NO BANHO COM ELAS (PORIFERA) / TEXTO
P. DUCHASSAING DE FONBRESSIN & GIOVANNI MICHELOTTI
02-09-2003 www.triplov.com
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ESPONGIÁRIOS

Pois é, as esponjas que usamos no banho, as verdadeiras, pertencem ao reino animal. São seres muito simples, estruturados em espículas, porosos, e por isso o grande grupo a que pertencem recebeu actualmente o nome de Porifera. Só tarde começaram a ser estudadas, até porque parte delas habita a grandes profundidades, como a Hyalonema lusitanica, e a Oceanografia é uma ciência recente.

Todas as imagens pertencem ao texto "Spongiaires de la mer Caraïbe", de Fonbressin e Michelotti. Representam exemplares-tipo, as esponjas que serviram para a descrição das espécies, todas elas da sua autoria. Os nomes científicos são os originais.

Traduzimos da parte inicial:

Nos limites extremos do reino animal, observam-se nas águas corpos vivos, cuja estrutura escapa tanto à simetria bilateral como à radial, e que por causa da sua aparência estrutural receberam o nome de espongiários.

As esponjas apresentam formas muito variadas e singulares e as cores variam consoante as espécies. São quase sempre sésseis, aderindo a outros corpos marinhos, seja qual for a natureza destes, e vivem a profundidades muito diversas, mas em geral em locais pouco expostos à acção das ondas ou das correntes. Estes seres, comuns nos mares dos Trópicos, onde atingem as maiores dimensões, tornam-se menos numerosos e mais pequenos nas regiões temperadas. O seu número e tamanho vai diminuido à medida que se avança para os climas frios, para desaparecerem quase completamente na vizinhança dos círculos polares.

Embora os espongiários não tenham nem a liberdade de movimentos, nem a solidez, nem a beleza das formas e cores de outros grupos animais, e pareçam, por assim dizer, corpos abandonados no fundo das águas, se observarmos a simplicidade da sua organização, o modo como se multiplicam, a extensão do seu habitat que, sob certos aspectos, quase se pode comparar com o das algas, facilmente reconheceremos que desempenham um papel bastante importante na natureza viva da fauna marinha; de outra parte, as observações microscópicas desvendaram-nos que os seus restos também contribuiram para formar os estratos geológicos que se vão acumulando no curso do tempo.

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P. DUCHASSAING DE FONBRESSIN & GIOVANNI MICHELOTTI (1864) - Spongiaires de la Mer Caraïbe. In: Natuurkundige Verhandelingen van de Hollandsche Maatschappij der Wetenschappen te Haarlem. Tweede Verzameling. Haarlem, de Erven Loosjes.