Apocalipse segundo S. João (3)

S. JOÃO

Segundo a Bíblia dos Capuchinhos

Capítulos: 1-7; 8-14; 15-22


Ap 15

Sétimo sinal: o mar de vidro e as sete pragas1Depois vi no céu outro sinal maravilhoso e surpreendente: sete anjos eram portadores dos sete últimos flagelos porque neles se cumpria a ira de Deus.

2Vi ainda uma espécie de mar de vidro misturado com fogo. Os que tinham vencido a Besta, a estátua da Besta e o número correspondente ao nome da Besta estavam junto do mar de vidro com as harpas que Deus lhes tinha dado.

3E cantavam o Cântico de Moisés, servo do Senhor, e o cântico do Cordeiro, aclamando:

«Grandes e admiráveis são as tuas obras,
Senhor Deus todo-poderoso!
Justos e verdadeiros são os teus caminhos,
ó Rei das nações!
4Senhor, quem não reverenciará o teu nome?
Quem não lhe dará glória?
Porque só Tu és santo!
Todas as nações virão prostrar-se diante de Ti,
pois as tuas justas sentenças foram promulgadas!»

5Depois disto, vi abrir-se no céu o santuário que abrigava a Tenda do Encontro. 6Do santuário saíram os sete anjos que eram portadores dos sete flagelos; estavam vestidos de linho puro, resplandecente, e cingidos de cintos de ouro à volta do peito. 7Então, um dos quatro seres viventes entregou aos sete anjos sete taças de ouro cheias da ira de Deus, que vive eternamente.

8O santuário encheu-se do fumo da glória de Deus e do seu poder; ninguém podia lá entrar, antes que se cumprissem os sete flagelos dos sete anjos.


Ap 16

As sete taças da ira divina1Ouvi também uma voz potente, que saía do santuário e dizia aos sete anjos: «Ide derramar sobre a terra as sete taças da ira de Deus.»

2Partiu o primeiro anjo e derramou a sua taça sobre a terra: uma úlcera cruel e maligna apareceu nos homens que tinham o sinal da Besta e que adoravam a sua estátua.

3Quando o segundo anjo derramou a sua taça sobre o mar, este converteu-se em sangue semelhante ao sangue de um morto e morreram todos os seres vivos do mar.

4Quando o terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas nascentes das águas, eles transformaram-se em sangue. 5Então, ouvi o anjo das águas que dizia:

«Tu és justo, Tu que és, que eras, o Santo;
tens razão em dar esta sentença;
6porque eles derramaram o sangue dos santos e dos profetas,
também lhes deste a beber sangue.
É o que eles merecem!»

7Ouvi também uma voz que vinha do altar:

«Na verdade, Senhor Deus Todo-Poderoso,
as tuas sentenças são legítimas e justas.»

8Quando o quarto anjo derramou a sua taça sobre o Sol, este tornou-se tão ardente que queimava os homens no seu ardor. 9Os homens foram queimados num calor abrasador e blasfemaram do nome de Deus, que tem o poder de infligir estes castigos. E não se arrependeram nem deram razão a Deus.

10Quando o quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da Besta, o seu reino cobriu-se de trevas, os homens mordiam de dor as suas línguas 11 e blasfemavam contra o Deus do céu por causa do sofrimento e das chagas. Mas não se arrependeram das suas más acções.

12Quando o sexto anjo lançou a sua taça sobre o grande rio Eufrates, as suas águas secaram, de modo a preparar o caminho aos reis que vêm do Oriente. 13Depois vi sair da boca do Dragão, da boca da Besta e da boca do falso Profeta três espíritos imundos em forma de rãs. 14Estes são espíritos demoníacos com poder de realizar prodígios. E dirigiram-se aos reis do mundo inteiro, a fim de os reunir para a batalha do grande dia do Deus Todo-Poderoso.

15Vêde bem! Virei como um ladrão: feliz daquele que estiver vigilante e vestido com as suas roupas; deste modo, não andará nu e ninguém verá a sua nudez.

16E reuniu-os no lugar que, em hebraico, se chama Harmaguedon.

17O sétimo anjo derramou a sua taça nos ares. E no santuário ressoou uma voz forte que saía do trono e dizia: «Está feito.» 18Houve, então, relâmpagos, estrondos, trovões e um terramoto tão violento como nunca tinha acontecido desde que há homens sobre a terra. 19A grande cidade dividiu-se em três partes e desmoronaram-se as cidades das nações. Deus recordou-se da grande Babilónia, a fim de lhe dar a taça do seu vinho, isto é, do furor da sua ira. 20Todas as ilhas se afundaram e as montanhas desapareceram. 21Grandes pedras de granizo, de três arrobas, caíram do céu sobre os homens. E eles blasfemaram contra Deus por causa do flagelo do granizo; pois os danos que causou foram terríveis.


Ap 17

Julgamento da grande Prostituta1Depois veio um dos sete anjos que tinha as sete taças e falou comigo assim: «Vem cá. Vou mostrar-te a sentença contra a grande prostituta que habita na orla dos mares. 2Com ela se prostituíram os reis da terra, e os habitantes do mundo embriagaram-se com o vinho da sua prostituição.»

3Depois, levou-me, em espírito, a um deserto. Vi lá uma mulher montada numa Besta cor de escarlate, coberta de nomes blasfemos e com sete cabeças e dez chifres. 4A mulher estava vestida de púrpura e escarlate, coberta de ouro, de pedras preciosas e de pérolas. Tinha na mão uma taça de ouro cheia das abominações e das imundícies da sua prostituição. 5Na sua fronte estava escrito um nome misterioso: «Babilónia, a grande, a mãe das prostitutas e das abominações da terra.» 6Vi ainda que a mulher estava embriagada com o sangue dos santos e com o sangue dos mártires de Jesus.

Fiquei espantado, ao ver tão grande prodígio. 7Mas o anjo disse-me: «Porque estás espantado? Vou explicar-te o sentido misterioso da mulher e da Besta de sete cabeças e dez chifres, que a transporta: 8a Besta que viste era, mas já não é, vai subir do abismo, mas caminha para a perdição. E vão espantar-se os habitantes da terra, aqueles cujos nomes não estão escritos no Livro da Vida, desde a fundação do mundo, ao verem que a Besta era, já não é, mas voltará de novo.

9Aqui é preciso inteligência e sabedoria: as sete cabeças são as sete colinas onde a mulher está sentada. Os sete reis: 10cinco caíram, um existe e o outro ainda não chegou; mas, quando chegar, durará pouco tempo. 11Quanto à Besta, que era e que já não é, ela mesma representa um oitavo rei. Mas faz parte dos sete e caminha para a perdição. 12Os dez chifres que vês são dez reis, os quais não receberam ainda o poder de reinar, mas receberão tal poder por um instante, juntamente com a Besta. 13Estes têm um intento comum: entregar à Besta a sua força e a sua autoridade. 14Lutam contra o Cordeiro, mas o Cordeiro vencê-los-á, porque é Senhor dos senhores e Rei dos reis. E, com Ele, estarão os chamados, os escolhidos, os fiéis.»

15Disse-me ainda: «As águas que vês – junto das quais reside a prostituta – são povos, multidões, nações e línguas. 16Os dez chifres que estás a ver e a Besta odiarão a prostituta, vão deixá-la desolada e nua, vão devorar a sua carne e destruí-la pelo fogo. 17Pois Deus colocou nos seus corações a vontade de executar o seu desígnio. Assim, vão agir de comum acordo e entregar a realeza à Besta até que se cumpram as palavras de Deus. 18E a mulher que vês é a grande cidade que reina sobre os reis da terra.»


Ap 18

Queda da Babilónia1Depois disto, vi outro anjo que descia do céu com grande autoridade. A terra foi iluminada pelo seu esplendor; 2e gritou com voz forte:

«Caiu, caiu Babilónia, a grande.
Tornou-se antro de demónios,
guarida de todos os espíritos imundos,
guarida de todas as aves imundas
guarida de todos os animais imundos e repelentes;
3porque, do vinho da sua luxúria,
se embriagaram todas as nações;
prostituíram-se com ela os reis da terra
e, com o seu luxo despudorado,
enriqueceram os comerciantes do mundo.»

4Ouvi, depois, uma outra voz que vinha do céu e dizia:

«Meu povo, sai desta cidade
para não seres cúmplice do seu crime
nem vítima dos seus castigos.
5Porque até ao céu se acumularam os seus pecados,
Deus recordou-se dos seus crimes.
6Pagai-lhe com a mesma moeda,
retribuí-lhe o dobro do que ela fez.
Da taça que ela deu a beber aos outros,
dai-lhe a beber o dobro.
7Na mesma medida em que ela gozou da glória e do luxo,
assim sejam o seu tormento e luto;
pois, no seu coração, dizia:
‘Estou sentada no trono como rainha,
não sou viúva e jamais conhecerei o luto!’
8Por isso, num só dia cairão sobre ela os flagelos que merecia:
morte, luto, fome; e o fogo a destruirá.
Porque poderoso é o Senhor Deus, que a julga!

9Chorarão por ela e baterão no peito os reis da terra, os que tomaram parte na sua prostituição e na sua luxúria, quando virem o fumo do braseiro da cidade. 10Ficarão à distância, com medo do seu tormento, e dirão:

‘Ai da grande cidade!
Ai da Babilónia, a grande, a poderosa cidade!
Bastou um momento para o teu castigo!’

11Chorarão também por ela e se lamentarão os comerciantes da terra, porque ninguém mais comprará as suas mercadorias:

12«Os objectos de ouro, de prata,
de pedras preciosas e de pérolas;
de linho, de púrpura, de seda e de escarlate;
toda a espécie de madeiras de sândalo,
de objectos de marfim e de madeiras preciosas;
de bronze, de ferro, de mármore,
13canela, cravo, especiarias,
perfumes e incenso, vinho, azeite,
flor de farinha e trigo,
bois e ovelhas,
cavalos e carros,
escravos e prisioneiros.
14E os frutos, que tão ardentemente apetecias,
se afastaram de ti;
tudo o que é opulência e esplendor
se perdeu para ti.
E nunca mais se encontrarão em ti!»

15E os comerciantes, que ela tinha enriquecido com este comércio, ficarão à distância, com medo do tormento dela; chorando, batendo no peito, 16dirão:

«Ai da grande cidade!
Ai da que se vestia de linho,
de púrpura e de escarlate,
da que se revestia de ouro,
de pedras preciosas e de pérolas!
17Porque bastou um momento para devastar tão grande riqueza!»

E também todos os pilotos de barcos e quantos navegam de um lado para o outro, todos os marinheiros e quantos vivem do trabalho do mar, detiveram-se à distancia 18e, ao ver o fumo que subia da cidade, gritavam dizendo:

«Quem é semelhante à grande cidade?»

19E, deitando pó sobre as próprias cabeças, choravam em altos gritos e, batendo no peito, diziam:

«Ai, ai da grande cidade,
cuja opulência enriqueceu todos,
os que têm barcos nos mares!
Bastou um momento para ficar devastada!
20Ó céus, rejubilai pela sua ruína!
E vós também, os santos, os apóstolos e os profetas!
Porque, condenando-a, Deus fez-vos justiça.»

21Depois, um anjo poderoso levantou uma pedra do tamanho de uma mó de moinho e lançou-a ao mar, dizendo:

«Assim, com o mesmo ímpeto,
será lançada Babilónia, a grande cidade!
E nunca mais será encontrada.
22A melodia das cítaras e dos músicos,
das flautas e das trombetas
nunca mais se ouvirá dentro de ti.
Não mais se encontrará em ti
nenhum artista de qualquer arte que seja;
não mais se ouvirá em ti
o ruído da mó.
23A luz da lâmpada
nunca mais brilhará dentro de ti.
E as vozes do noivo e da noiva
nunca mais se ouvirão dentro de ti.
Porque os teus comerciantes eram os magnates da terra
e com os teus feitiços ludibriaste todas as nações.»

24Nela foi encontrado o sangue dos profetas e dos santos e de quantos foram mortos sobre a terra.


Ap 19

Cântico de triunfo no céu1Depois disto, ouvi no céu algo que parecia o alarido de uma multidão imensa que dizia:

«Aleluia!
A vitória, a glória e o poder
pertencem ao nosso Deus;
2porque Ele julga com verdade e com justiça,
porque Ele condenou a grande prostituta
– a que corrompia a terra com a sua devassidão e lhe pediu contas do sangue dos seus servos.»

3E diziam ainda:

«Aleluia!
O fumo do incêndio da cidade subirá
pelos séculos dos séculos!»

4Os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes caíram por terra em adoração a Deus, que está sentado no trono. E diziam:

«Ámen! Aleluia!»

As núpcias do Cordeiro5E veio uma voz do trono, que dizia:

«Louvai o nosso Deus,
vós, todos os seus servos, que o reverenciais,
pequenos e grandes!»

6Ouvi ainda algo semelhante ao alarido de uma grande multidão ou ao rumor das águas do mar, ou ainda ao ribombar de grandes trovões. E dizia:

«Aleluia!
O Senhor nosso Deus,
o Todo-Poderoso,
começou o seu reinado!
7Alegremo-nos, rejubilemos,
dêmos-lhe glória;
porque chegou o momento das núpcias do Cordeiro;
a sua esposa já está ataviada.
8Ele ofereceu-lhe um vestido de linho resplandecente e puro.»

O linho representa as boas obras dos santos. 9Depois disse-me: «Escreve: Felizes os convidados para o banquete das núpcias do Cordeiro!» E acrescentou: «Estas são palavras verdadeiras, do próprio Deus.»

10E eu caí a seus pés, para o adorar. Mas ele repreendeu-me:

«Atenção! Isso não! Eu sou teu companheiro e dos teus irmãos, que são testemunhas de Jesus. Adora a Deus! Pois dar testemunho de Jesus equivale ao espírito profético.»

Vitória do Messias (1,14-16; 6,2) – 11Depois, vi o céu aberto e apareceu um cavalo branco. O Cavaleiro chama-se «Justo e Verdadeiro.» Ele julga e combate com justiça; 12os seus olhos eram como chamas de fogo; na sua cabeça havia muitas coroas e o seu nome – que leva escrito – ninguém o conhece, a não ser Ele próprio; 13estava vestido com um manto embebido em sangue e o seu nome é «Verbo de Deus14Os exércitos celestes seguiam-no montados em cavalos brancos e vestidos de linho branco e puro. 15Da sua boca saía uma espada aguda para ferir as nações que Ele governará com ceptro de ferro. E pisará o lagar do vinho da ardente ira de Deus Todo-Poderoso. 16Leva também escrito no seu manto e no lado um título: «Rei dos reis e Senhor dos senhores

17Vi ainda, no Sol, um anjo que estava de pé. Gritou com voz potente a todas as aves que voavam no mais alto do céu:

«Vinde, juntai-vos
para o grande banquete de Deus,
18para comerdes as carnes dos reis,
as carnes dos generais,
as carnes dos poderosos,
as carnes dos cavalos,
as carnes dos cavaleiros,
as carnes de todos,
livres e escravos,
pequenos e grandes!»

19Vi então a Besta e os reis da terra e os seus exércitos que se tinham reunido para combater contra o Cavaleiro e contra o seu exército.

20A Besta foi capturada e, com ela, o falso Profeta, o que fazia maravilhas na sua presença e com as quais enganou os que levavam o sinal da Besta e os que adoravam a sua estátua. Os dois foram lançados vivos no lago de fogo e enxofre ardente. 21Os restantes foram mortos pela espada do Cavaleiro, pela espada que sai da sua boca. E todas as aves do céu se fartaram com as suas carnes.


Ap 20

Os mil anos1Vi, depois, um anjo que descia do céu. Trazia na mão a chave do Abismo e uma grande corrente. 2Agarrou o Dragão, a Serpente antiga, que também se chama Diabo ou Satanás: prendeu-o por mil anos 3e lançou-o no Abismo que depois fechou e selou, para que ele não mais enganasse as nações, até que se completassem mil anos. Depois deste período, o Diabo deve ser solto por algum tempo.

4Vi também alguns tronos; e aos que neles estavam sentados foi dado o poder de julgar. Vi ainda as almas dos que foram decapitados pelo testemunho de Jesus e pela Palavra de Deus, os quais não adoraram a Besta, nem a sua estátua, nem trouxeram na fronte ou na mão o sinal da Besta. Eles reviveram e reinaram com Cristo durante mil anos. 5O resto dos mortos não voltou à vida antes de se cumprirem os mil anos. Esta é a primeira ressurreição.

6Felizes e santos os que tomam parte na primeira ressurreição! Sobre eles a segunda morte não tem qualquer poder; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com Ele durante mil anos.

7Quando se cumprirem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão 8e partirá para seduzir as nações dos quatro cantos do mundo, a Gog e Magog, a fim de os reunir para a batalha. O seu número será tão grande como a areia da praia. 9Eles subiram à planície da terra e cercaram o acampamento dos santos e a cidade predilecta. Mas um fogo que caiu do céu devorou-os. 10O Diabo, que os tinha enganado, foi precipitado no lago de fogo e de enxofre, onde também estão a Besta e o falso Profeta. Aí serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos.

Julgamento e vitória final (14,14-20) – 11Depois, vi um trono magnífico e branco e alguém sentado nele. Os céus e a terra fugiram da sua presença e desapareceram definitivamente.

12Vi também todos os mortos, grandes e pequenos. Estavam diante do trono; e foram abertos uns livros. Foi aberto também um outro livro, que é o livro da Vida. Os mortos foram julgados segundo aquilo que estava escrito nos livros, segundo as suas obras.

13O mar devolveu os mortos que nele havia, a Morte e o Abismo entregaram também os seus mortos, e cada um foi julgado segundo as suas obras.

14Então, a Morte e o Abismo foram lançados no lago de fogo. Este lago de fogo é a segunda morte. 15E todos os que não foram encontrados escritos no livro da Vida foram lançados no lago de fogo.


Ap 21

Os novos céus e a nova terra1Vi, então, um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham desaparecido e o mar já não existia.

2E vi descer do céu, de junto de Deus, a cidade santa, a nova Jerusalém, já preparada, qual noiva adornada para o seu esposo. 3E ouvi uma voz potente que vinha do trono e dizia:

«Esta é a morada de Deus entre os homens.
Ele habitará com eles;
eles serão o seu povo
e o próprio Deus estará com eles
e será o seu Deus.
4Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos;
e não haverá mais morte,
nem luto, nem pranto, nem dor.
Porque as primeiras coisas passaram.»

5O que estava sentado no trono afirmou: «Eu renovo todas as coisas.» E acrescentou: «Escreve, porque estas palavras são dignas de fé e verdadeiras.» 6E disse-me ainda:

«É verdade!
Eu sou o Alfa e o Ómega,
o Princípio e o Fim.
Ao que tiver sede,
Eu lhe darei a beber gratuitamente,
da nascente da água da vida.
7O que vencer receberá estas coisas como herança;
Eu serei o seu Deus e ele será meu filho;
8mas os covardes, os infiéis,
os depravados, os assassinos,
os impúdicos, os feiticeiros,
os idólatras e todos os mentirosos
terão como herança
o lago ardente de fogo e enxofre,
o qual é a segunda morte.»

A nova Jerusalém (Is 54,11-17; 60,10-18; Ez 40-48; Tb 13,17-18) – 9Depois, um dos sete anjos que têm as sete taças cheias dos sete últimos flagelos aproximou-se, dirigiu-se a mim e disse: «Vem cá. Vou mostrar-te a noiva, a esposa do Cordeiro.» 10E transportou-me, em espírito, a uma grande e alta montanha e mostrou-me a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus. 11Tinha o resplendor da glória de Deus: brilhava como pedra preciosa, como pedra de jaspe cristalino; 12tinha uma grande e alta muralha com doze portas; nas portas havia doze anjos e em cada uma estava gravado o nome de uma das doze tribos de Israel: 13ao oriente havia três portas, ao norte três portas, ao sul três portas e ao ocidente três portas. 14A muralha da cidade tinha doze alicerces, nos quais estavam gravados doze nomes, os nomes dos doze Apóstolos do Cordeiro.

15O que falava comigo tinha uma cana de ouro para medir a cidade, as suas portas e a sua muralha. 16A cidade formava um quadrado: o seu comprimento era igual à sua largura. Depois mediu a cidade com a cana: tinha quatrocentas e quarenta e quatro léguas. O seu comprimento, a sua largura e altura são iguais. 17Mediu depois a muralha: tinha cento e quarenta e quatro côvados de altura, segundo a medida humana, que era também a do anjo. 18As muralhas estavam construídas com jaspe e a cidade era de ouro puro, semelhante ao puro cristal. 19Os alicerces da muralha da cidade estavam incrustados com toda a espécie de pedras preciosas: o primeiro com jaspe, o segundo com safira, o terceiro com calcedónia, o quarto com esmeralda, 20o quinto com sardónica, o sexto com sárdio, o sétimo com crisólito, o oitavo com berilo, o nono com topázio, o décimo com crisópraso, o décimo primeiro com jacinto e o décimo segundo com ametista.

21As doze portas eram doze pérolas. Cada uma das portas era uma só pérola. E a praça da cidade era de ouro puro, semelhante ao vidro transparente. 22Templo, não vi nenhum na cidade; pois o senhor Deus, o Todo-Poderoso, e o Cordeiro são o seu templo. 23E a cidade tão-pouco necessita de Sol nem de Lua para a iluminar; pois a glória de Deus a ilumina e a sua lâmpada é o Cordeiro. 24As nações caminharão à luz da cidade e os reis da terra hão-de trazer-lhe a sua glória; 25as suas portas não se fecharão de dia, pois nela não haverá noite. 26Vão trazer-lhe o esplendor e a riqueza das nações. 27Mas não entrará nela nada de impuro, nem os idólatras, nem os impostores. Só entrarão os que estiverem inscritos no livro da Vida, que está na posse do Cordeiro.


Ap 22

1Mostrou-me, depois, um rio de água viva, resplendente como cristal, que saía do trono de Deus e do Cordeiro. 2No meio da praça da cidade e nas margens do rio está a árvore da Vida que produz doze colheitas de frutos; em cada mês o seu fruto, e as folhas da árvore servem de medicamento para as nações. 3E ali nunca mais haverá nada maldito. O trono de Deus e do Cordeiro estará na cidade e os seus servos hão-de adorá-lo 4e vê-lo face a face, e hão-de trazer gravado nas suas frontes o nome do Cordeiro. 5Não mais haverá noite, nem terão necessidade da luz da lâmpada, nem da luz do Sol, porque o Senhor Deus irradiará sobre eles a sua luz e serão reis pelos séculos dos séculos.

EPÍLOGO (22,6-21)

A vinda de Jesus6E disse-me: «Estas palavras são dignas de fé e verdadeiras: o Senhor Deus, que inspira os profetas, enviou o seu anjo para mostrar aos seus servos o que brevemente vai acontecer.

7Eis que Eu venho em breve. Feliz o que puser em prática as palavras da profecia deste livro.»

8Eu, João, é que ouvi e vi estas coisas; e, depois de ouvir e ver, caí aos pés do anjo que mas mostrava, para o adorar. 9Mas ele disse-me: «Guarda-te de fazer tal coisa! Eu sou teu companheiro, assim como dos teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. A Deus é que deves adorar!» 10E acrescentou: «Não escondas as palavras da profecia deste livro; pois o tempo está próximo. 11Que o injusto continue a cometer injustiças; que o impuro continue a cometer acções impuras; o que é honrado continue a ser honrado e o que é santo santifique-se ainda mais.

12Eis que Eu venho em breve e trarei a recompensa para retribuir a cada um conforme as suas obras.

13Eu sou o Alfa e o Ómega,
o Primeiro e o Último,
o Princípio e o Fim.
14Felizes os que lavam as suas vestes,
para terem direito à árvore da Vida
e poderem entrar nas portas da cidade.
15Fora os cães, os feiticeiros,
os luxuriosos, os assassinos,
os idólatras
e todos os que amam e praticam a fraude.

16Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos anunciar todas estas coisas acerca das igrejas:

Eu sou o descendente e a estirpe de David,
Eu sou a brilhante estrela da manhã.»
17O Espírito e a Esposa dizem: «Vem!»
Diga também o que escuta: «Vem!»
O que tem sede que se aproxime; e o que deseja beba gratuitamente da água da vida.»

Conclusão18«E Eu declaro a todos os que escutam as palavras proféticas deste livro: Se alguém aumentar alguma coisa, Deus lhe aumentará os flagelos que estão descritos neste livro. 19E se alguém retirar palavras deste livro profético, Deus lhe retirará a parte que tem na árvore da Vida e na cidade santa, descritas neste livro.

20O que é testemunha destas coisas diz:

‘Sim. Virei brevemente.’»
– Ámen! Vem, Senhor Jesus!

21A graça do Senhor Jesus esteja com todos vós.