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MARIA AZENHA

chove muito/muito

No dia da morte de Eugénio de Andrade
I

há mortes que não sabem/que a morte
é um verso/ que deixa
destroços/

como um grande naufrágio

II

um pássaro
há pouco
recebia os teus versos/ em
telepáticas línguas/

chove muito
muito/

a chuva arrasta o teu nome na boca