AZUL É O NOME DA ALEGRIA Moria Feigning 01-02-2005 www.triplov.org |
VIII
Desta vez o Cometa ia para Oeste, onde o Sol já estava a começar a pôr-se. Brrrrr! Chegámos lá em menos de um fósforo!
Nem foi preciso procurar. Mal saltei do Cometa, dei de caras com o Vento Oeste. É um Vento gorduchinho e muito espalha brasas. Contei-lhe logo o que se passava.
Brrrrr! Desatou a rir, imaginem! Brrrrr! Eu tão aflito, com um problema tão complicado e ele... a rir! Por fim lá parou de rir e falou comigo:
– (Vento Oeste – voz grossa e bem disposta:) Tu devias ter vindo logo cá. Então não sabes? Eu aqui tenho tudo o que tu possas precisar. És mesmo pateta! Tanta preocupação por uma coisa tão simples! Ah! Ah! Ah!
Ria-se que nem um perdido. Brrrrr! Mesmo com tanto optimismo eu estava um bocadinho desconfiado. Os outros Ventos também achavam que tinham a solução que eu procurava e afinal não tinham.
– Olha lá, se é assim tão simples, onde é que estão as Nuvostras, que eu não vejo nenhuma?
Eu já só queria era despachar-me.
– (Vento Oeste:) Vamos ter com elas, não te preocupes.
Espreguiçou-se muito animado, pôs-me às cavalitas e lá fomos nós.
Parecia que nunca mais chegávamos. Ele parava em todo o lado: cumprimentava as Estrelas que já despontavam no horizonte, acenava aos aviões, brincava com os pássaros.
Brrrrr! Eu já começava a ficar zangado. Parecia que não tinha respeito nenhum pela minha preocupação. Brrrrr! E o Pai Natal? À espera!!!
Por fim lá chegámos a umas enooormes montanhas. Por cima das montanhas havia umas Nuvens muito grandes e maciças. Mais pareciam castelos do que Nuvens.
– (Vento Oeste:) Aqui tens as Nuvostras! Não são formidáveis?
Que eram formidáveis não havia dúvida. Brrrrr! Eu queria era saber se as suas gotas eram Pérolas de Luz.
– São realmente impressionantes, estas Nuvostras. Posso levar algumas das suas gotas?
– (Vento Oeste:) Claro que podes! Todas as que quiseres. Têm muita procura, sabes? Até já as tenho embaladas.
E fssst! Enfiou-se por uma fenda entre as rochas. Saiu de lá todo contente com um frasco muito enfeitado, cheio de umas coisinhas brilhantes.
– Yes!!! Pérolas de Luz?!
Brrrrr! Eu nem queria acreditar que tinha conseguido finalmente encontrar Pérolas de Luz.
Brrrrr! E foi muito bom eu não ter acreditado. Porque quando o Vento Oeste chegou ao pé de mim é que eu vi que as tais coisinhas brilhantes dentro do frasco não eram pérolas mas apenas pedrinhas.
– (Vento Oeste:) Então? Que tal? Não estás feliz? Os homens adoram estas Pedras Brilhantes. Com elas podes comprar todos os brinquedos que quiseres. O Pai Natal não precisa de se preocupar mais com os Duendes. É só ir às fábricas e às lojas, trocar estas Pedras Brilhantes por brinquedos e já está. Toda a gente vai ficar muito feliz. Vai ser um grande Natal.
Ele estava tão ufano e convencido de que me tinha ajudado que eu não fui capaz de lhe dizer que não era nada daquilo que eu procurava. Que o Pai Natal não oferecia brinquedos que não fossem feitos pelos Duendes. Que o que ele queria era que os meninos ficassem felizes com menos brinquedos. QUE O QUE EU PROCURAVA ERAM PÉROLAS DE LUZ!
Agradeci-lhe muito. Peguei no frasco e vim-me embora. Querem ver?
(tira um frasco muito enfeitado do saco maior, abre-o, despeja algumas pedrinhas na mão e mostra-as.)
É que não faço mesmo ideia nenhuma do que se possa fazer com isto! Brrrrr! O que é que acham? Pois! Não acham nada. Brrrrr! Nem eu!!!
(Desalentado, torna a guardar as pedrinhas no frasco, |