente, móvel.
Ou dito de outro modo:
Acima, o CAMPO TEOENERGÉTICO.
Abaixo, o CAMPO BIOENERGÉTICO.
Se estes dois campos fossem simultâneamente justapostos, o homem não poderia de nenhuma maneira ser uma Unidade vivente.
Ele tem necessidade de um "lugar mediador" do Conjunto, de um " ponto de reencontro ", de interpenetração, de interacção, de um "orgão" permitindo esta informação energética bipolar, do Alto e do Baixo, ou seja de um ponto de junção.
Ora o Coração representa em nós esse ponto crucial: de discernimento, de conversão, de união das energias.
Situado entre a Alma inferior (psiquê) e a Alma essencial, no limite do impermanente e do Permanente, ele torna possível as trocas frutuosas entre a Essência e as Experiências: o cruzamento entre as correntes involutivas e as evolutivas, o contacto entre o Espírito que tende a corporizar-se, e o Corpo que tende a espiritualizar-se.
TUDO OBRIGATORIAMENTE PASSA POR ELE.
Os apelos do Alto e os do Baixo aí se resolvem numa continuidade sempre renovada.
O Coração coloca o Divino à nossa porta.
Ele recapitula, para nós, os diversos céus e todas as Energias superiores(ou Sephirots).
A assinatura de Deus em nós está no Coração.
É o lugar privilegiado da nossa capacidade para Deus. |