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Claudio Willer

A obra ao rubro: Herberto Helder por Maria Estela Guedes

In: Portal Cronopios:
http://www.cronopios.com.br/site/default.asp

 

Felizmente, as literaturas contemporâneas do Brasil, Portugal e outras nações de língua portuguesa se aproximam. Motivo adicional para estranhar que não receba atenção, no quadro dessa redução de provincianismos, a Coleção Ponte Velha da editora Escrituras, de São Paulo. Criada por Carlos Nejar e Floriano Martins, ultimamente coordenada por Floriano Martins, publicou quarenta títulos de bons autores portugueses e de outros países lusófonos, com apoio do Ministério da Cultura de Portugal. Predominam poetas. Alguns, leitura obrigatória: Cruzeiro Seixas, Ana Hatherly, António Ramos Rosa, Isabel Meyrelles, Luiza Neto Jorge, Nuno Júdice, António Barahona (etc).

O volume mais recente da Coleção Ponte Velha, A obra ao rubro de Maria Estela Guedes, não é de poesia, porém de ensaios. Trata de Herberto Helder. Esse poeta ao mesmo tempo sombrio e luminoso, mestre da imagem poética, vem provocando espanto desde a publicação de “O amor em visita” em 1958. Dele já temos boas edições no Brasil: as coletâneas de poesia O corpo o luxo e a obra pela Iluminuras e Ou o poema contínuo pela Girafa, e a prosa de Os passos em volta pela Azougue.

Posso testemunhar que, ao ler “O amor em visita” e “Cabelo quente, telha molhada” em uma pioneira antologia brasileira de poesia portuguesa contemporânea, organizada por Carlos Nejar e publicada por Massao Ohno e Roswitha Kempf em 1982, imediatamente fiz que viesse a edição então disponível de Poesia toda de Portugal. Suas imagens – “Esta linguagem é pura. No meio está uma fogueira/ e a eternidade das mãos” ou “Há sempre uma noite terrível para quem se despede /do esquecimento.” – me provocam embriaguês. “Cabelo quente, telha molhada” continua, para mim, o mais perfeito exemplo de uma escrita não-referencial, não-denotativa; equivale a um quadro abstrato, mas avassaladoramente expressiva:

E um terrível amor – pontapé estupendo,
         tempestade de areia.
         Então o cabelo respirava como uma tábua
         irada. Longe, perto – as silveiras
         vergavam ao som de mulheres
         cantando vírgulas, peixes e aspas.
         Enquanto a visão de um copo de pé e da letra k.
         E a minha alegria, fábrica de
         cabelo quente, telha molhada.

Ao mesmo tempo, fui descobrindo as múltiplas faces da sua obra. Entre outras, o prosador; o poeta do mais arcaico e “primitivo”, da palavra primordial em As magias; o tradutor e re-escritor dos clássicos, de passagens da Bíblia, relatos mitológicos e contemporâneos. Escrevi sobre ele em 2000, em agulha – “Herberto Helder e a grande poesia portuguesa contemporânea”, http://www.revista.agulha.nom.br/ag9helder.htm – e dei depoimento para Maria Estela Guedes – “Conversa sobre Herberto Helder” em http://www.triplov.com/willer/2009/HH.html, acrescentado a esse A obra ao rubro. Nele, comento o impacto provocado pela apresentação de Herberto Helder em cursos, oficinas literárias e saraus. Participantes de minhas oficinas já atestaram que isso mudou sua criação literária. O importante, o que mais me agrada: essa influência se traduziu em resultados diferentes, sempre pessoais – não estimulamos epígonos, porém leitores-criadores originais.

Maria Estela Guedes também é poeta, além de dramaturga, ensaísta sobre vários outros temas de interesse, editora, pesquisadora no CICTSUL, Centro Interdisciplinar de Ciência, Tecnologia e Sociedade da Universidade de Lisboa e responsável pela publicação digital TriploV, www.triplov.com . De sua extensa produção bibliográfica, temos, por editoras brasileiras, Tríptico a solo (poesia e teatro, também pela coleção Ponte Velha da Escrituras) e Quem, às portas de Tebas? (Arte-Livros, 2010).

A obra ao rubro reúne ensaios, depoimentos e entrevistas datados de 1977 até o ano passado. Registra uma dedicação permanente ao autor de A faca não corta o fogo (o título de sua mais recente reunião de poemas). Comenta uns primeiros contatos com sua obra ainda na adolescência e reuniões surreais nos cafés lisboetas na década de 1960. Seu Herberto Helder, poeta obscuro, de 1979, integra um conjunto de obras pioneiras, assim como (e isso é bem consignado por ela) a tese da poeta e ensaísta brasileira Maria Lúcia Dal Farra, A alquimia da linguagem: leitura da cosmogonia poética de Herberto Helder (publicada em livro em Portugal pela Imprensa Nacional em 1986, e estranhamente ainda sem edição brasileira, apesar do prestígio da autora) e Herberto Helder, a obra e o homem de Maria de Fátima Marinho (Arcádia, Lisboa, 1982).

Ensaística original, essa de Maria Estela Guedes. A obra ao rubro parece ter de tudo: biologia, zoologia, antropologia, esoterismo, reportagens, depoimentos. Perceber sua unidade e consistência requer leitura atenta. Seu método, sua abordagem, é por aproximações sucessivas. Trata-se, evidentemente, de crítica literária; mas quase sem recorrer ao instrumental dessa disciplina, à teoria literária propriamente dita. Quem fala é a bióloga e cientista natural – lembrando que “Ciências Naturais”, antigamente, reuniam biologia, botânica, zoologia, fisiologia e algo do que hoje são ciências humanas –, a estudiosa de mitologia e esoterismo, a jornalista; e, em primeira instância, a poeta. O capítulo inicial é sobre os híbridos; argumenta que todas as formas de vida são híbridos. A seguir, fala de mestiçagem, com o mesmo propósito. Ao mesmo tempo, passa da esfera das coisas para aquela dos símbolos: a linguagem poética é híbrida; poesia é mestiçagem: “É o gênio poético que hibrida, por isso o autor é essencialmente conhecido como poeta”. Em outras palavras: o poeta é um demiurgo; cria mundos; essa criação é pelo mesmo processo de hibridação e mestiçagem pelo qual age a natureza, sob a regência de Eros, o deus que promove a união.

Há um salto apenas aparente da terminologia científica à simbologia esotérica em A obra ao rubro. Nesse campo, Maria Estela Guedes fala em sua condição de integrante da maçonaria, na corrente da madeira: a maçonaria de antigos lenhadores e não de pedreiros – ordem ilustre por incluir os carbonários que, com Mazzini à frente, iniciaram a sublevação que resultou na unificação da Itália (entre tantas outras marcas da presença de maçons em causas progressistas, independência norte-americana e revolução francesa inclusive, dando motivos para as ditaduras ibéricas de Franco e Salazar os abominarem, equiparando-os aos comunistas ao persegui-los).

Helder não é maçom. Mas se o fosse, não faria diferença; interessam os exemplos, em um poema como “O amor em visita”, de “transmutação alquímica da madeira, na seqüência da identificação dos amantes com os elementos vegetais e sobretudo com a árvore”, assim mostrando como “todo o poema é um hino ao mistério da criação centrado na deusa, essa mulher jovem como resina, que dá mesa e banquete com a carne transcendente.” Paralelos com a simbologia maçônica, códigos secretos e alfabetos druídicos (sugerindo o caminho trilhado por Robert Graves em seu complexo A deusa branca) e, em particular, o “culto ao mundo vegetal” são apropriados à leitura de “um poeta fascinado pelo poder encantatório da linguagem, decorrente do uso ritual da palavra”.

Há algo de intrinsecamente esotérico na criação poética, que independe da ligação efetiva com o esoterismo histórico, o hermetismo iniciático de magos e ocultistas. Sabem-no especialistas na conexão poesia-hermetismo como David Guerdon. Em sua interpretação alquímica de Rimbaud (Rimbaud, La clef alchimique, Éditions Robert Laffont, Paris, 1980), observa: “Em realidade, o problema das fontes esotéricas de Rimbaud tem menos importância do que parece. Temos confiança suficiente nos poetas para reencontrar neles as leis harmônicas das correspondências universais.”

Em outras palavras: intitular um livro de Magias não é apenas por essa palavra ser bonita e sugestiva, porém pela afinidade real de poesia e magia; pela “outra linguagem” dos xamãs, os bruxos tribais, ser, conforme já observara Mircea Eliade, uma origem da poesia. Maria Estela Guedes aponta com precisão onde se verifica o encontro desses códigos, o mágico e poético: nas glossolalias, nos fonemas não-semantizados, de tamanha importância para Helder, levando-o a homenagear Henry Michaux por seus “Inji” em As Magias e a inventar palavras, análogas às invocações da magia, além de transcrever falas rituais e de cantos tribais, os “Tá-tá. rrrrrr. Ula. / Ula. [...] Tá-tá. Rrrrrrr. Ula”. É um caminho já trilhado por Artaud, Michaux, Khlébnikov e McClure, entre outros que procuraram chegar à linguagem adâmica; ao Verbo encarnado através da poesia; à palavra-vegetal, palavra-mineral, palavra sangue e corpo. A linguagem para reconstituir o Antropos ou Adam Cadmon dos gnósticos, herméticos e neo-platônicos, o homem primordial, anterior à Queda, que se confundia com o universo; uma linguagem “pura”, no sentido que lhe dão Mallarmé e Helder, ou por Novalis, no trecho famoso: “Poesia é o real verdadeiramente absoluto. Este é o cerne da minha filosofia. Quanto mais poético, tanto mais verdadeiro”. Repito Helder citado por Maria Estela Guedes: “Mas as palavras não são apenas palavras. Têm longas raízes tenazes mergulhadas na carne, mergulhadas no sangue, e é doloroso arrancá-las.”

Ao tratar das sensações, do que é transmitido pelos órgãos dos sentidos, e dos reinos da natureza (mineral, vegetal, animal) na poesia de Helder, Maria Estela Guedes sempre fala, ao mesmo tempo, de outra coisa. Mobilizada desse modo, a informação científica fundamenta uma cosmovisão, ao fazer parte de um saber mais amplo. Sua perspectiva– assim como aquela do próprio Helder, como bem demonstrado em A obra ao rubro – é holista; a recuperação da “Filosofia da natureza” dos antigos e renascentistas; a episteme que busca ultrapassar a separação de pensamento lógico e analógico, analítico e sintético; de ciência, poesia e magia. É o projeto de Novalis e sua geração romântica: “Nosso pensamento era, até aqui, puramente mecânico – discursivo – atomístico – ou puramente intuitivo – dinâmico. Será que o tempo da união finalmente chegou?” Nada de gratuito ou arbitrário na utilização de categorias das ciências naturais para ler poesia, pois, ainda citando Novalis, “a poesia transcendental do futuro pode ser chamada de orgânica”.

Daí as restrições ao cientificismo e à crítica mais caracteristicamente universitária por Maria Estela Guedes:

O objetivo da universidade é a universalidade, fabricar tijolos para as paredes da mesma casa global. Para isso detém um paradigma, ferramentas e uma organização própria do conhecimento, que passa a um público que foi se tornando cada vez mais vasto, até ameaçar agora arruiná-la, pelo menos em Portugal: não se nota melhor formação ou cultura nos licenciados do que em cidadãos sem cultura universitária.

A conseqüência:

Realmente, confrange mais do que a ignorância ver a globalização atuar sobre as universidades: todos os professores de Letras do mundo leram os mesmos autores, citam os mesmos autores. [...] Hoje, Herberto [Helder] é um doce para a academia, que o vira do verso e do anverso para lhe dedicar suculentas, e por vezes indigestas monografias.

Capítulos de A obra ao rubro parecem reviver a crítica romântica, do século XIX, interpretando a obra a partir de informações biográficas, e reconstituindo o autor a partir do que ele escreveu. Isso, ao tratar de um poeta que tem se caracterizado pela recusa do biográfico, a ponto de não apenas evitar apresentar-se em público, dar entrevistas e a deixar-se fotografar – aliás, nisso acompanhando outro poeta de sua especial predileção, Michaux. O rigor helderiano, sua fobia do exibicionismo e mundanismo literário, o levou, como é notório, a recusar os trinta mil dólares do prêmio do Pen Clube de1983, apesar de sua situação financeira nunca ter sido privilegiada.

Com todas essas indicações enfáticas da recusa a confundir autor e obra, como é possível crítica biográfica, a exemplo da que ocupa boa parte de A obra ao rubro? O que, em mãos de críticos menos qualificados, resultaria em determinismo reducionista, naquelas de Maria Estela Guedes é interpretação refinada. Suas leituras não estão apenas “num nível aparentemente realista da notação sensorial”; através delas, “entramos na zona miraculosa da metáfora”. Esclarece: “a metáfora, dadas as suas características, equivale ao milagre, só tem paralelo num universo de fenômenos excepcionais, diverso daquele que a ciência explica, invocando as leis da natureza.”

Magia e alquimia aplicadas à crítica literária? Claro que sim – e de modo coerente, em se tratando do autor de “As magias” e um declarado continuador da “alquimia do verbo” de Rimbaud, visto por uma estudiosa dessa disciplinas, promotora, entre outras atividades, dos colóquios “Discursos e Práticas Alquímicas”. Daí declarar que: “É nesse campo da metáfora mais ardente, e não tanto do mais correntio, que encontramos as surpresas maiores do discurso poético herbertiano”. Sim: naquele campo em que os signos revelam sua polivalência e tudo pode significar outra coisa. Nele, justifica-se buscar informações sobre a passagem de Helder por Angola; e reconstituir sua atuação como jornalista, em matérias muitas vezes sob pseudônimo. E tantas outras viagens, aventuras e peripécias: seu incipiente poema grafado na parece de uma “república” de estudantes em 1951; as indagações sobre sua infância na Ilha da Madeira; a menção a seus episódios psiquiátricos e seu grave desastre de automóvel na África; os detalhes saborosos, como sustentar-se como guia a levar marinheiros a bordéis na Holanda e até mesmo cantar tangos em bares; ou, conforme relatado em Os passos em volta, dormir nos mictórios públicos (“retretes”, dizem em Portugal) de Paris por falta de dinheiro para instalar-se em lugar melhor.

Por vezes é tênue essa relação com o biográfico: “Nos poemas, por vezes só temos um vago GPS: sabemos que o poeta viajou por Antuérpia, por exemplo, mas não sabemos quando nem por onde, exatamente, nem com quem travou relações”. Ao mesmo tempo, tudo isso compõe o que Maria Estela Guedes designa como “biografia mítica” do poeta; uma biografia que se situa naquele plano em que não faz diferença a fidelidade ao acontecido, a versão pessoal ou a pura invenção. O que importa: “em Herberto Helder existe uma construção biográfica”; por isso, “a obra não conta o que ele experimentou na vida, podendo tê-lo experimentado, a obra é essa experiência de vida, a vida é registro gráfico, bios+grafia.” Se o poeta partilha o propósito romântico de fundir poesia e vida, de superar a contradição entre os dois planos, então, dialeticamente, a vida está na poesia, assim como a poesia, por sua vez, se projeta na vida e a produz, magicamente.

Lembrando Breton, no Segundo Manifesto do Surrealismo: “Tudo indica a existência de um certo ponto do espírito, onde vida e morte, real e imaginário, passado e futuro, o comunicável e o incomunicável, o alto e o baixo, cessem de ser percebidos como contraditórios.” É nessa região que transita a poesia de Herberto Helder; nela, antinomias são superadas; inclusive aquela de poesia e vida, biografia e obra.

Tanto para formalistas quanto para adeptos da vulgata marxista o biográfico está fora da crítica literária; para uns, por interessar exclusivamente o texto; para outros, porque o “indivíduo”, categoria burguesa, seria determinado por um contexto, pela ordem do social e histórico. Mas nem por isso falta “close reading”, leitura colada ao texto, em A obra ao rubro. Nem contextualização: os capítulos finais mostram como Helder veio a público durante a ditadura salazarista e a conseqüente censura e repressão. Contraposta a uma resistência mais instituída e oficial, aquela dos neo-realistas, surgiu nesse ambiente uma resistência de surrealistas; nessa, uma dissidência, que viria a se constituir no verdadeiro surrealismo português, aquele encabeçado por Mário Cesariny; e, divergindo dos surrealistas, em uma postura mais acentuadamente individualista, a manifestação de Helder (a discussão do que o aproxima e separa dos surrealistas em A obra ao rubro é perfeita).

Está-se falando, portanto, de cultura de resistência; e de afinidade com sua expressão mundial e mais enfática, a contracultura. Maria Estela Guedes nos dá o retrato de um Helder afim à contracultura, a sua matriz, a Geração Beat, e a seu porta-voz máximo, Jack Kerouac:

Refletem-se como objeto e imagem, em certos momentos, a biografia de Herberto e das grandes figuras da beat, como Kerouac e Ginsberg, nas várias inclinações da marginalidade. [...] No Ofício Cantante, e mais em Photomaton & Vox, o âmbito das vivências idênticas às da beat, em especial o apelo à errância, manifesta-se regularmente. É a cultura pop e a contracultura a interagirem contra o fundo clássico e bíblico.

Isso, em um tempo em que errância era resistência, mais acentuadamente:

A maior parte das viagens de Herberto verificou-se quando as portas de Portugal se fechavam ao estrangeiro, na vigência da ditadura de Oliveira Salazar. Só depois de abril de 1974, com a instauração da democracia, as pessoas começaram a viajar, sem ser pelas anteriores razões de exílio e de emigração.

É precisa a citação em A obra ao rubro de um trecho do próprio Helder, de 1972 (de sua produção jornalística), que transcrevo:

Isso mesmo (ou mais ou menos) se passou na Marginal de Luanda, enquanto, com toda a minha (ninguém suspeita) riqueza interior em laboração, eu me lembrava de Jack Kerouac, cadáver desacreditado, andando pela estrada fora com a dourada astronomia do México impressa nas meninges. A minha astronomia era infinitamente mais humilde e consistia em imaginar que a vida não tem grande importância, podendo-se ir por aí fora evidentemente de qualquer maneira. O processo é de uma excelência incontroversa e até se pode morrer dele. O que a gente inventa como exercício espiritual!

Cadáver desacreditado”: que precisão, e como isso faz sentido para quem conhece Kerouac. Aqui, e em tantas outras citações, adaptações e intertextos, Helder mostra, mais uma vez, que para ser poeta é preciso, antes, ser leitor. Fragmento desse permanente diálogo com a poesia que constitui sua obra colossal.

Claudio Willer (Brasil, 1940). Poeta, ensaísta e tradutor. Seus vínculos são com a criação literária mais rebelde e transgressiva, como aquela ligada ao surrealismo e à geração beat. Doutor em Letras, DLCV-FFLCH-USP, sua tese “Um obscuro encanto: Gnose, gnosticismo e a poesia moderna” foi recentemente transformada em livro pela editora Civilização Brasileira.
E-mail: cjwiller@uol.com.br


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