A CASA DE DOMINGOS VANDELLI EM COIMBRA
Eduardo Proença-Mamede & Maria Estela Guedes
27-06-2008

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Capicuas 303 e outros acasos objectivos

Passei por Coimbra depois do colóquio alquímico em Mafra, por duas razões concretas: visitar a cidade do ponto de vista do século XVIII, seguindo as pisadas de Domingos Vandelli, isto para colmatar falhas de conhecimento e refrescar memórias, tornando-me assim apta a colaborar com Paulo Bernaschina, organizador de uma exposição sobre Vandelli no Rio de Janeiro, em finais deste ano. O Paulo atribuiu-me por cicerone um historiador, óptimo conhecedor de Vandelli e da cidade, Eduardo Proença-Mamede. Posso dizer que só agora, na companhia do Eduardo, fiquei a conhecer a cidade dos doutores.

O segundo motivo era ver a exposição "O reverso do olhar - Exposição internacional de Surrealismo actual", organizada por Miguel de Carvalho, que tem livraria de alfarrabista em Coimbra.

Vi e fotografei tudo e tentarei pôr em linha algumas fotos. Por agora vão só as relativas à casa de Vandelli (quem quiser saber onde ele morou em Lisboa, na R. de S. Bento, veja o trabalho: http://www.triplov.com/hist_fil_ciencia/vandelli/casa_de_vandelli/index.htm), na antiga Calçada, actual R. Ferreira Borges, um edifício com números que vão do 136 ou 138 ao 148.

Feita a visita vandéllica a Coimbra na terça-feira à tarde, na quarta de manhã ligo para o Miguel, a saber onde seria o nosso encontro. Ele responde que à entrada da Ferreira Borges, um segundo andar, tinha tabuleta a dizer "Livraria Alfarrabista", nada havia que enganar.

Entrei na Ferreira Borges pelo lado de outras ruas que nela desembocam, de maneira que, só ao cabo de uns dez minutos de passeio, avistei a dita tabuleta. A loja surrealista do Miguel de Carvalho fica mesmo defronte da antiga casa de Vandelli.

E lá fomos, de carro, ver a exposição, subindo uma rua larga, enquanto eu falava do bom amigo Rui Mendes, que me levara à Real República Palácio da Loucura, e quem vem descendo a rua, de casaco preto desportivo, agarrado à cinta, e queixando-se de dores e de uma injecção acabada de apanhar? - o Rui Mendes, claro.

E onde dormi eu uma noite descansadíssima, num chalé encantador, tão grande que nele se poderia realizar um próximo colóquio alquímico? Perto da Universidade, em casa dos amigos Maria Manuel e Prof. Amorim da Costa.

Obrigada a todos, foi uma série emoções e de lições muito frutuosas, que não esquecerei tão cedo.

Nem parece haver nada de anormal no facto de eu ter ido a Coimbra por dois motivos tão diferentes e eles estarem afinal defronte um do outro, mirando-se um ao outro, não é verdade?

Maria Estela Guedes