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MISS PIMB
Filhos da Mãe
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"O maior impulso, porém, que ali [em Java] se deu data de 1852, devido ao
dr. Hasskarl, que foi ao Peru, com o nome suposto de J.K. Mueller,
colligir sementes e plantas, especialmente do grupo das Calisayas".
De 36 espécies só de 12 se pode usar a casca.
"Neste numero não entram algumas variedades nem tão pouco as hybridas".
"A maior parte das especies habitam a uma altitude de 1:665 a 2:665
metros acima do nivel do mar, porém algumas ha que se tem encontrado
a 3:665 metros e outras a altitudes inferiores,
como por exemplo a 665 metros".

Adolpho Frederico Moller, "As Cinchonas" (1893)

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Hoje, só para me pôr os cabelos em pé, a sotôra Malvácea nem me deu fotocópia do texto para comentar, só essa mistura aí em cima escrita por ela num caderno, com citações do artigo de Moller sobre as Cinchona, e eu por acaso fui investigar, Moller era botânico em Coimbra e as cinchonas são as árvores de quina, de cuja casca antigamente se faziam os sais de quinino, o remédio para o paludismo, mas a sotôra Malvácea está-se nas tintas para as quineiras, ela só quer que eu comente o valor científico dos números no discurso de Moller sobre a altitude a que vivem as cinchonas, e que faça a árvore genealógica dele. Olha só, era o que mais faltava!, valor aritmético 33,3 em 100 e é um pau, o resto é numerologia. Ali onde ele diz que as cinchonas se dão a 665 metros de altitude, mais 1, 2 ou 3 mil, eu só tenho a comentar: pois é, jóia, quase 666, que é o número apocalíptico da Nova Ordem Mundial ou assim, e os ocultistas acham logo que é uma assinatura de iniciado, eu cá só acho que as quineiras se dão onde as plantarem, e se as plantarem a 333 metros de altitude também devem pegar. Agora a árvore genealógica é um problema muito mais bicudo que a árvore da quina, primeiro porque esse Moller não se chama Moller, sim Möller, mas ninguém o trata assim, e ele mesmo costuma tirar a farinha de cima do "ï", o trema ou lá o que é, para se pavonear pela literatura com nome suposto. É como o naturalista que ele diz ter ido ao Peru apanhar sementes com o nome falso de Mueller, certamente para as árvores não o reconhecerem, se andasse a apanhar sementes com o nome que ele diz ser o verdadeiro, Hasskarl, ainda se arriscava a apanhar com um bombardeamento de cocos na cabeça, e se isto não é verdade, então a sotôra Malvácea terá de me explicar por que raio é preciso andar disfarçado de moleiro a apanhar sementes, que é um trabalho de jardinagem tão inocente. Eu por acaso descobri de quem é filho Adolfo Frederico Moller, porque no TriploV há uma biografia dele (1), mas fui à Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira investigar os pais e avós (2) e fiquei doente da cabeça, não percebi nada, porque a família Möller cruzou-se com a família Müeller, que ora se escreve assim ora sem o "e", e depois os primeiros nomes são todos iguais, é um fartote de Doroteias, Henriques e Adolfos Fredericos, eu sempre ouvi dizer que os parentes chegados não devem e não podem casar uns com os outros, mas estes casavam até com sobrinhas (3), e assim a casarem na mesma casa, a raça fica tão apurada que depois os bichos são todos iguaizinhos uns aos outros, e ainda por cima são todos pastores luteranos ou presidentes de associações como a Irmandade de S. Bartolomeu, e então eu já não sei se quando a Enciclopédia diz que Georg Peter Möller (1774-1827) casou com D. Doroteia Müeller, sua sobrinha, filha de João Guilherme Cristiano Müeller (Müller) e de D. Ana Elisabeth Möller (Ana Isabel Müeller), sua tia, é por João Guilherme ser seu irmão de sangue ou irmão de confraria, e ainda menos percebo como é que D. Ana Isabel Müller (1757-1797), filha de Henrique Müller e de D. Ana Doroteia Roocks, casada com João Guilherme Cristiano Müeller (Müller) pode ser sua tia, se a mim me parece irmã, ou então, se a D. Ana é minha tia, como é que a filha da minha tia pode ser minha sobrinha? Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Eu recuso-me a plantar tal árvore genealógica, vou é dizer à sotôra Malvácea que os Moller/Müller são todos filhos da mãe, e oxalá ela não me chumbe com alguma nota como 6,65, que é quase 6,66!

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Lisboa, 14.04.2004
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Notas
(1) Adolpho Frederico Moller
(2) Adolfo Frederico Lindenberg
(3) Família Möller
Grande Enciclopédia Portuguesa Brasileira