ANTÓNIO JOSÉ DA SILVA |
Cena V |
Soneto |
Dona Clóris: Viva o Senhor Doutor, eu quero as fumaças do Alecrim. Dom Tibúrcio: E morra o Senhor doente; ai minha barriga! Dom Fuas: Se versos podem servir de textos, escute uns de um Antagonista desse Autor a favor da Manjerona pelos mesmos consoantes.
Dona Nize: Viva o Senhor Doutor, eu quero o remédio da Manjerona. Dom Lancerote: Não cuide que a Manjerona e alecrim tinham tais virtudes. Vejamos agora o que diz o Senhor Doutor. Dom Tibúrcio: Que tenho eu com isso? Senhores, vossas mercês me vieram curar a mim, ou às raparigas? Ai, minhas barrigas! Semicúpio: Calado estive ouvindo a estes senhores da Escola Moderna, encarecendo a Manjerona e Alecrim. Não há dúvida que pro utraque parte há mui nervosos argumentos, em que os Doutores Alecrinistas e Manjeronistas se fundam; e tratando Dioscórides do Manjeronismo e Alecrinismo, assenta de pedra e cal, que para o mal Cupidista são remédios inanes; porque tratando Ovídio do remédio amoris, não achou outro mais genuíno contra o mal Cupidista que o Malmequer, por virtude simpática, magnética, diaforetica, e diurética, com a qual curatur amorem. Repetirei as palavras do mesmo Ovídio. |